O silêncio no carro era quebrado apenas pelo som do motor e pelas respirações irregulares de Emily, que tentava conter as dores. Wendy dirigia com uma mão firme no volante e a outra pousada suavemente sobre o joelho de Emily, tentando oferecer algum conforto. — Já estamos chegando. Respira fundo, querida. Lembra do que te ensinei? Inspira por quatro tempos, expira por quatro. Emily seguiu as instruções, embora suas mãos ainda tremessem em cima da barriga. — Wendy... e se for o bebê? — sussurrou Emily, olhando para ela com olhos arregalados e cheios de medo. Wendy manteve os olhos fixos na estrada, mas sua voz saiu firme e tranquilizadora. — Se for, estamos preparadas. Você é mais forte do que pensa, Emily. E não importa o que aconteça, eu estou aqui com você. Nós vamos passar por isso juntas, entendeu? Emily assentiu, respirando fundo. — Obrigada... — murmurou baixinho. Wendy estacionou o carro na entrada da emergência do hospital e correu até o lado do passageiro para ajudar
Antes mesmo que o celular de Wendy despertasse, ela sentiu um braço firme envolver sua cintura, puxando-a para mais perto, e uma boca quente e molhada depositar beijos suaves em seu pescoço. — Bom dia, amor. — Ethan sussurrou, sua voz rouca e carregada de desejo, enquanto seus lábios deslizavam pela pele dela. Wendy sorriu preguiçosamente, seus olhos ainda fechados, e moveu-se levemente contra ele, roçando a curva de sua bunda na ereção evidente que o pijama dele mal escondia. — Hmmm... que jeito bom de acordar. — murmurou ela, a voz arrastada pelo sono. Ethan riu baixo, apertando-a contra si e espalhando mais beijos pelo ombro exposto dela. — Parabéns pelos nossos cinco meses, Sra. Blackwell. — disse ele, mordiscando suavemente sua orelha. Wendy abriu os olhos, finalmente virando-se para encará-lo. Seu sorriso era travesso, mas cheio de carinho. — Parabéns para nós, Sr. Blackwell. Quem diria que chegaríamos até aqui? — Eu sempre soube. — respondeu ele, inclinando-se para capt
Na calçada do outro lado da rua, iluminada pela luz amarelada dos postes, estava Eda. Ela não se movia, apenas observava, com um olhar penetrante que atravessava a distância e fazia a espinha de Wendy se arrepiar. Vestida de forma simples, com aparência mais velha e uma expressão que misturava calma e frieza, sua presença era tão imponente quanto aterrorizante. Wendy sentiu o corpo ficar tenso, o que não passou despercebido por Ethan. — O que foi? — ele perguntou, afastando-se levemente para olhar para ela. Wendy tentou encontrar as palavras, mas sua garganta parecia ter secado. Olhando nos olhos verdes e preocupados de Ethan, ela murmurou: — É ela..., é minha mãe. Ethan imediatamente se virou, olhando na mesma direção que ela olhara anteriormente. — Onde? Wendy olha novamente para a porta, para a mesma calçada que tinha visto sua mãe. Mas ela estava vazia. Wendy piscou várias vezes, o coração ainda batendo como um tambor no peito. A calçada estava completamente vazia agora,
Assim que a conta foi paga e eles se levantaram para sair, Wendy sentiu as preocupações voltarem com força total. Ela pegou sua bolsa e seguiu Ethan até a porta do restaurante. — Você veio de carro? — perguntou ela, tentando desviar a mente do que havia visto mais cedo. — De aplicativo. — respondeu Ethan com um sorriso casual. — Então você vai ser a motorista da noite. Wendy sorriu de leve, mas havia um nó apertando seu estômago. — Certo. Vamos para o carro, então. Ao saírem do restaurante, Wendy imediatamente começou a olhar ao redor, os olhos percorrendo cada rosto nas calçadas, cada canto das ruas iluminadas pela luz amarelada dos postes. Ela procurava por qualquer sinal de Eda, tentando capturar algum vestígio da presença perturbadora que tinha visto antes. — Você está bem? — Ethan perguntou, percebendo o comportamento inquieto dela. — Estou. — ela respondeu rapidamente, mas sua voz estava tensa. Enquanto caminhavam até o carro, Wendy sentiu o olhar atento de Ethan sobre e
O quarto estava envolto em uma tensão silenciosa, quebrada apenas pelo som da respiração pesada de Emily e as palavras suaves de encorajamento de Wendy. As luzes estavam ajustadas para um tom suave, criando uma atmosfera mais acolhedora, enquanto a equipe médica se preparava. Emily estava reclinada na cama, suando, com o rosto vermelho de esforço. Suas mãos agarravam firmemente as laterais da cama, e Wendy segurava sua mão direita com força, oferecendo apoio emocional a cada contração. — Emily, você está indo muito bem. — incentivou Wendy, olhando diretamente nos olhos da jovem. — Respire fundo. O Jasper está quase aqui. O obstetra, posicionado ao pé da cama, monitorava cuidadosamente o progresso. — Está na hora, Emily. Quero que você empurre na próxima contração. — disse ele, com uma voz calma e firme. Emily assentiu, lágrimas escorrendo por seu rosto, tanto pela dor quanto pela emoção. Quando a próxima contração veio, ela gritou, colocando toda a força em seu corpo enquanto emp
Depois de se certificarem de que Emily e Jasper estavam confortáveis e bem cuidados pela equipe médica, Wendy inclinou-se para a jovem e tocou suavemente sua mão. — Eu vou levar seu pai para casa para ele descansar um pouco, mas volto logo para passar a noite com você, tudo bem? — disse Wendy com um sorriso suave. Emily assentiu, o rosto ainda exausto, mas iluminado pela alegria de segurar Jasper. — Obrigada, Wendy. Por tudo. — respondeu Emily, com sinceridade nos olhos. Wendy beijou a testa de Emily, olhou para o bebê dormindo e sorriu antes de chamar Ethan para irem embora. No caminho para casa, Ethan permaneceu em silêncio, parecendo absorto em seus pensamentos. Wendy, por outro lado, sentia seu coração pesado de emoção, as palavras que desejava dizer a ele pulsando em sua mente. Quando chegaram em casa, Ethan, ainda um pouco abalado pelo cansaço emocional do dia, sentou-se no sofá da sala com um suspiro profundo. Wendy o observou por um instante antes de se aproximar e sentar
Emily precisou ficar no hospital por dois dias, tempo necessário para monitorar sua recuperação e garantir que tanto ela quanto Jasper estivessem bem. Durante esse período, Wendy permaneceu ao lado dela, raramente saindo do quarto, exceto para buscar algo necessário ou dar notícias a Ethan. Ter visto sua mãe com Jasper nos braços, não saía da mente de Wendy. A cena a assombrava, como um eco do passado que ela lutava para esquecer, mas que parecia decidido a retornar. Ela tentava manter a compostura, focando em Emily e Jasper, mas o medo de que Eda pudesse aparecer novamente era constante. Durante uma madrugada silenciosa no hospital, enquanto Emily e Jasper dormiam, Wendy se sentou na poltrona ao lado da cama. Ela observava o pequeno bebê com uma mistura de amor e preocupação, suas mãos entrelaçadas em um gesto inconsciente de nervosismo. — Eu não vou deixar nada acontecer com você. — murmurou, quase como uma promessa para o pequeno Jasper. Na manhã seguinte, enquanto ajudava Emil
Londres, 2013. — Isso é ridículo! Eu não posso aparecer na frente de toda aquela gente, usando essa coisa horrenda. — Seu pai escolheu. Você está mais do que careca que saber, que as decisões do seu pai são irrefutáveis. Wendy encara o espelho mais uma vez e cruza os braços, extremamente irritada. Ela chega à conclusão de que seu pai só pode enxergá-la como uma palhaça, para fazer com que vista aquele vestido roxo todo armado e com mangas bufantes. — É meu aniversário de quinze anos. Eu deveria ter pelo menos o direito de escolher o que vestir. Abby, a babá de Wendy, apenas encolhe os ombros e sorri para a menina através do espelho. — Você sabe que não é apenas o seu aniversário. — a velha mulher diz, abraçando a garota de lado. — E não importa a roupa que você vista, menina. Você sempre estará linda. — Sua opinião não vale, babá. Eu duvido que Steve vá me achar bonita dentro desse troço enorme e roxo. — Claro que... Abby teve sua fala cortada, pela presença de uma das em