A Primeira Manobra

Capítulo 2 –

Isabela

Eu sabia que Carlos estava tramando algo. Ele sempre tinha um plano, uma jogada escondida para virar o jogo a seu favor. O problema é que, desta vez, ele estava jogando contra mim. E eu não sou o tipo de mulher que se deixa intimidar por um sorriso ou uma estratégia bem traçada.

O evento continuava ao nosso redor, vozes, risos e conversas paralelas enchendo o salão. Eu mantive meu olhar firme nele, analisando cada movimento, cada pequena mudança de expressão. Carlos tinha um dom para esconder suas intenções, mas eu já o conhecia o suficiente para saber que, quando ele ficava em silêncio por muito tempo, algo grande estava prestes a acontecer.

— O que você está armando, Carlos? — perguntei, sem rodeios.

Ele ergueu uma sobrancelha, fingindo surpresa. Seus olhos castanhos escuros brilharam sob as luzes do salão, e por um segundo, ele desviou o olhar para a grande janela de vidro atrás de mim, como se a cidade iluminada fosse mais interessante do que eu.

— Sempre tão desconfiada, Isabela. Você acha que tudo é um jogo?

— Com você, sempre é — repliquei, com uma ponta de sarcasmo.

Carlos deu um passo à frente, mais perto do que eu gostaria. O cheiro de seu perfume amadeirado invadiu meus sentidos, me fazendo lembrar do quanto ele era perigoso. Um predador disfarçado de cavalheiro.

— Talvez seja apenas minha presença que te faz ficar na defensiva — ele sorriu, com aquele tom confiante que eu odiava tanto quanto admirava.

Tentei não revirar os olhos e manter a postura. De todas as qualidades de Carlos, a que mais me irritava era a sua certeza de que ele tinha efeito sobre mim. E talvez ele tivesse, de certa forma. Mas isso não significava que eu iria ceder a qualquer provocação.

— Se eu estou na defensiva, é porque você nunca j**a limpo, Carlos. Nós dois sabemos disso. — Dei um passo atrás, criando a distância que ele havia encurtado. — Agora, se me der licença, eu tenho coisas mais importantes para fazer.

Antes que ele pudesse responder, me virei e comecei a caminhar em direção à mesa principal. Eu sabia que ele me observaria ir embora. Carlos adorava controlar as coisas, e nada o deixava mais frustrado do que perder o controle de uma situação. E agora, eu estava no comando.

Carlos

Eu a observei enquanto ela se afastava, e não pude evitar o sorriso que se formou nos meus lábios. Isabela achava que estava no controle, mas ela mal sabia o que eu estava planejando. Ela era brilhante nos negócios, com uma mente afiada e uma postura impecável, mas ainda havia muito que ela não entendia sobre mim. Eu não estava apenas interessado em derrotá-la nos negócios. Havia algo a mais.

A verdade era que Isabela sempre mexeu comigo. Desde os tempos da faculdade, quando nossas conversas eram curtas e formais, algo nela sempre me chamou atenção. Talvez fosse a forma como ela se recusava a ser uma entre tantas outras. Isabela sempre se destacava, seja pela sua presença ou pela sua inteligência. E agora, com os anos, ela havia se tornado uma mulher que me atraía ainda mais.

Mas eu não podia deixar que isso interferisse nos meus planos. O jogo que estávamos jogando era maior do que uma simples atração. Era uma batalha de poder, uma disputa para ver quem conseguia dominar o outro, e eu não pretendia perder.

Peguei um copo de uísque no bar e me permiti alguns segundos de contemplação. Isabela estava prestes a descobrir que as próximas semanas seriam decisivas para nós dois. Eu tinha feito uma jogada arriscada nos negócios e ela estava prestes a descobrir que sua empresa estava em uma posição vulnerável.

Eu sabia que, quando ela descobrisse, haveria uma explosão. Isabela nunca aceitava ser superada, e eu estava preparado para isso. O que ela não sabia é que eu estava mais interessado em vê-la reagir do que em realmente derrotá-la. No fundo, parte de mim queria saber como ela lidaria com o fato de que, desta vez, eu estava um passo à frente.

Isabela

De volta à mesa, onde alguns dos principais investidores da minha empresa estavam sentados, eu tentei afastar os pensamentos sobre Carlos. Concentrei-me em reforçar os laços com os meus parceiros. Sabia que, nos negócios, confiança era tudo, e eu precisava que meus investidores confiassem em mim para os próximos projetos. Mal sabia eu que Carlos estava mexendo os pauzinhos para me colocar em uma posição difícil.

Mas havia algo em mim que já estava em alerta. Eu conhecia aquele olhar. Carlos estava planejando algo, e eu não tinha a menor intenção de deixá-lo me pegar desprevenida. Eu também tinha minhas jogadas. O que ele não sabia é que eu sempre estava preparada para o próximo movimento.

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