Já estávamos em solo estrangeiro, já estava de manhã e eu já havia recebido mensagem de playboy querendo saber da mulher dele e eu disse que estava com ela. Meu pai tinha aliados do governo daqui, então foi fácil entrar no país e achar a casa do cuzão. Estávamos em frente a casa dele, que ficava em uma área meio que isolada, mas a casa era enorme e muito vigiada. Meu celular volta a tocar e são 11:55 da manhã, faltava 5 minutos para o fim do prazo. — Qual foi Leon?! Cinco minutos para o fim do prazo, cadê minha mulher e minha filha? Ele tem a voz calma e debochada. — Como será feita a troca? Respondo seco. — Meus manos vão pegar minha mina e entregarão a sua, simples. O filho da puta mente! — Tá pensando que está lhe dando com otário, playboy? Vai entregar minha mulher como se tú tá fora do país? Falo logo e vejo ele ficar em silêncio. — Tú tá aqui neh? Ele pergunta em um fiapo de voz. — Tú acha mesmo que confiaríamos em palavra de vagabundo? Principalmente esse vagabu
— Puta que pariu! Xingo assim que desligo o telefone. Eu precisava pensar rápido, não podia perder tempo. — O que aconteceu? Maju entra em meu escritório correndo, ela sabia que tinham invadido meu morro e ficou apreensiva, mas nada se compara em como ela vai ficar quando eu contar para ela o que realmente aconteceu. — Acho melhor você sentar. Tento prepara-la. — Conta logo Lyon! — Vamos ser avós! Digo de uma vez e vejo o sorriso que mais amo brotar em seu rosto. — Da Carol neh? Ela se certifica. — É sim! — Glória a Deus! Eu gosto daquela menina e sei que Leon gosta dela... Ela fica me encarando enquanto fala, mas logo questiona. — Por que acho que tem mais coisa por trás dessa notícia? Ela volta a ficar apreensiva. — Ela foi sequestrada! Maju arregala os olhos. — Por quem? Sua voz é trêmula. — Playboy! — O menino que você poupou a vida? Filho daquele traficante? Confirmo com a cabeça. — Vai atrás dele, mate-o e traga minha nora e meu neto! Ela ordena. Majú é
— Como você está?Fael está ao meu lado esperando o médico aparecer para dá uma posição, Leon precisou passar por cirurgia para retirada do projetil, mas já me adiantaram que não é nada grave. Carol também está sendo atendida por uma equipe médica, queremos nos certificar que ela está bem o suficiente para voltar ao Brasil conosco. — Estou bem. Minto. — Sério? Ele me encara com aquele olhar que lê até minha alma. — Não! Tô com ódio de mim, poupar playboy lá atrás quase custou a vida do meu filho.Eu estou puto. — Mais não custou! Você é Daniel Barreto cara, você sempre vai proteger suas crias. — E quando eu não tiver aqui? — Então vamos ter que preparar melhor Leon, ele tem que te substituir a altura. — É isso cara, eu falhei em deixar Leon assumir a maré... — Ele foi treinado por cigano, Lyon. O cara é o melhor no que faz. — Sim, eu sei. Mas ele não foi treinado no emocional. — Então vamos treina-lo! Estamos aqui pra isso! Fico pensativo, Fael tinha razão, chegou a ho
— Não vai me contar mesmo? Questiono. Estávamos sentados no sofá assistindo Suits, sua série preferida, mas era como se ela nem estivesse ali, ela não prestava atenção em nada. — Contar o que? Ela se faz de desentendida. — Quem te ligou no dia do churrasco e te deixou assim. — Ainda com isso na cabeça, Leon? Já falei que foi minha mãe que me ligou. — Eu não acredito! Tudo ficou mais estranho quando mexi no celular dela naquele dia, eu sei que é feio isso, mas eu precisava saber o que estava acontecendo com a minha mulher. Não tinha ligação da mãe dela no celular, as únicas ligações que tinham eram das meninas e do meu pai... — Então não posso fazer nada por você, Leon! Hoje você está chato!Ela diz irritada e se levanta do sofá indo para o banheiro. ... Hoje faz 6 meses que eu levei o tal tiro e estou 100% recuperado, estou fazendo meus últimos exercícios com Fred. — Parabéns cara, agora você tem as rédias da sua própria vida. Ele diz me abraçando. Eu estava felizão,
Passar por tudo que passei nas mãos daquele garoto não foi nada em comparação ao que senti quando Leon levou um tiro, parecia que meu coração ia parar, eu posso afirmar que senti a mesma dor que ele sentiu. Eu estava em uma crise de choro, não queria que ele morresse, até meu pai me abraçar e dizer: — Ele vai ficar bem, foi eu que atirei. Olhei pra ele sem entender nada, mas ele me explicou tudo e mesmo chocada fiquei mais aliviada. Eu não queria desgrudar dele um minuto, eu seria capaz de abrir mão de tudo só para estar ao lado dele, seria capaz de tudo para criar meu filho ao lado dele. E foi o que eu fiz, quando ele me pediu para voltar ao Brasil eu não pensei duas vezes, pedi para as meninas enviarem minhas coisa e acabei tendo a bela surpresa delas voltarem para o Brasil de vez também, eu ia precisar dessa rede de apoio. Tudo ia bem, até que eu recebo uma ligação, eu estava sentada no colo do Leon ouvindo Bêh contando suas derrotas e acho estranho Lyon me ligar. Resolvo at
“...o chefe voltou!” É a primeira coisa escrita que aparece, depois vem dizendo que ele tem uma nova primeira dama. “... Voltou mais gato que nunca, mas tirem o olho, parece que o boy gostosão tem dona e não é a grávida de Taubaté, parece que Isabel a amiga de infância tá de volta!” Eu fico em silêncio lendo aquele texto debochado, ler o nome de Isabel me causava enjôo... Eu sabia que desta vez ela não perderia a oportunidade, ela ia pra cima com tudo, quer dizer, já foi neh?! — Então ele voltou? Digo com a voz embargada. — Amiga... Brenda tenta falar. — Eles estão juntos mesmo? Eu perguntei por que pelo que eu sei, ele estava em um treinamento, não sei em qual momento eles se reencontraram, já que Leon disse que ele ficaria isolado e quando pudesse descansar estaria estressado... Pelo jeito, com ela o estresse não veio. — Eu não sei se estão juntos, só sei que ela está aqui no morro e na casa dele... Mas não sei se estão juntos. — Tá certo! Fico em silêncio mais uma vez
Ele caminha até mim e se senta ao meu lado, me dá um beijo na testa e pergunta: — Desculpa pela demora, o helicóptero precisou de autorização para o vôo e demorou um pouco, você está bem? — Tudo bem... Ainda com cinco de dilatação e com muita dor, mas os batimentos cardíacos dele está ótimo. Respondo tentando esconder a dor no peito por receber um beijo na testa e por sentir em seu toque o quão frio ele está. Eu não tinha muito tempo para me sentir triste, as contrações se intensificam e eu já não quero ficar mais sentada. Vivi pede para eu entrar na banheira, ela diz que a água está quente e isso vai ajudar a aliviar as contrações. — Eu posso mudar de idéia? Pergunto chorando de dor. — Posso optar pela Cesária? Meu desespero era tanto que eu estava me arrependendo de ter parto normal. — Você pode tudo Carol, mas falta pouco para o pequeno nascer. Para fazer Cesária você terá que ir para o hospital e isso requer tempo, o bebê pode nascer no meio do caminho. Diz vivi. — Vem!
Chegamos em minha casa e estava todos nos esperando, as meninas correm pegando Dan de meu colo e começaram uma briga sobre quem ia ser as madrinhas, eu não digo nada, só fico rindo. Leon está em um canto conversando com os moleques, mas ele nunca relaxa quando está perto de Dan, seus olhos estão vidrados no filho. Dan começou a ficar irritadinho e eu resolvi subir para o meu quarto, estava tudo organizado, mas eu reparei algo diferente, um colchão extra embaixo da minha cama. Leon entra no quarto e me pega olhando para o colchão... — Pedi para por um colchão extra pra mim, você se importa? — Você vai ficar aqui? — Não direto, mas se você deixar, sempre que der eu venho. Respiro fundo tomando coragem de pedir a ele para voltarmos, eu quero me acertar com ele. — A gente precisa conversar... Sou interrompida pelo toque do celular dele, ele me faz sinal com a mão e se afasta um pouco para atender. Pelo teor da conversa sei que é a Isabel, tinha até me esquecido que ela estava aqu