Já se passavam das oito horas da manhã e eu ainda nem tinha tomado café. Sempre acordo as sete horas para correr pelo condomínio, e quando volto já tomo meu café e me adianto para o meu treino no CT.
Mas hoje em especial acabei acordando tarde, cheguei ontem já muito tarde e demorei para pegar no sono. Sinceramente, essa vida de sair para barzinhos e festas é muito daora, mas as vezes só acabo indo porque o Veiga e o Piquerez praticamente imploram. Tomei um banho gelado depois que cheguei da corrida, pra ver se afastava esse sono do meu corpo. Como não dá tempo de comer com calma, peguei só uma maçã e já corri pro centro de treinamento. No CT a resenha já corria solta, a maioria dos caras tinham um ótimo humor pela manhã, já outros nem tanto. Hoje era dia de treinamento tático, Abel está nos preparando bem para a Libertadores desse ano e os treinamentos tem sido bem exaustivos. No vestuário os meninos já estavam vestidos e preparados, e não perderam a oportunidade de tirar onda com a minha cara por ontem. — A margarida chegou. — o Raphael falou quando se virou e deu de cara comigo. — Bom dia, bom dia — respondi enquanto guardava minha bolsa. — Conta aí para a rapaziada como ontem foi legal, Ríos — Joaquim falou com um sorriso sarcástico. — Legal mais ou menos, né?! Vocês só me metem em roubada. — respondi enquanto terminava de vestir o uniforme. — Ah conta outra Ríos, tinha umas duas mulheres lá extremamente gatas te dando moral e tu ainda reclama de barriga cheia? — Raphael retrucou e o restante dos caras me olhavam rindo. — Eu sei e apesar de estar suave no momento, acabei pegando o número dela. — disse em um tom saliente. — Esse cara fica só com charminho pra cima da gente, aí depois aparece em site de fofoca que você tá pegando uma e outra aí. — Joaquim falou e eu não consegui segurar a risada. Não é porque eu não vou com frequência para as festas que eles me levam, que não vou deixar de pegar quem eu estou afim, até porque uma coisa não tem nada a ver com a outra. Na festa de ontem eu conheci uma moça linda pra caramba, e ainda por cima extremamente engraçada. Ela estava acompanhada de outra que se chamava Cecília, ela pelo o contrário era mais fechada e nao conversou muito. Clara e eu trocamos ideia a noite toda e deu pra ver que ela é o tipo de mulher que eu dou valor. Não rolou nada além de beijos, no final ela me passou o número dela e eu com certeza irei chamá-la para algum lugar legal. O treino havia terminado e já se passavam das oito e meia da noite, ja fui direto tomar um banho e trocar de roupa, estou bem cansado por não ter dormido direito e só quero ir para casa comer alguma coisa gostosa e dormir. Me despedi dos caras no vestuário e saí em direção ao estacionamento. O trânsito de São Paulo estava como sempre, provavelmente chegaria em casa daqui a meia hora, no mínimo. Enquanto esperava os carros saírem do lugar lembrei que não tinha mandado mensagem para a garota da noite anterior. Fiquei receoso de mandar uma mensagem assim do nada e já esse horário da noite, mas mesmo assim tomei coragem e digitei um mísero boa noite, vi que imediatamente ela já tinha visualizado e estava digitando, fiquei curioso pra saber o que ela falaria. A resposta demorou um minuto para vir e simplesmente me fez ri quando li. Ela em um tom engraçada me questionou o porquê demorei tanto para mandar mensagem e ainda me chamou de alecrim dourado, ela com certeza tem um ótimo senso de humor. Conversei com ela por uns dez minutos até que o trânsito começou a dar uma trégua, bloqueei o celular e dirigi até em casa. Já em casa eu estava tão cansado que deixei a bolsa no chão do lado do sofá e acabei me jogando nele e dormindo ali mesmo.Eu acho que estava achando pouco meus plantões no hospital quando aceitei ser chefe da equipe médica da SEP. Eu sempre entro de seis horas da noite e saio às seis horas da manhã, e amo essa rotina cansativa, não sou do tipo de pessoa que gosta de ficar parada por muito tempo. Recebi a indicação de um amigo fisioterapeuta da equipe médica do clube, ele foi meu colega de faculdade, apesar de não termos feito o mesmo curso, nos víamos bastante no campus da faculdade. E como até hoje temos contato, ele acabou me indicando como clínica geral e eu resolvi encarar essa oportunidade. Sou clínica geral e cirurgiã geral, e como meu plantão de doze horas geralmente é na parte da noite da para conciliar com os dias que estarei no CT, até porque os horários divergem um do outro. Hoje tive uma cirurgia que durou cerca de seis horas e meia, estou super cansada, mas mesmo assim feliz que a cirurgia foi um sucesso. Já estava quase chegando em casa e graças a Deus consegui um apartamento ao l
Quando chegamos no CT tinham vários repórteres no portão, os jogadores estavam fazendo um treino aberto hoje e os repórteres registravam cada detalhe deles. Eu e a Clara entramos para irmos até a sala onde fica o presidente do clube, na verdade eu não sei nada sobre times de futebol, nem sei se essa tal Leda é presidente do clube ou se é outra pessoa. A única coisa que sabia é que tínhamos que ir até ela para fecharmos o trabalho. Um dos seguranças nos levou até lá, era enorme lá dentro, nunca pensei que seria tão gigante dessa forma. Paramos em uma porta chique de cor branca, ele nos cumprimentou e saiu. Minha irmã está super empolgada, mal podia conter o sorriso no rosto, então tomei a iniciativa de dar duas batidas na porta e entrar. — Bom dia, meninas. Sentem e fiquem a vontade. — uma mulher loira nos cumprimentou com um sorriso. Eu e a Clara sentamos uma do lado da outra em umas poltronas que tinha frente a mesa da mulher. — Muito prazer, meu nome é Leda e eu sou presidente d
Eu e a Clara já tínhamos conhecido praticamente todos os meninos que estavam ali, eles eram bastante divertidos e engraçados. Eu com certeza iria me dar bem com a maioria deles. Minha irmã ainda continuava a conversar com o mesmo rapaz de antes, os dois pareciam bem risonhos e confortáveis um com o outro. Já estava praticamente passando do horário do almoço e a minha barriga já estava roncando, e eu não como nada desde de manhã e é provável que meu corpo já esteja catabolizando. Não queria atrapalhar a conversa da Clara, mas precisava chamá-la para irmos embora. Fui timidamente até eles, os dois perceberam minha presença e cortaram o assunto para voltar a atenção pra mim. — Ah, essa aqui é a minha irmã Cecília. — ela me puxa e me apresentou ao rapaz — E esse aqui é o Ricardo. — diz por fim olhando pra ele de maneira divertida. — Prazer. — ele estende a mão e eu o cumprimento rapidamente com um sorriso. — Vamos, Clara. Já estamos passando do horário. — expliquei. — Temos que ir m
Minha irmã e eu passamos praticamente o resto da tarde toda jogadas no sofá, e só lá para as seis da noite é que a Clara resolve ir para seu apartamento se arrumar e eu a me preparar para entrar em mais um plantão. Já tinha preparado minha bolsa, meu jaleco e os meus prontuários. Troquei de roupa e saí para ir pro hospital, antes que eu pegasse um trânsito pior do que aquele a tarde. Já chego no hospital com aquele pico de sempre, várias pessoas na sala de espera, crianças e adultos gemendo de dores e se queixando do atendimento. Fui direto para a sala dos médicos deixar minhas coisas e trocar de roupa. Pensei que seria um plantão mais tranquilo, mas pelo visto será bem agitado. Sempre quando chego no hospital e troco de roupa checo os prontuários dos pacientes que já estão internados. É importante para eu saber como está cada um e anotar as novas observações. Fiz minha primeira ronda do plantão, alguns pacientes melhoraram o quadro clínica já outros nem tanto. Quando estava andand
Ontem eu tive um jantar com a Clarinha, na verdade foi meio que um encontro. Levei ela em um dos meus restaurantes preferidos e que por coincidência é um dos que ela queria muito conhecer. Foi um jantar ótimo e ao lado de uma companhia bacana, ela é leve e alegre, sempre me faz ri e nunca deixa o assunto morrer. Além de ser uma mulher muito bonita que usa umas roupas que deixam o corpo dela extremamente sexy. Depois do jantar ficamos um bom tempo olhando a vista e conversando. Nós falamos sobre praticamente tudo, ela contou da paixão dela pela fotografia e o quanto admira a irmã dela. Eu confesso que admiro as duas por serem o que são hoje e serem uma a companhia da outra, porque deve ser bem difícil perder os pais tão cedo assim.Depois que saímos do restaurante levei ela até em casa, ela meio que insistiu para eu subir junto, mas apesar de querer muito eu não podia, tinha que acordar cedo hoje para fazer minha corrida de manhã e vir para o CT passar pela equipe médica. Quando chegu