RodolfoLetícia não se cansava de vasculhar meu computador. Já tinha revirado tudo, tal era sua curiosidade. Até deixara seu celular em minha mão, e as mensagens do tal Vinícius não paravam de chegar.Quando a última mensagem chegou, perdi a paciência, pois ele pedia novamente para encontrá-la. Gravando um áudio, enviei:— É a última vez que vou te avisar, pare de enviar mensagens para ela, ou você terá problemas comigo. Não estou brincando, entendeu? — enviei isso enquanto ela notava que era no seu celular e me lançou um olhar surpreso.— Nem pense em reclamar — ela disse, dando de ombros e continuando sua investigação no computador. Seus olhos estavam fixos na tela, vasculhando cada vestígio que aparecia nas pastas. Embora eu guardasse minhas investigações em pastas ocultas, parte de mim torcia para que ela encontrasse algo e finalmente descobrisse quem realmente era o ex, um hipócrita que se fazia de bonzinho na frente dela e por trás era o maior safado. Infelizmente, tive que inte
Conhecendo os sogros— Filha, filha, meu Deus, minha filha, como está linda, meu amor! — As lágrimas escorreram nos olhos da mulher, que demonstrava imensa alegria ao ver a filha e muita emoção também. Ela envolveu Letícia em um abraço tão apertado que até eu me senti sufocado.— Que saudade, mãe! Vocês me fazem tanta falta. — Letícia e sua mãe continuaram abraçadas, a voz de Letícia saía embargada, e eu refletia sobre o quão difícil deve ser para ela, tão apegada e carinhosa, estar longe da família. Elas só se soltaram ao perceberem minha presença, dando a impressão de que eu era um poste ali parado.— Meu genro! — A mulher me olhou sorridente e acolhedora.— Mãe, este é Rodolfo, meu marido. Amor, esta é minha mãezinha. — Letícia falou empolgada, com um lindo sorriso, destacando a semelhança entre ela e sua mãe.— Olá, minha sogra, como está a senhora? — Abri os braços para acolhê-la e ela veio em minha direção, toda sorridente, e eu a recebi com um abraço carinhoso.— Que lindo, fil
LeticiaEstava feliz por rever meus pais, revisitar minha casa, e tudo aconteceu bem mais rápido do que eu imaginava. Minha mãe estava radiante, enquanto um lindo brilho emanava dos olhos do meu pai. Fiquei ainda mais feliz e confiante ao ver que ele aceitou bem o Rodolfo. Quando quer, meu pai pode ser bem reservado, mas Rodolfo não deu espaço para que ele se fechasse; vi o quanto ele se esforçava para alegrar meu pai. Percebi que ele ficou abalado quando chegamos, e me dei conta de como ele gostava de receber as pessoas no portão, e agora, estava simplesmente limitado a uma cama. Durante a viagem, senti medo de que tudo pudesse dar errado, temi que não nos comportássemos como um casal, mas já agimos naturalmente como tal, um casal cheio de defeitos, eu sei, mas não fingimos ser perfeitos. Agradeço por Rodolfo não me iludir; ele me mostra sua verdadeira natureza. Para mim, a realidade é melhor do que a ilusão de ter ao lado uma pessoa perfeita.Minha mãe preparava o jantar, mas Rodolf
Não há nada pior do que ser iludido por quem amamos, e eu amo meus pais. Não esconderei a verdade deles.— Ela não veio conosco, mãe; infelizmente, as coisas saíram do nosso controle. — Falo olhando diretamente nos olhos da minha mãe. Sei que ela me entende, conhece a mim e a Bruna como a palma de sua mão. Meu pai me lança um olhar atento, parecendo não compreender completamente. Minha mãe abaixa a cabeça, visivelmente abalada pelas minhas palavras.— O que aconteceu, filha? — Meu pai perguntou, sua voz carregada de preocupação.— Se quiserem, posso deixá-los para conversarem a sós? — Rodolfo oferece gentilmente.— Não, não é necessário, amor. — Olho para Rodolfo tranquilamente antes de responder a meu pai. — Pai, o senhor conhece a Bruna; quando ela se decide por algo, é difícil e impulsiva.— Sei, filha, mas sua irmã fez algo específico? — Ele insiste, ainda confuso.— O que ela fez, Letícia? — Minha mãe interrompe, claramente aflita. Respiro fundo antes de desabafar.— Ela e o Rodo
DespedidaDomingoPassamos o dia inteiro com meus pais. Tomamos um café da manhã bem reforçado; minha mãe faz questão de sempre ter fartura na mesa.Não sei como, mas Rodolfo conseguiu convencer meu pai a sair de casa. Ele disse que fazia questão disso. Minha mãe ficou muito feliz, já que há tempos ela não fazia um passeio. Penso que eles precisam mais disso, sair de casa, pois a vida deles já está bastante afetada pelos problemas de saúde. Ficar trancados em casa definha qualquer um.Realizamos um breve passeio pela cidade. Meu pai foi mostrando alguns lugares a Rodolfo, e depois concordou em almoçarmos em um restaurante. Almoçamos, comemos sobremesa e bebemos, conversando. Há muito tempo não via tanta felicidade nos olhos da minha mãe. Ela é a pessoa em casa que mais demonstra suas emoções, e ali percebi que estava muito feliz.Rodolfo incentivou meu pai a jogar bilhar, o que me permitiu conversar mais com minha mãe enquanto observávamos os dois.— A senhora está feliz? — perguntei
Visita ao ginecologistaHoje terei minha primeira consulta com a ginecologista. Espero poder voltar para a empresa à tarde, já que não fui de manhã. Estou tranquila para realizar os exames, pois sempre os fiz e nunca demonstraram nenhuma anomalia. Enquanto me arrumava, o segurança já me esperava.Quando desci para tomar café, me surpreendi: não esperava encontrar meus pratos preferidos no café da manhã. Havia bolo de fubá, queijo fresco, leite com achocolatado, além de pão de queijo. Fiquei espantada, pois o café da manhã de Rodolfo costuma ser bem diferente, sem nada disso. Rodolfo sempre me surpreendendo!Sentei para me alimentar, sorridente. Nossa noite foi maravilhosa; não tenho do que reclamar. Meu celular tocou, e ao olhar na tela, vi que era ele.**Ligação:**— Bom dia, diaba gostosa. — Sorri ao ouvi-lo.— Bom dia, Sr. Delícia. Que café da manhã delicioso! Você que providenciou?— Espero que não seja mais gostoso do que eu. — Ele falou com malícia.— Isso é difícil; acho que e
No entanto, uma pasta chamada "Nascimento Manu" me atraiu imediatamente. Abri-a e encontrei várias fotos de Manu ainda bebê nos braços de Rodolfo. As imagens eram tocantes, revelando a alegria genuína de Rodolfo ao olhar para a pequena. Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, desta vez misturando admiração e dor ao perceber que talvez eu nunca pudesse vivenciar um momento assim. Meu coração apertou ao pensar que minha chance de ter um filho biológico era mínima, aumentando a sensação de vazio dentro de mim.De repente, a porta se abriu e vi Rodolfo entrar. Ele se aproximou rapidamente e abriu os braços; corri para o seu abraço.— Senti que você precisava de mim. — Ele disse, envolvendo-me em seus braços. Eu não consegui responder, apenas deixei que minha angústia se dissipasse, sentindo-me segura e protegida por ele. — Você está muito abalada com isso, não deveria se sentir assim.— Você ouviu meu áudio! — Exclamei surpresa.— Ouvi. Se soubesse que ficaria tão abalada, não teria
MotelRodolfo possui uma maneira singular e, de certo modo, insana de me arrancar dos problemas. "Não precisa pensar em mais nada, se não é isso que você quer, então não sei mais o que dizer!" Eu ouvia sua proposta e, surpresa, não conseguia conter um sorriso.— Quê? — exclamei, com um sorriso de incredulidade.— Vamos para um motel. Ou vamos ficar aqui choramingando — sugeriu ele, com um tom de desafio.— Proposta tentadora. Mas será que conseguirá chegar lá? — provoquei, fixando meus olhos nos dele, repletos de sedução.— Eu vou dirigir. Se você me deixar louco, podemos concretizar tudo dentro do carro — retrucou ele, a voz baixa e carregada de intenção.— Uma proposta bem indecente, não acha? — questionei, erguendo uma sobrancelha.— Muito, e atraente também — concordou ele, sorrindo enquanto mordia o lábio inferior. Saímos de casa e fomos para o tal motel que ele tanto queria visitar. Não era um lugar qualquer; fiquei boquiaberta ao entrar na suíte.— Chegamos sem indecências, amor