Eu não sei quanto tempo fiquei ali naquela posição fetal, mas lembro vagamente de vê Lyon, consigo dizer “meu filho” , lembrando a ele que eu estava grávida e depois não vejo mais nada. Já no hospital recebo a notícia que não havia mais bebê, meu pequeno tinha ido de encontro como PAI e eu estava desmantelada. Eu não ia ter mais meu porto segura, minha companhia, eu voltava a ser sozinha nesse mundo e tudo por culpa daquela vagabunda, eu estava com muito ódio dela, desde que ela voltou minha vida tem sido um inferno, ela tinha tudo, um filho, o homem que eu amo e até meus amigos ela tinha. Desde que ela voltou, minha relação com Kadu e Lorena esfriou. Eles se afastaram de mim e nem tocaram mais sobre o batizado do Bernardo, eu sei que eles se arrependeram de ter me convidado para ser madrinha dele, tudo por causa dela. Ela ainda teve a audácia de vir no meu quarto... Que vontade de me levantar e acabar com ela! Agora a facada final foi ouvir da boca dele o quanto ele ama aquela pu
Estava me arrumando para ir trabalhar, hoje eu pegaria no turno da tarde, isso significa que só sairia do hospital amanhã de manhã. Eu pegaria as 18 horas e sairia as 6 da manhã, meu coração estava apertadinho, uma sensação ruim tomava conta de mim, talvez por que essa seria a primeira vez que meu plantão seria a noite, eu não gostava de dormir longe de Leon. Eu sei que ele já dormiu várias vezes com o pai sem mim, mais esse processo dele dormir em seu quarto sozinho era desgastante pra ele também, sem contar que Lyon não estaria em casa, então seria só ele e dona Maria. Me despeço dele o enchendo de beijos, sinto seu cheirinho e digo apertando ele. — Mamãe te amo... Olho pra dona Maria e digo: — Qualquer coisa me liga! — Pode deixar Majú... Ahhh... Tinha me esquecido, Lyon estava em uma viagem, alguma coisa sobre a comunidade, mais ele não me conta detalhes e nem eu faço questão de saber. A previsão é dele chegar amanhã de manhã. Chego no hospital por volta das 17:50, troco de r
Estaciono meu carro na entrada da favela e já consigo ver dois carros da polícia estacionados ali. Respiro fundo tentando controlar meu nervosismo e tento passar por eles como se eu fosse uma moradora. — Você está maluca? Sou impedida de passar por alguém que me segura pela cintura. Eu sabia quem era, aquela voz era muito bem conhecida por mim, Caíque estava ali. — Eu vou subir esse morro e nem você ou Lyon vai me impedir! Digo firme olhando em seus olhos. — Não, não vai! Nem que pra isso eu tenha que mandar te prender. Ele é mais firme que eu. — Ela vai matar meu filho Caíque... Choro. — Ela perdeu um bebê recentemente, ela me odeia e me culpa por isso. — Vamos acha-la... Fica calma! — Não! Eu não vou ficar calma, é o meu filho que está nas mão daquela louca... Você tem filhos Caíque? Pergunto brava já sabendo a resposta. — Você sabe que não! Ele responde com um olhar de bravo também. — Então você não sabe o desespero que está dentro de mim! — Você tem razão, eu realmente
Eu não tinha escolha, meu filho realmente precisava de mim. Ainda com a arma em punho olho nos olhos de Hellen. — Eu vou te caçar e vou te encontrar, se prepare! Saio daquela casa dando de cara com meus homens rendidos por vários homens, provavelmente polícias a paisana. — Vamos embora! Digo encarando os homens de caíque, que sem questionar nos deixa sair do local. Eu sei que estão se questionando sobre o fato de eu sair daquela comunidade sem ser preso, simples... Aquela missão não era policial e sim pessoal! Caíque estava a paisana, a maioria dos seus homens também, isso significa que a operação não foi planejada por uma equipe tática da polícia, ele não tinha como me prender. Como iria se explicar para seus superiores? Consigo voltar para a mata sem problema algum, apesar de ainda ouvir tiros. Com certeza Caíque conhecia o dono desse morro, eles subiram muito rápido. Já com meu pequeno nos braços, saio daquela comunidade, ligo pra Majú. — Lyon... Lyon... Ela diz afoita. —
Lyon...Não tem sensação melhor do que estar em casa com meu pequeno em meus braços, a salvo... Assim que chego no complexo fogos são disparados, meus vapores comemoram e logo aparecem Kadu, Lorena e Marina, todo riem e se abraçam em comemoração, era um puxa Leon pra cá, puxa Leon pra lá e ele? Bom, Leon estava dormindo como se nada estivesse acontecido e assim ele continuou. — Cadê Majú? Me questiona Kadu. — Falei com ela no caminho de volta pra cá, parece que o tal Caíque prendeu ela em uma viatura, para ela não subir o alemão. Eles riem. — Mas acredito que logo ele irá solta-la, qualquer b.o ela liga. Digo. Todos estavam indo embora, sabia que eu precisava dar um banho no Leon e precisava de um banho também. — Qualquer problema me liga! Me abraça Kadu se despedindo. Já era madrugada quando meu rádio apita, eu estava no sofá esperando Majú chegar e o rádio tocar naquele horário só poderia ser os meninos avisando que ela havia chegado. — Diz aí! — Chefe, a patroa chegou, mas
Majú...Ele chama de prevenção, eu chamo de operação de guerra ! Foi isso que Lyon montou para eu ir vê Caíque, eu saí da comunidade com três carros a minha frente e mais 4 atrás , quando FM estacionou em frente ao apê de Caíque, todos os outros sete carros já haviam se espalhado pelas ruas ao redores. — Você tem meia hora pra conversar com ele, se em 30 minutos você não estiver saindo por aquela porta, eu vou atrás de você e arrombo a porta dele! Bufo com sua ameaça, mas sei que essas foram as ordens de Lyon. — Entendi... Meia hora! Confirmo. — Se der b.o, te ligo! Afirmo com a cabeça e desço do carro, ao entrar no holl do condomínio olho para o porteiro que já me reconhece na hora, da época que namorei Caíque. — Dona Maria Júlia... Ele sorri. — Quanto tempo. — Seu Afonso... Retribuo o sorriso. — Tudo bem com o senhor? — Graças a Deus! Responde. — Seu Afonso, Caíque está em casa? — Está sim, mas não quer receber visita de ninguém. Seu olhar é de pesar. — Deixa eu subir? V
Vê pela tv que ele foi preso e que perdeu seu tão amado emprego me dói até hoje, seis meses se passaram desde aquele dia na casa dele, Marina me conta algumas coisa, como por exemplo, como foi o dia que ela o visitou na prisão. Ela disse que onde ele está é um lugar diferenciado, lugar só para ex policiais, mas mesmo assim ele a proibiu de voltar lá para visitá-lo. Sobre a conversa que eu e ele tivemos em relação eu ir embora do rio, ainda não conversei com Lyon sobre isso, mais esse pensamento não sai da minha cabeça. — Vamos Majú, a gente vai se atrasar. Diz Lyon pegando minha mala. — Já estou indo... Respondo pegando Leon no colo. Depois de tanto estresse, resolvemos viajar, será poucos dias, mas creio que o suficiente para esquecermos por algum tempo essa porra toda, foram meses estressantes. Serão 15 dias longe desse morro, só eu, ele e Leon... Uma família de verdade, decidimos conhecer os EUA. Como ele conseguiu nossos vistos? Não faço ideia, só sei que estamos indo pra M
Caíque...Assim que Majú foi embora, peguei meu celular e liguei para meu advogado. — Boa noite Dr , eles estão subindo... Já estão com um mandado. — Boa noite meu amigo, eles vão te entregar um papel, leia bem devagar, nesse tempo vou para delegacia... Te encontro lá. Foi exatamente isso que eu fiz, assim que o telefone desligou a campainha tocou. — Caíque você precisará nos acompanhar, foi expedido um mandado de prisão pra você. — Sem problema! Desde quando eu assumi esse crime, uma tristeza me abateu. Porra, era minha profissão, eu amava o que fazia, então depois de conversar com meu advogado e ser informado que ele conseguiria me tirar da prisão em poucos meses, mas não conseguiria manter minha profissão, eu me isolei de tudo e todos, mas por incrível que pareça, nesse exato momento eu estou calmo. Talvez fosse o fato de ter visto a Majú, de saber que realmente valeu a pena assumir isso tudo, por que mesmo não estando com ela, Leon vai ter a mãe por perto e eu me apeguei a