— Você ainda pode desistir. — Theo murmura para Wendy, ao vê-la paralisada na porta do apartamento de Ethan. — Nós damos um jeito. Wendy olha nos olhos de seu irmão, apreciando seu apoio incondicional. Por um momento, ela considera a possibilidade de desistir, mas a determinação toma conta de seu coração. Ela balança a cabeça, transmitindo a decisão tomada. — Theo, eu entendo que esteja preocupado comigo, mas já tomei minha decisão. Preciso fazer isso por mim e pela nossa família. Eu vou entrar nesse apartamento e cumprir com o compromisso que foi estabelecido. Theo suspira novamente, resignado, mas respeitando a escolha de sua irmã. Ele dá um abraço apertado em Wendy, desejando-lhe coragem e felicidade. Enquanto Wendy se aproxima da porta do apartamento de Ethan, seu coração bate acelerado. Ela respira fundo e toca a campainha, esperando com uma mistura de ansiedade e determinação. Após alguns instantes, a porta se abre, revelando Ethan parado diante dela. Ethan, alto e elegante
Logo que o juiz de paz deixa o apartamento, Ethan surge com um contrato para que Wendy assine. — Deixe o advogado dar uma lida e revisar, antes que você assine. — ele diz, esticando o papel na direção de Guilhermo. Em um rápido golpe, Wendy puxa a folha e se afasta um pouco. — Eu sou muito capaz de ler um documento. — Há termos que possam ser difíceis de você entender, Wendy. — Ethan responde, olhando o seu relógio de pulso. — Um advogado é a melhor pessoa para ler um contrato. Wendy o ignora totalmente e continua a ler o documento que está em mãos. Theo se vira para o novo cunhado e diz: — Wendy sabe o que faz. Ela fez advocacia. — Ah, é? — os olhos de Ethan brilham, ao olhar para Wendy novamente. Ele não imaginava que ela tivesse pretensões para sua vida. — Então me casei com uma advogada? — Quase. Ainda não fiz o exame da ordem. — Não? — Theo questiona, confuso. — Minha vida começou a afundar antes que eu fosse capaz de fazê-la. — Wendy coloca o contrato sobre a mesa e
Doze horas haviam se passado e Wendy permanecia dentro da cela. Cansada de esperar pelo seu direito de ligação, que lhe disseram só ser possível na manhã seguinte, ela estava adormecendo, quando os primeiros e tímidos raios solares passaram pelas pequenas grades da cela. — Ei, garota? — um guarda bateu com sua caneca de alumínio na grade, fazendo com que Wendy o olhe assustada. — Cinco minutos para fazer sua tão esperada ligação. Sentada na cama estreita, Wendy olhou em volta da cela. Era um espaço pequeno e frio, com paredes de concreto desgastadas e uma única janela gradeada que oferecia uma vista limitada para o céu londrino. Os sons abafados da movimentação na prisão ecoavam pelos corredores, indicando que mais um dia estava começando. Wendy se perguntava o que o dia lhe reservava. Ela ansiava pelo momento de ligar para o único telefone que ainda lembrava. O da casa que cresceu. Os cinco minutos se passam e o mesmo guarda se aproxima para abrir a cela. — Você só pode ligar
Algumas semanas haviam se passado desde o casamento de Wendy e Ethan. E ao contrário do que os dois um dia pensaram, eles não haviam se aproximado. Sequer tinham assuntos em comum. Wendy observou algumas coisas nas últimas semanas. Todos os dias, Ethan sai bem cedo, logo após o café da manhã que fazem em silêncio. Ao voltar pouco depois do entardecer, ele se enfia em seu quarto, sai apenas para jantar e permanece lá até o dia seguinte. Com exceção dos finais de semana. Sexta, sábado e domingo, Ethan chega após o trabalho e sai uma hora após o jantar. Uma noite, curiosa para saber a hora que ele voltava, Wendy ficou acordada e deixou a porta de seu quarto aberta. Três da manhã. Essa era a hora que Ethan chegava nos finais de semana. Obviamente que ela não se importava com onde e com quem ele estava. Ethan já havia deixado bem claro que ela era a única que devia fidelidade naquele casamento. Mas mesmo assim, uma pulga cismava em ficar atrás de sua orelha em relação àquelas saídas. E
— O seu o que? — É uma longa história... eu... — AQUI! — Heather grita e acena para alguém que estava do outro lado. — Você vai me contar essa história direitinho, mas preciso te apresentar alguém. — a mulher para quem Heather acenara se aproxima e é recebida com um grandioso beijo na boca, deixando Wendy ligeiramente constrangida. — Ah... delícia. Wendy, amiga, essa é Lisa. Minha namorada. Lisa, essa é a Wendy. Ela é... Heather é interrompida com sua apresentação, com o barulho do apito soado pelo apresentador. A luta estava começando. Monster tem pressa e soberba. Ele está confiante de que irá vencer aquele embate, quando tenta acertar o primeiro chute em Ethan. Blackwell desvia magicamente e zomba com a cara de seu oponente. Ele ergue seu punho direito e com rapidez, o levou na direção do rosto de Monster, quase lhe acertando um soco do lado esquerdo do rosto. Todo o público vibrava a cada golpe que eles erravam ou acertavam em seus oponentes. Wendy se sentia tão apavorada, m
Ethan teve uma infância e adolescência marcadas por desafios e adversidades que moldaram sua personalidade e o levaram a buscar uma vida de superação. Desde cedo, ele teve que lidar com situações difíceis que o colocaram à prova. Ethan cresceu em um bairro problemático, onde a violência e a criminalidade eram comuns. Sua família lutava para sobreviver financeiramente, o que resultava em um ambiente instável e cheio de tensões. Ele testemunhou brigas, vícios e a falta de perspectivas ao seu redor. Na escola, Ethan enfrentou bullying e discriminação por parte de seus colegas devido às suas origens humildes. Isso o tornou alvo constante de zombarias e provocação, o que afetou sua autoestima e confiança. Durante o auge da adolescência de Ethan, seu pai, Daniel Blackwell, envolveu-se em um negócio de importações de forma ilícita e arriscada. Vindo de uma família de origem modesta, Daniel estava determinado a oferecer uma vida melhor para sua esposa e seu filho. Um antigo amigo de Danie
Ethan soltou aquela frase e foi para o seu quarto. Wendy permaneceu olhando para o corredor, se questionando se aquilo daria certo. Na realidade, ela não conseguia parar de pensar na noite passada. Na luta e principalmente o choque que seus lábios sentiram, quando Ethan os beijara. E pensar naquilo por tanto tempo, deixava Wendy irritada. Ela não gostava de Ethan, mas também não o odiava por completo. A única coisa que Wendy precisava entender, era o porquê de ele forçar um casamento com uma garota que ele viu uma única vez e quando ela ainda era uma adolescente. Por que ele não seguiu em frente e buscou um relacionamento baseado em amor e conexão mútua? As dúvidas e questionamentos sobre os verdadeiros motivos de Ethan a deixavam inquieta. Ela não podia negar a ligeira atração que sentiu na noite anterior, mas também não queria ser apenas uma peça de um jogo que ela não entendia completamente. Wendy ainda estava sentada no sofá, quando Ethan surgiu com um conjunto de moletom difer
— A luta de hoje será gigante! Seu oponente é um ex bombeiro, quase sem experiencia com lutas, então será fácil. Ethan olha de lado para o treinador de sua academia, enquanto desconta sua raiva do mundo em um saco de areia. — Pense, Blackwell. — ele continua, fazendo Ethan revirar os olhos. — A luta de hoje pode levá-lo para outro patamar. Um que você jamais imaginou estar. Ele continuou a desferir golpes no saco de areia com força, sentindo a tensão em seus músculos. Ele não conseguia deixar de pensar nas palavras do treinador e na luta que o aguardava. A raiva que o atormentava parecia se acumular a cada soco, como se ele quisesse extravasar todas as frustrações de sua vida naquele momento. — Pense no que, exatamente? — respondeu Ethan com certa impaciência. — Eu vou lutar, vencer e pronto. Não é isso que você quer ouvir? O treinador sacudiu a cabeça, parecendo não se impressionar com a atitude de Ethan. — Não, Ethan. Eu quero que você pense no porquê está lutando. Não apenas