Voltando pra maré

Ele caminha até mim e se senta ao meu lado, me dá um beijo na testa e pergunta:

— Desculpa pela demora, o helicóptero precisou de autorização para o vôo e demorou um pouco, você está bem?

— Tudo bem... Ainda com cinco de dilatação e com muita dor, mas os batimentos cardíacos dele está ótimo.

Respondo tentando esconder a dor no peito por receber um beijo na testa e por sentir em seu toque o quão frio ele está.

Eu não tinha muito tempo para me sentir triste, as contrações se intensificam e eu já não quero ficar mais sentada.

Vivi pede para eu entrar na banheira, ela diz que a água está quente e isso vai ajudar a aliviar as contrações.

— Eu posso mudar de idéia? Pergunto chorando de dor. — Posso optar pela Cesária?

Meu desespero era tanto que eu estava me arrependendo de ter parto normal.

— Você pode tudo Carol, mas falta pouco para o pequeno nascer. Para fazer Cesária você terá que ir para o hospital e isso requer tempo, o bebê pode nascer no meio do caminho.

Diz vivi.

— Vem!

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