DIMITRI NARRANDOMeu irmão e eu tivemos uma discussão feia no quarto do hospital, e eu vi que a cara de Elena não estava boa para nenhum dos lados: Nem para mim, nem para o meu irmão. Acho que no final das contas, ela está ficando de saco cheio da família Russo.Eu arrastei meu irmão pelo braço para fora do quarto de Elena.— Se for pra você for continuar tratando a Elena assim, é melhor você ir embora pra sempre da vida dela. — Meu irmão disse. — Ela perdeu a memória há três anos... Você devia ter piedade. Ela não consegue se lembrar das coisas mesmo, e você continua insistindo que ela é uma pessoa má por causa da maldita da Elle! A Elle sim que é má! — Timmy gritou. — Mas continue. Assim, ela vai olhar pra mim com outros olhos e perceber quem deveria se casar com ela, afinal. — Timmy piscou um dos olhos para mim.— Tá apaixonado pela minha mulher? — Eu questionei e ele começou a rir.— Ela não é nem nunca será sua! Você quebrou o coração dela em mil pedaços com esse seu jeito ridíc
ELENA NARRANDOEu acabei adormecendo por causa da medicação que estão me dando depois da pequena cirurgia no braço que fiz. No final das contas deu tudo certo, e em breve irei para casa. Foi a semana mais insuportável da minha vida. Ter que aguentar o surto dos Russo e as humilhações de Elle foram demais pra mim.Timmy entrou de repente no quarto e eu acabei acordando. Arregalei os meus olhos quando o vi se aproximando de mim. Eu confesso que tenho um pouco de medo dele: Vez ou outra ele é legal, e vez ou outra ele me faz sentir um lixo. É difícil conviver com alguém tão imprevisível como ele.— Por que você ainda está aqui, Timmy? Vai embora, por favor... — Pedi, olhando para baixo, e ele negou com a cabeça.— Não, eu vou ficar. — Disse. — Eu trouxe uma coisa pra você.Timmy se aproximou o suficiente para me entregar a foto que havia roubado de mim, e eu a peguei. Eu o olhei nos olhos e fiz aquela pergunta que devia ter feito há muito tempo:— É seu irmão me carregando na foto desse
DIMITRI NARRANDOPor mais que eu quisesse me desculpar com Elena, sinto que não estou pronto para colocar todas as cartas na mesa. Tenho pensado em Elena como minha esposa verdadeira, e não como um contrato de casamento. Talvez eu deva mesmo assumir esse sentimento mesmo sem entender direito. É complicado pra mim, eu não sei o que pensar depois de tudo que tem acontecido. Me apaixonar pela Elena não era uma opção... Principalmente considerando que meu irmão fica em cima dela como uma mosca zanzando ao redor de uma sopa. Me dá uma raiva isso... Será que ele não percebe o quanto está sendo inconveniente?Antes que eu pudesse terminar minha conversa com Elena, o médico entrou acompanhado por Timmy. Eu olhei para Timmy de cara feia, mas ele nem ligou, fingiu que não era com ele.— Boas notícias: Elena pode continuar o tratamento em casa! — O médico disse e ela ergueu uma das mãos para o céu.— Graças a Deus, não aguento mais ficar aqui nesse hospital, sinceramente... — Ela disse e eu dei
DIMITRI NARRANDOEstamos no carro e eu estou olhando para Elena. Acabamos de ter uma conversa que me deixou sorridente. Fechei meus olhos, respirei fundo e me preparei para ligar o carro, mas antes de ligar o carro, vi uma pequena confusão no estacionamento: Era meu irmão e Elle, os dois estavam correndo em direção ao carro. Meu irmão agarrou o braço de Elle e começou a gritar com ela.— Volta aqui, sua piranha! — Ele gritou.— Eu preciso falar com o Dimitri, me solta! — Elle gritou de volta, tentando se soltar.— Você não vai falar porcaria nenhuma com ele, vai deixar a Elena e o Dimitri em paz! — Timmy gritou.— Quem você pensa que é pra decidir pelo seu irmão? Ele quer a mim, não a Elena! — Elle disse, e meu irmão negou com a cabeça.— Você acha? Porque não é isso que eu vi nos últimos dias. — Timmy falou a olhando de forma vitoriosa. — Ele parece bem interessado na Elena agora, e você ficou pra trás, sabe por quê? Porque você é uma piranha sem coração! — Ele gritou.— Piranha sem
ELENA NARRANDOAquele beijo que Dimitri me deu foi diferente dos outros. Eu senti a diferença dos outros beijos que trocamos, e esse com certeza teve algo a mais. É como se Dimitri estivesse tentando expressar, através daquele beijo, o que sente por mim. Sei de tudo que ele me fez e sei que ele não foi uma boa pessoa pra mim por muito tempo, mas as coisas tem mudado. Eu vejo como ele tem me tratado. Será que ele está indo na terapia? Porque o comportamento dele tem realmente ficado melhor.Enquanto ele me beijava, e eu me entregava ao beijo, comecei a sentir que as coisas estavam saindo um pouco do controle. Bom, eu não quero ter minha primeira vez machucada e com o braço engessado, sem poder me mexer direito.— Ei... É melhor pararmos por aqui... — Eu sussurrei em meio ao beijo e ele afastou o rosto do meu apenas o suficiente para olhar em meus olhos.— Hm, me desculpa. Não quis desrespeitar você. — Ele falou e sorriu de leve, saindo de cima de mim.— Não, não... Eu queria aquilo, nã
ELENA NARRANDOAcordei na manhã seguinte e Dimitri já não estava no quarto. Me levantei e coloquei uma roupa, e enquanto me trocava, me lembrei das doces cenas de ontem a noite. A forma como Dimitri me tocava, os beijos, sua pele na minha... Tudo aquilo me causou sensações que nunca senti. Acho que estou me apaixonando por ele de um jeito que nunca me apaixonei por outro homem. Isso me preocupa.E se de repente ele desiste disso? E se ele voltar a acreditar na Elle e tudo mais? Eu não sei o que dizer.Quando saí do quarto, fiquei surpresa ao ver que a empregada da mansão estava limpando tudo no apartamento. Havia um lindo café da manhã posto à mesa e Dimitri estava sentado, comendo.— Você tinha dito que estávamos sozinhos... — Eu falei, meio assustada. Pensei que talvez a empregada pudesse ter ouvido tudo que fizemos durante a noite.Pensar nisso me fez sentir muita vergonha. Ele negou com a cabeça e puxou uma cadeira ao lado dele.— Vem cá, senta aqui. A funcionária só chegou hoje d
ELENA NARRANDODimitri estava usando o telefone para trabalhar. Parecia extremamente preocupado, mas não parecia querer dividir suas preocupações comigo, infelizmente. Eu queria que ele fosse mais aberto, mas tudo bem, uma coisa de cada vez. Nem consigo acreditar que as coisas estão tão bem... E que ele gosta de mim do jeito que demonstra.— Alô? — Ele atendeu o telefone e começou a conversar. — Sim, isso mesmo. O quê? Você recebeu uma informação do XX? Eu não acredito. — Eu olhei pra ele meio sem entender, mas então, ele me olhou contente. Aquilo parecia importante para ele.— Vai lá ver o que é. Eu vou ficar bem. — Sussurrei e ele concordou com a cabeça.— Certo, eu estou indo pra empresa. — Ele desligou o telefone e se aproximou de mim. — Obrigado por compreender.— Imagina. Eu estou bem e a funcionária está aqui, qualquer coisa eu peço a ela alguma ajuda. — Falei.— Não hesite em me ligar se precisar de algo, tá? — Ele disse e levou as duas mãos até meu rosto, beijou minha testa d
ELENA NARRANDOVocê já se apaixonou verdadeiramente por alguém? Quando nos apaixonamos, parece que tudo muda. É como se a base da nossa sobrevivência fosse o amor. Conversando com meu avô um pouco depois do acidente, ele me contou que quando eu era pequena, me apaixonei por um garoto no jardim da infância. Eu sempre dizia que me casaria com ele... O nome dele era Zyon, ele tinha os olhos da cor do céu. Eu não me lembro da sensação de ser apaixonada por Zyon, mas sei que ele foi meu primeiro amor. De acordo com meu avô, passei toda a primeira série apaixonada por ele... Até que um dia, ele decidiu sentar do meu lado no ônibus escolar e dar a mão pra mim. Eu cheguei falando que iríamos nos casar, que ele estava apaixonado por mim e todas essas coisas que crianças falam. O grande problema foi que no dia seguinte, ele estava de mãos dadas com outra menina da minha sala... E eu tive meu primeiro coração partido. Eu era só uma criança, com seu primeiro amor infantil, que sofria as consequên