Capítulo 1 –
Isabela Eu nunca fui do tipo que foge de uma disputa, especialmente quando sei que estou preparada para vencer. O salão de conferências estava lotado, a luz suave refletindo nas taças de champanhe que passavam pelas mãos dos mais influentes empresários do país. As vozes ecoavam pelo ambiente, mas eram apenas murmúrios distantes enquanto meus olhos se fixavam nele. Carlos Albuquerque. Ele estava lá, como sempre, imponente, um predador observando seu território. Era difícil ignorá-lo, mesmo quando eu sabia que o melhor seria fazer isso. A cada passo que eu dava, o olhar dele me seguia, me analisando. Eu odiava admitir, mas sempre existia uma tensão quando ele estava por perto. E, dessa vez, o ambiente de luxo só acentuava isso. As paredes de vidro do salão refletiam a cidade abaixo, iluminada pela noite, e eu sabia que aquela noite não terminaria apenas com um aperto de mãos entre empresários. Peguei uma taça de champanhe da bandeja de um garçom e segurei firme, meu sorriso nunca vacilando. Eu me aproximei dele com a mesma confiança de sempre, meus saltos ecoando pelo mármore polido. Vestida em um vestido preto que abraçava meu corpo de forma precisa, eu estava pronta para o que viesse. Sempre estive. — Isabela Andrade — Sua voz grave rompeu o ar antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa. Era como se ele estivesse esperando por mim. Carlos sorriu, e aquele sorriso irritante que sempre parecia dizer “eu já ganhei” surgiu em seus lábios. Ele era um homem que sabia do impacto que causava. Moreno, com cabelos castanhos perfeitamente penteados, sua presença era tão marcante quanto a dele nos negócios. O terno que vestia parecia feito sob medida para ele, como tudo em sua vida. Perfeito. Calculado. Controlado. — Carlos Albuquerque — respondi, sem desviar o olhar. Encarei-o diretamente, mantendo o tom firme, mas com uma pitada de provocação. — Imagino que não tenha vindo apenas para observar meu sucesso de perto. Ele riu baixo, inclinando-se ligeiramente para a frente, seus olhos faiscando como se o jogo acabasse de começar para ele. — Vamos ver se o seu sucesso vai durar até o final da noite. O tom desafiador me fez arquear uma sobrancelha. Ele realmente acreditava que poderia me desestabilizar? Eu não cheguei tão longe cedendo a provocações. O ambiente ao redor parecia se fechar enquanto a tensão entre nós crescia. As pessoas conversavam em volta, mas o salão poderia estar vazio para mim. Só havia eu e ele. E o jogo que estávamos prestes a jogar. Carlos Desde o primeiro dia que a vi na faculdade, Isabela sempre foi… intrigante. Nunca uma mulher me desafiou tanto. A maioria tentava se aproximar, ceder ao charme que eu sempre soube que tinha, mas ela, não. Ela mantinha uma distância fria, como se já soubesse que podia ser melhor que eu em muitos aspectos. Hoje, anos depois, isso estava mais claro do que nunca. Isabela havia crescido, se transformado em uma mulher ainda mais poderosa. Não só nos negócios, mas em cada gesto, cada palavra calculada. E isso me fazia admirá-la e querer derrotá-la ao mesmo tempo. Eu dei um passo para frente, encurtando a distância entre nós, e olhei diretamente em seus olhos. O desafio estava lançado, e eu sabia que ela adorava tanto quanto eu. — Achei que você estaria mais feliz em me ver, — provoquei, observando-a com atenção. Ela não demonstrou nenhum sinal de desconforto, mantendo-se no controle, como sempre. — E por que estaria? — Ela respondeu com um sorriso leve, cruzando os braços. — A única coisa que estou vendo aqui é um concorrente que precisa aceitar que perdeu. Eu sorri, mais para mim mesmo do que para ela. Ela não fazia ideia do que eu tinha planejado para aquela noite. E isso só tornava o jogo ainda mais interessante.Capítulo 2 – IsabelaEu sabia que Carlos estava tramando algo. Ele sempre tinha um plano, uma jogada escondida para virar o jogo a seu favor. O problema é que, desta vez, ele estava jogando contra mim. E eu não sou o tipo de mulher que se deixa intimidar por um sorriso ou uma estratégia bem traçada.O evento continuava ao nosso redor, vozes, risos e conversas paralelas enchendo o salão. Eu mantive meu olhar firme nele, analisando cada movimento, cada pequena mudança de expressão. Carlos tinha um dom para esconder suas intenções, mas eu já o conhecia o suficiente para saber que, quando ele ficava em silêncio por muito tempo, algo grande estava prestes a acontecer.— O que você está armando, Carlos? — perguntei, sem rodeios.Ele ergueu uma sobrancelha, fingindo surpresa. Seus olhos castanhos escuros brilharam sob as luzes do salão, e por um segundo, ele desviou o olhar para a grande janela de vidro atrás de mim, como se a cidade iluminada fosse mais interessante do que eu.— Sempre tão
Capítulo 3 CarlosEnquanto o uísque descia quente pela minha garganta, eu observava Isabela se misturar com os investidores e diretores ao redor da mesa. Ela tinha aquele jeito de controlar o ambiente sem precisar falar alto, apenas com sua presença. Seu vestido preto ressaltava suas curvas perfeitamente esculpidas pela academia, e sua postura confiante a tornava o centro de atenção em qualquer lugar que estivesse.Mas eu não estava interessado apenas na beleza de Isabela. O que me atraía mais era o seu cérebro afiado, a mente que estava sempre um passo à frente… Ou pelo menos ela pensava assim. A verdade é que eu já tinha colocado a primeira peça do meu jogo em movimento. E agora era só uma questão de tempo até ela perceber que estava na mira.Isabela não sabia, mas eu havia adquirido parte de uma empresa fornecedora estratégica para os projetos dela. Era uma jogada arriscada, mas uma que poderia me dar vantagem. Sabia que ela odiaria descobrir que sua operação dependia, em parte, d
Capítulo 4 IsabelaO dia amanheceu claro, mas eu já estava acordada há horas. A insônia me acompanhava desde a última grande negociação. Dormir era impossível quando você tem uma empresa para liderar e um concorrente a altura para vigiar. Carlos Albuquerque. O nome dele soava como uma nota dissonante em minha mente.Levantei-me e me preparei para mais um dia de batalha. Olhei meu reflexo no espelho: cabelo castanho cacheado solto, olhos ligeiramente cansados, mas ainda com aquele brilho que não deixava dúvidas de quem eu era. Eu sabia que o jogo estava em andamento, e cada movimento agora precisava ser calculado. Carlos era esperto, talvez mais do que eu estava disposta a admitir. E a atração que crescia entre nós era um empecilho no que deveria ser uma disputa profissional.Peguei meu telefone e mandei uma mensagem para Pedro:“Preciso que você me atualize sobre os contratos que mencionei ontem. Quanto antes soubermos o que está acontecendo, melhor.”Meu dedo hesitou por um momento.
Capítulo 5 IsabelaEu sempre soube que o poder era uma faca de dois gumes. Quanto mais você tem, mais inimigos aparecem. Mas o que me deixava intrigada era o quanto Carlos se dispunha a me desafiar diretamente. O homem era ousado, e isso me deixava alerta… e curiosa.Depois da reunião com a equipe jurídica, eu sabia que precisava agir rápido. Meu plano de fusão ainda estava em desenvolvimento, mas agora eu teria que acelerar o processo. Não poderia perder tempo enquanto Carlos jogava sujo. Eu teria que ser ainda mais estratégica e inteligente para não deixar que ele tomasse o controle.O escritório estava tranquilo quando recebi a ligação. Era Pedro, como de costume, sempre atento aos detalhes que eu pedia para monitorar.— Isabela, acabei de descobrir algo importante. — Sua voz parecia ainda mais grave do que o normal.— O que foi? — perguntei, girando minha cadeira para olhar pela janela, a cidade abaixo iluminada pelas luzes de fim de tarde.— Carlos está comprando ações de uma da
Capítulo 6 IsabelaA noite estava fria quando pisei no terraço do prédio. As luzes da cidade brilhavam ao fundo, criando um cenário quase cinematográfico. Carlos sabia como escolher o ambiente certo para seus encontros – dramático e repleto de significado. Era típico dele, sempre gostando de criar tensão no ar, como se cada gesto fosse cuidadosamente ensaiado para me desestabilizar.Vesti meu casaco mais elegante, sem perder a oportunidade de causar uma impressão. Se ele queria uma dança, eu estava mais do que preparada para o desafio.Ele já estava lá, de pé perto da borda do terraço, observando as luzes lá embaixo. A brisa noturna bagunçava levemente seu cabelo castanho e ele estava impecavelmente vestido, como sempre. Quando me aproximei, Carlos se virou lentamente, um sorriso provocador nos lábios.— Pensei que talvez não viesse — ele disse, a voz baixa e carregada de intenção.Eu sorri de volta, mas mantive a distância. Não deixaria que ele visse qualquer sinal de fraqueza.— Ac
CarlosEu sabia que ela estaria preparada para resistir, mas cada palavra dela me fazia ter mais certeza de que Isabela era uma adversária à altura. O que eu não esperava era que essa resistência fosse exatamente o que tornaria a atração entre nós tão inevitável. Ela não cedia, não se dobrava, e, no fundo, eu sabia que esse jogo de poder que jogávamos não era apenas sobre negócios ou liderança. Era algo mais profundo, algo que nos desafiava e ao mesmo tempo nos aproximava.Saí do terraço, ainda sentindo o vento frio bater em meu rosto. Minhas mãos estavam nos bolsos do casaco enquanto eu descia as escadas em direção ao elevador, mas minha mente estava a mil. Isabela era diferente de qualquer outra mulher que eu já havia conhecido, e isso mexia comigo de uma maneira que eu não podia controlar.As palavras dela ainda ecoavam em minha mente: “Você não vai conseguir.” Aquilo era um desafio, claro. E eu adorava desafios. Ela poderia se esconder atrás da sua fachada de mulher inabalável, ma
O Jogo de Poder ContinuaIsabelaA noite foi longa e cheia de pensamentos que não me deixavam dormir em paz. Eu sabia que o dia seguinte seria decisivo, e, por mais que tentasse me convencer de que estava no controle, algo dentro de mim não parava de girar. Me revirei na cama por horas, repassando cada palavra, cada gesto trocado com Carlos. Mas agora era manhã, e eu precisava estar pronta para o próximo movimento.Vesti-me com cuidado, escolhendo um conjunto que transmitisse autoridade e confiança. Meu blazer preto ajustado, com uma calça de alfaiataria e os sapatos de salto alto, me deixavam com uma postura firme, como se cada passo meu fosse uma declaração de que estava pronta para o que viesse.— Hoje não é dia de ceder — murmurei para mim mesma, ajustando o batom vermelho no espelho. — O jogo só está começando.Saí do meu apartamento com a mente focada, ignorando as borboletas que insistiam em voar no meu estômago sempre que pensava em Carlos. O ar da manhã estava fresco, e o sol
A Próxima JogadaCarlosO fim daquela reunião deveria ter me deixado satisfeito, mas, em vez disso, saí sentindo um desconforto que não estava acostumado a experimentar. Isabela havia conduzido tudo com uma maestria que eu não tinha antecipado. Claro, eu sabia que ela era brilhante, mas ver seu domínio, sua calma sob pressão, me fez admirá-la ainda mais. E, ao mesmo tempo, me fez querer ganhar dela com mais fervor.Ela pensava que o jogo estava apenas começando. Mas eu já estava três passos à frente.Observei Isabela se afastar após o nosso último confronto de olhares, com o seu salto alto ecoando pelo corredor. Ela estava confiante, e com razão. Havia segurado bem as rédeas daquela negociação. Só que o jogo de poder entre nós não estava limitado a uma reunião de negócios. Ele transcendia isso. Era pessoal. Muito pessoal.Peguei meu telefone, discando para um número que raramente usava. Uma voz familiar atendeu após o segundo toque.— O que temos sobre a expansão dela? — perguntei, di