LeticiaOs olhos de Rodolfo me devoram e incendeiam simultaneamente. Ele não desvia o olhar enquanto danço próxima a Bruna e Gustavo. Seu modo intimidador não me intimida mais; estou simplesmente apaixonada por seus olhos, sinto-me profundamente desejada por eles. Enquanto danço, lembro-me da nossa última transa. Nunca imaginei que seu modo autoritário me seduziria tanto. Sempre fui apaixonada pelo romantismo do meu ex, tudo era muito lindo: suas palavras encantadoras, suas atitudes, seu jeito romântico. Quando era meu aniversário, já sabia que viria um presente fofo acompanhado de suas doces palavras. Era o que eu gostava, já que nunca havia namorado ninguém antes. Achava lindo, mas hoje percebo que ele sempre foi muito previsível.Com Rodolfo, não sei o que esperar. Não sei qual será seu jeito: se será romântico, arrogante, sedutor ou até mesmo rude, como um “parabéns pelo seu aniversário, sua diaba”. Sei que soa loucura sentir-se atraída por isso, mas ele tem um jeito de me prender
Nesse momento, Estevão e sua namorada, toda sorridente, foram até Rodolfo. Não gostei nada dessa mulher, mas pelo que vi, ela conhece Rodolfo, já que é amiga da Tati. Isso, porém, não muda em nada minha antipatia por ela e todo seu sorriso; pelo visto, Rodolfo é rodeado de admiradoras.Chegamos ao banheiro e Bruna entrou em um dos compartimentos.— Letícia, que festa daora, é sempre assim? — Bruna perguntou do interior do compartimento.— Sei lá, é a primeira vez que venho — respondi.— O Gustavo falou que os bailes são muito mais top, tô até imaginando aqui uma noitada num baile — ela comentou com entusiasmo.— Nem imagine, Bruna, amanhã viajaremos — tratei de cortar seu entusiasmo.— Ah, não, não corta o meu barato — ela protestou.— Bruna, a mãe e o pai precisam de você lá, e você precisa voltar ao seu trabalho, esqueceu? Tá louca? — tentei trazê-la de volta à realidade, lembrando-a de suas responsabilidades.— Ah, achei que poderia ocupar o seu posto de secretária lá na empresa do
Bruna Estou me divertindo muito e gostei bastante de São Paulo, que é uma cidade muito atrativa. Porém, só de pensar que amanhã já voltarei para minha cidade, não me animo nem um pouco. Sei que meus pais precisam de mim; sempre fiz tudo por eles e continuo fazendo. Mas agora estamos diante de outra situação: o Rodolfo é milionário e poderia nos ajudar bastante se morássemos aqui em São Paulo. Falando no meu cunhado, nossa, como é bonito e charmoso! Mas não o olho dessa forma, pois já percebi que ele está completamente apaixonado pela minha irmã. Jamais trairia a confiança dela; amo a Letícia, que é minha irmã mais nova. Mas vou te contar, essa mulher parece que nasceu com a bunda virada para a lua; nunca vi alguém ter tanta sorte com homens como ela tem. Seu primeiro namorado foi o Vini, que sempre fez de tudo por ela, e agora tem o Rodolfo, um homem atraente (com todo o respeito) e milionário — não dá para dizer que ele é apenas rico. Quanto a mim, nada. Raramente encontro um namor
Discussão com BrunaRodolfoMeus pensamentos se acalmaram ao sentir o aroma dela que estava em meus braços; ela conseguia tranquilizar minha mente apenas por estar perto, algo que há muito tempo não experimentava. Quando estou irado, costumo estourar e distribuir minha irritação por onde passo, mas ela, com muito pouco, conseguiu acalmar minha turbulência interior.Entramos e subi as escadas com Letícia em meus braços. Ela estava mais pesada e seu corpo mais relaxado. Ao chegar ao quarto, percebi que ela já dormia profundamente. Decidi não acordá-la para tomar banho, pois o álcool parecia ter tomado conta de seu corpo, visto que ela não deu sinais de despertar nem quando a coloquei na cama. Retirei suas sandálias, ainda refletindo sobre as palavras que ela havia dito sentada naquele chão. Talvez ela tenha falado sob o efeito da bebida que queria que o ex a deixasse em paz, mas foi reconfortante ouvi-la dizer que queria ficar aqui, que queria estar comigo. Detesto me sentir iludido, ma
LeticiaAcordei pela manhã, completamente apagada depois de ter pedido o colo de Rodolfo e sentir suas mãos acariciando meus cabelos. Era exatamente o que eu precisava naquele momento: seu carinho, seu afeto. No entanto, acabei tendo um pesadelo horrível. No sonho, meu pai e Rodolfo brigavam feio, e eu ouvia a voz de Bruna ao fundo, instigando meu pai contra Rodolfo. Isso me deixou muito assustada, e eu não conseguia escapar daquele pesadelo, o que acho que foi devido a ter bebido demais. Como já devem ter percebido, sou super fraca para bebidas.Espreguicei-me ainda deitada e percebi Rodolfo desmontado ao meu lado, com suas pernas sobre meu quadril. Ele é pesado, e com algum esforço, saí de lá sem acordá-lo. Ele parecia ter bebido bastante, pois exalava o aroma de álcool. Ainda sentada na cama, observei-o e sorri. Cada gesto de carinho que ele tem por mim triplica minha vontade de estar com ele, de estar próxima a ele. Já me sinto apegada ao seu modo de ser; penso que a convivência e
O problema do Rodolfo é não gostar de conversar sobre seus sentimentos ou preocupações e frustrações; percebo que ele ainda é muito fechado, tanto que até hoje ele não falou sobre o que descobriu a respeito do Vinicius. Desci e preparei o café da manhã de Rodolfo, arrumando tudo em uma bandeja.— Ele não vai descer? — perguntei a Bruna, que parecia distraída.— Não quer... Aconteceu alguma coisa, Bruna? Depois que ele me trouxe para dentro, dormi profundamente, mas o Rodolfo está estranho.— Ele não te falou nada?— Não, por acaso você sabe de algo?— Não... não, ele deve ter dormido mal.— Bruna, olha para mim! — insisti.— O que foi, Letícia? Agora tudo que acontece é culpa minha?— Espero que realmente não tenha acontecido nada, Bruna. O Rodolfo está sendo muito tolerante com você; outra pessoa já teria te expulsado e jogado para fora da casa dele.— Por quê? Não fiz nada.— Você passou o endereço dele para o Vinicius e não venha me dizer que isso não é nada. Vou subir, arrume-se
— Nunca achei que ouviria isso da minha diaba desbocada — ele sorriu.— Me aceita como sua diaba?— Você não sai mais da minha vida, eu não permito — disse ele, alisando meu rosto. Aproximei minha boca e beijei sua bochecha, depois caminhei meus beijos até a sua boca e mordi seus lábios. Ele introduziu a língua em minha boca e me beijou com seu beijo devorador.— Diaba linda — ele sussurrou, mordendo minha orelha. Mas ouvimos batidas na porta e, por um instante, pensei que fosse Bruna, mas ouvi a voz de Dona Madalena.— Senhor Barros, a senhora Selena tentou falar com o senhor sobre o jato — informou ela.Rodolfo sorriu, levantou-se e foi até a porta, abrindo-a.— Está preparado?— Sim, senhor.— O que faremos com a Bruna? — perguntei a ele, sem saber o que fazer.— A enviamos para que o diabo a carregue.— Rodolfo, pare com isso — repreendi, e Dona Madalena sorriu discretamente antes de se pronunciar.— Sua irmã saiu de mala e cuia.— O que? Agora? — perguntei, preocupada.— Sim, ela
RodolfoLetícia não se cansava de vasculhar meu computador. Já tinha revirado tudo, tal era sua curiosidade. Até deixara seu celular em minha mão, e as mensagens do tal Vinícius não paravam de chegar.Quando a última mensagem chegou, perdi a paciência, pois ele pedia novamente para encontrá-la. Gravando um áudio, enviei:— É a última vez que vou te avisar, pare de enviar mensagens para ela, ou você terá problemas comigo. Não estou brincando, entendeu? — enviei isso enquanto ela notava que era no seu celular e me lançou um olhar surpreso.— Nem pense em reclamar — ela disse, dando de ombros e continuando sua investigação no computador. Seus olhos estavam fixos na tela, vasculhando cada vestígio que aparecia nas pastas. Embora eu guardasse minhas investigações em pastas ocultas, parte de mim torcia para que ela encontrasse algo e finalmente descobrisse quem realmente era o ex, um hipócrita que se fazia de bonzinho na frente dela e por trás era o maior safado. Infelizmente, tive que inte