Capítulo 5
Isabela Eu sempre soube que o poder era uma faca de dois gumes. Quanto mais você tem, mais inimigos aparecem. Mas o que me deixava intrigada era o quanto Carlos se dispunha a me desafiar diretamente. O homem era ousado, e isso me deixava alerta… e curiosa. Depois da reunião com a equipe jurídica, eu sabia que precisava agir rápido. Meu plano de fusão ainda estava em desenvolvimento, mas agora eu teria que acelerar o processo. Não poderia perder tempo enquanto Carlos jogava sujo. Eu teria que ser ainda mais estratégica e inteligente para não deixar que ele tomasse o controle. O escritório estava tranquilo quando recebi a ligação. Era Pedro, como de costume, sempre atento aos detalhes que eu pedia para monitorar. — Isabela, acabei de descobrir algo importante. — Sua voz parecia ainda mais grave do que o normal. — O que foi? — perguntei, girando minha cadeira para olhar pela janela, a cidade abaixo iluminada pelas luzes de fim de tarde. — Carlos está comprando ações de uma das nossas subsidiárias menores. Ele está tentando consolidar poder dentro da nossa própria rede. Respirei fundo. Não era surpresa que Carlos faria esse movimento, mas agora era um jogo de xadrez. Cada passo precisava ser calculado com precisão. Ele estava tentando se aproximar o suficiente para me derrubar por dentro. — Isso confirma o que já suspeitávamos — respondi. — Aumente a supervisão nas áreas mais vulneráveis. Quero que monitore cada movimento de Carlos com a máxima atenção. Eu preciso estar à frente dele, sempre. Pedro assentiu do outro lado da linha e eu desliguei, sabendo que tinha que agir rápido. A fusão seria anunciada em breve, e isso poderia virar o jogo a meu favor. Mas, para vencer Carlos, eu teria que ser mais do que esperta; teria que ser implacável. E eu estava disposta a fazer o que fosse necessário. Carlos A noite caía e, no topo do meu edifício, eu observava o horizonte, a mente ocupada com o próximo passo. Eu não estava interessado em vencer Isabela apenas para satisfazer meu ego. Não, isso era muito mais profundo. Era sobre conquistá-la de verdade, vê-la perder o controle que tanto prezava e reconhecer que, no final, éramos mais parecidos do que ela queria admitir. Mariana tinha feito bem em me alertar sobre a fusão. Mas eu não confiava plenamente nela. Mariana sempre teve seus próprios interesses, e era fácil notar sua inveja de Isabela. Ela queria minha atenção, e isso a tornava um tanto imprevisível. Eu precisava ter cuidado. Peguei meu celular e liguei para minha equipe jurídica. Havia uma movimentação importante acontecendo no mercado, e eu precisava estar preparado. Isabela não era do tipo que recuava. Ela jogava para ganhar, e, dessa vez, eu teria que estar um passo à frente. Enquanto esperava do outro lado da linha, um pensamento me ocorreu: talvez eu estivesse fazendo tudo isso errado. Ao tentar vencer Isabela nos negócios, eu estava caindo no jogo dela, alimentando a rivalidade que mantinha tudo à distância. Talvez fosse hora de mudar a tática. A voz da minha advogada soou do outro lado. — Senhor Albuquerque, estamos prontos para as próximas etapas. Qual será a sua decisão? Eu sorri. — Continue monitorando Isabela, mas suspenda qualquer compra de ações por agora. Vamos dar um passo atrás. — Suspender, senhor? — Isso mesmo. Quero observar. Vou deixar ela fazer o primeiro movimento. Eu desliguei antes que ela pudesse contestar. Era hora de virar o jogo de outra maneira. Isabela As luzes do restaurante eram suaves, criando uma atmosfera intimista. Eu estava sentada em uma das mesas reservadas, analisando mentalmente o que estava por vir. Pedro tinha confirmado que tudo estava pronto para o anúncio da fusão, e eu sabia que a notícia abalaria o mercado. Carlos estaria em desvantagem antes mesmo de perceber o que tinha acontecido. Mas havia algo dentro de mim que se agitava com essa guerra constante. A sensação de que, em algum momento, tudo isso poderia sair do controle. Eu tinha vencido tantas batalhas até ali, mas nunca enfrentei alguém como Carlos. Ele era diferente, imprevisível. E, de certa forma, era isso que o tornava tão perigoso… e irresistível. No fundo, eu sabia que a nossa rivalidade não era apenas profissional. Havia uma atração latente que permeava cada encontro, cada palavra trocada. Era quase como se estivéssemos presos em uma dança, e nenhum dos dois estava disposto a dar o primeiro passo. Foi nesse momento que o garçom se aproximou, interrompendo meus pensamentos. — Um homem deixou isto para você, senhora — ele disse, entregando um envelope. Olhei para o envelope lacrado em minhas mãos. Ele era elegante, e no canto inferior, as iniciais “C.A.” estavam gravadas. Eu sabia exatamente de quem se tratava. Respirei fundo, abrindo o envelope e retirando um pequeno cartão de dentro. As palavras eram curtas, mas carregavam um peso significativo: “É hora de fazermos essa dança. Terraço do prédio amanhã à noite. Não falte.” Sorri, involuntariamente. Carlos estava me desafiando de uma maneira que eu não esperava. Não era mais uma simples guerra corporativa. Era algo pessoal. E eu sabia que teria que decidir como responder a isso. Mas, antes de qualquer decisão, eu precisava me preparar. Se Carlos queria dançar, então que fosse de igual para igual. Neste capítulo, a tensão entre Isabela e Carlos aumenta conforme as estratégias de ambos começam a se cruzar de maneiras inesperadas. A proposta de um encontro no terraço sugere que o confronto, seja ele profissional ou pessoal, está prestes a tomar um novo rumo.Capítulo 6 IsabelaA noite estava fria quando pisei no terraço do prédio. As luzes da cidade brilhavam ao fundo, criando um cenário quase cinematográfico. Carlos sabia como escolher o ambiente certo para seus encontros – dramático e repleto de significado. Era típico dele, sempre gostando de criar tensão no ar, como se cada gesto fosse cuidadosamente ensaiado para me desestabilizar.Vesti meu casaco mais elegante, sem perder a oportunidade de causar uma impressão. Se ele queria uma dança, eu estava mais do que preparada para o desafio.Ele já estava lá, de pé perto da borda do terraço, observando as luzes lá embaixo. A brisa noturna bagunçava levemente seu cabelo castanho e ele estava impecavelmente vestido, como sempre. Quando me aproximei, Carlos se virou lentamente, um sorriso provocador nos lábios.— Pensei que talvez não viesse — ele disse, a voz baixa e carregada de intenção.Eu sorri de volta, mas mantive a distância. Não deixaria que ele visse qualquer sinal de fraqueza.— Ac
CarlosEu sabia que ela estaria preparada para resistir, mas cada palavra dela me fazia ter mais certeza de que Isabela era uma adversária à altura. O que eu não esperava era que essa resistência fosse exatamente o que tornaria a atração entre nós tão inevitável. Ela não cedia, não se dobrava, e, no fundo, eu sabia que esse jogo de poder que jogávamos não era apenas sobre negócios ou liderança. Era algo mais profundo, algo que nos desafiava e ao mesmo tempo nos aproximava.Saí do terraço, ainda sentindo o vento frio bater em meu rosto. Minhas mãos estavam nos bolsos do casaco enquanto eu descia as escadas em direção ao elevador, mas minha mente estava a mil. Isabela era diferente de qualquer outra mulher que eu já havia conhecido, e isso mexia comigo de uma maneira que eu não podia controlar.As palavras dela ainda ecoavam em minha mente: “Você não vai conseguir.” Aquilo era um desafio, claro. E eu adorava desafios. Ela poderia se esconder atrás da sua fachada de mulher inabalável, ma
O Jogo de Poder ContinuaIsabelaA noite foi longa e cheia de pensamentos que não me deixavam dormir em paz. Eu sabia que o dia seguinte seria decisivo, e, por mais que tentasse me convencer de que estava no controle, algo dentro de mim não parava de girar. Me revirei na cama por horas, repassando cada palavra, cada gesto trocado com Carlos. Mas agora era manhã, e eu precisava estar pronta para o próximo movimento.Vesti-me com cuidado, escolhendo um conjunto que transmitisse autoridade e confiança. Meu blazer preto ajustado, com uma calça de alfaiataria e os sapatos de salto alto, me deixavam com uma postura firme, como se cada passo meu fosse uma declaração de que estava pronta para o que viesse.— Hoje não é dia de ceder — murmurei para mim mesma, ajustando o batom vermelho no espelho. — O jogo só está começando.Saí do meu apartamento com a mente focada, ignorando as borboletas que insistiam em voar no meu estômago sempre que pensava em Carlos. O ar da manhã estava fresco, e o sol
A Próxima JogadaCarlosO fim daquela reunião deveria ter me deixado satisfeito, mas, em vez disso, saí sentindo um desconforto que não estava acostumado a experimentar. Isabela havia conduzido tudo com uma maestria que eu não tinha antecipado. Claro, eu sabia que ela era brilhante, mas ver seu domínio, sua calma sob pressão, me fez admirá-la ainda mais. E, ao mesmo tempo, me fez querer ganhar dela com mais fervor.Ela pensava que o jogo estava apenas começando. Mas eu já estava três passos à frente.Observei Isabela se afastar após o nosso último confronto de olhares, com o seu salto alto ecoando pelo corredor. Ela estava confiante, e com razão. Havia segurado bem as rédeas daquela negociação. Só que o jogo de poder entre nós não estava limitado a uma reunião de negócios. Ele transcendia isso. Era pessoal. Muito pessoal.Peguei meu telefone, discando para um número que raramente usava. Uma voz familiar atendeu após o segundo toque.— O que temos sobre a expansão dela? — perguntei, di
À Beira da ExplosãoCarlosO relógio na parede indicava que o dia já estava chegando ao fim, mas a energia no escritório parecia cada vez mais carregada. Eu tinha passado as últimas horas pensando em Isabela, nas entrelinhas de cada troca de olhar que tivemos durante a reunião. Eu sabia que estava andando numa linha tênue. Ela também sabia. O que restava era descobrir quem cederia primeiro.— Preciso de ar. — Me levantei abruptamente, atraindo os olhares curiosos dos meus advogados. Fiz um gesto vago. — Vou para a sacada.Saí da sala, o calor abafado do dia sendo substituído por uma brisa agradável que passava pelo meu rosto assim que abri as portas para o terraço. Eu precisava esfriar a cabeça, mas cada vez que pensava nela, meu corpo se tornava mais quente. O jeito que Isabela manejava cada situação com frieza e precisão só fazia aumentar minha vontade de vê-la desarmada. Vulnerável.Ou talvez... seduzida.A noite já caía, tingindo o céu de tons alaranjados. Peguei meu celular e abr
Capítulo 11 — Jogando Com Fogo**Isabela**Eu fechei a porta do meu escritório com força, como se isso fosse capaz de abafar o turbilhão de emoções que Carlos despertou em mim. Meu coração ainda estava acelerado, e a imagem dele tão perto, com aquela provocação descarada, ainda queimava na minha mente.Respirei fundo, tentando recobrar o controle. Por mais que ele quisesse me fazer perder o foco, não iria funcionar. Não podia funcionar. O que estava em jogo era maior do que um desejo reprimido ou um momento de fraqueza. Eu trabalhei duro para chegar onde estou, para ser respeitada nesse mundo que, por vezes, ainda insiste em menosprezar a força e a inteligência de uma mulher no controle de um império.Eu sabia que, no fundo, Carlos me via como uma rival à altura, e talvez fosse isso que o atraía tanto. Essa constante luta pelo poder, o desejo de dominar a situação e, ao mesmo tempo, a admiração mútua pelas nossas capacidades. Era uma dança perigosa, mas que eu estava determinada a gan
O Jogo de ManipulaçõesIsabelaA sala de conferências estava repleta de tensão quando entrei. Todos os olhares se voltaram para mim — advogados, executivos, investidores — todos aguardavam meu próximo movimento. Carlos jogava duro, mas ele havia subestimado a minha capacidade de reação. Meu contato em Dubai já havia me dado informações cruciais, e eu estava pronta para virar o jogo.— Obrigada por esperarem — disse, me acomodando na cadeira principal, sem desviar o olhar de Carlos, que estava sentado à mesa, com um sorriso de quem já acreditava na vitória.Ele me encarou com seus olhos desafiadores, mas eu não piscaria primeiro. Esse era o tipo de jogo que eu sabia jogar, onde cada movimento era calculado, cada palavra pesava mais do que aparentava.— Imagino que todos já estejam cientes das últimas atualizações sobre a fusão — comecei, percorrendo os olhos pela sala. — Mas antes de tomarmos qualquer decisão, preciso compartilhar alguns detalhes novos que podem mudar a direção das neg
Capítulo 13 – As Cartas na MesaCarlosDei uma última olhada nos relatórios sobre a fusão enquanto dirigia para casa. Isabela tinha me surpreendido, como sempre. A habilidade dela de virar a mesa no último minuto era fascinante, mas também desafiadora. Eu sabia que ela estava tentando ganhar tempo, usando cada recurso disponível para atrasar o inevitável.Chegando ao meu apartamento, abri uma garrafa de uísque, servindo um copo generoso. A noite estava apenas começando, e eu precisava refletir sobre os próximos movimentos. A reunião com os investidores de Dubai não havia sido tão bem-sucedida quanto eu esperava, e Isabela tinha mexido no tabuleiro de uma forma que exigiria uma nova abordagem.Mas eu não estava disposto a perder. Não apenas a fusão, mas algo mais. Algo que ia além dos negócios.Sentei na poltrona de couro com o copo nas mãos, o brilho da cidade piscando através das janelas panorâmicas. Meus pensamentos voltaram para Isabela. Havia uma linha tênue entre rivalidade e atr