Eu e a Clara já tínhamos conhecido praticamente todos os meninos que estavam ali, eles eram bastante divertidos e engraçados. Eu com certeza iria me dar bem com a maioria deles.
Minha irmã ainda continuava a conversar com o mesmo rapaz de antes, os dois pareciam bem risonhos e confortáveis um com o outro. Já estava praticamente passando do horário do almoço e a minha barriga já estava roncando, e eu não como nada desde de manhã e é provável que meu corpo já esteja catabolizando. Não queria atrapalhar a conversa da Clara, mas precisava chamá-la para irmos embora. Fui timidamente até eles, os dois perceberam minha presença e cortaram o assunto para voltar a atenção pra mim. — Ah, essa aqui é a minha irmã Cecília. — ela me puxa e me apresentou ao rapaz — E esse aqui é o Ricardo. — diz por fim olhando pra ele de maneira divertida. — Prazer. — ele estende a mão e eu o cumprimento rapidamente com um sorriso. — Vamos, Clara. Já estamos passando do horário. — expliquei. — Temos que ir mesmo? Vamos ficar só mais um pouco, por favor — ela faz aquela cara de cachorro sem dono. — Se quiser ficar e ir de uber, tudo bem. Eu tenho que ir agora. — fui bem direta tentando não parecer rude. — Tá bom então, vamos. — ela se dá por vencida e olha pro tal Ricardo. — Se quiser eu levo vocês até em casa, já acabamos o treino por aqui. — ele sugere e percebo a animação da minha irmã. — Obrigada, mas estamos de carro. Vamos, Clara! — respondi. — Espera Cecília, você acharia ruim se voltasse sozinha? Gostaria de ir com o Ricardo. — ela pergunta e eu contenho minha indignação. Não tenho nada a ver com a vida da minha irmã, ela pode fazer o que bem entender e achar que é o certo. Mas sempre teve uma coisa que me deixa irritada com esses lances amorosos dela, que é a falta de consideração que ela tem. A Clara não sabe distinguir a irmã de um cara que ela conheceu a pouco tempo, pra ela tudo é oito ou oitenta, parece que vive em uma eterna adolescência. — Tudo bem então, Tchau. — respondi e me virei indo embora dali. Eu não estava chateada ou com ciúmes da minha irmã, isso chega a ser ridículo até, mas senti um certo incômodo por ter sido dispensada assim na cara dura. Mas tudo bem, a única coisa que estou almejando no momento é um belo prato de lasanha de frango. Sim, lasanha de frango é a minha comida preferida e quando estou com muita fome assim, sempre costumo pedir comida em um lugar lá perto do meu prédio que faz uma lasanha digna dos deuses. O trânsito estava uma loucura, demorei trinta minutos pra chegar em casa. Já subi e tratei logo de pedir meu almoço, antes que eu tenha um piripiri de fome. Enquanto a comida não chega aproveitei para tomar um banho, tirar essa roupa que já estava desconfortável e esses sapatos que estavam me matando. Tomei um banho quente para relaxar meus músculos, lavei meu cabelo e hidratei. Em São Paulo o trânsito é tão grande que dá tempo de tomar um banho demorado e é o tempo da comida chegar. Quando terminei de vestir a roupa e pentear o cabelo, o interfone toca. Corri para pegar a comida que o entregador tinha deixado na recepção. Chega a ser um sonho essa lasanha maravilhosa, o queijo derretendo na boca, o frango refogada, simplesmente perfeito. Quando estava nas últimas garfadas a campanhia toca. Achei estranho porque não estava esperando ninguém e praticamente não tenho amigos para me visitarem assim de surpresa. Mas quando abri a porta dei cara com a minha irmã super empolgada e feliz, ela me abraçou e já foi logo entrando. — Que felicidade toda é essa? Ganhou na mega sena? — ironizei. — Quando você mudou a senha da porta? Achei o cúmulo viu. — ela fez cara de chateação. — O cúmulo foi você ter me trocado por um de seus príncipes encantados que estão mais para sapos. E a senha eu troquei hoje de manhã. — voltei a comer o restante da minha lasanha. — Deixe de ser ciumenta que eu não te conheci assim, eu só queria passar mais tempo com o Ricardo. Ele é legal e estou conhecendo ele melhor. — ela explica empolgada. — Pois tá bom, cuidado com esses seus lances viu. Já almoçou? — perguntei mesmo sabendo que talvez ela já tivesse almoçado. — Já, o Ricardo parou em um restaurante perto do CT e almoçamos lá. Comida muito boa, por sinal. Terminei de comer e aproveitei para lavar a louça suja. Eu tenho um certo toc com limpeza, então sempre tento manter tudo o mais limpo e organizado possível. Essa foi mias uma característica que puxei do meu falecido pai, e depois que entrei na faculdade de medicina fiquei mais psicopata ainda da limpeza.Minha irmã e eu passamos praticamente o resto da tarde toda jogadas no sofá, e só lá para as seis da noite é que a Clara resolve ir para seu apartamento se arrumar e eu a me preparar para entrar em mais um plantão. Já tinha preparado minha bolsa, meu jaleco e os meus prontuários. Troquei de roupa e saí para ir pro hospital, antes que eu pegasse um trânsito pior do que aquele a tarde. Já chego no hospital com aquele pico de sempre, várias pessoas na sala de espera, crianças e adultos gemendo de dores e se queixando do atendimento. Fui direto para a sala dos médicos deixar minhas coisas e trocar de roupa. Pensei que seria um plantão mais tranquilo, mas pelo visto será bem agitado. Sempre quando chego no hospital e troco de roupa checo os prontuários dos pacientes que já estão internados. É importante para eu saber como está cada um e anotar as novas observações. Fiz minha primeira ronda do plantão, alguns pacientes melhoraram o quadro clínica já outros nem tanto. Quando estava andand
Ontem eu tive um jantar com a Clarinha, na verdade foi meio que um encontro. Levei ela em um dos meus restaurantes preferidos e que por coincidência é um dos que ela queria muito conhecer. Foi um jantar ótimo e ao lado de uma companhia bacana, ela é leve e alegre, sempre me faz ri e nunca deixa o assunto morrer. Além de ser uma mulher muito bonita que usa umas roupas que deixam o corpo dela extremamente sexy. Depois do jantar ficamos um bom tempo olhando a vista e conversando. Nós falamos sobre praticamente tudo, ela contou da paixão dela pela fotografia e o quanto admira a irmã dela. Eu confesso que admiro as duas por serem o que são hoje e serem uma a companhia da outra, porque deve ser bem difícil perder os pais tão cedo assim.Depois que saímos do restaurante levei ela até em casa, ela meio que insistiu para eu subir junto, mas apesar de querer muito eu não podia, tinha que acordar cedo hoje para fazer minha corrida de manhã e vir para o CT passar pela equipe médica. Quando chegu
Já se passavam das oito horas da manhã e eu ainda nem tinha tomado café. Sempre acordo as sete horas para correr pelo condomínio, e quando volto já tomo meu café e me adianto para o meu treino no CT. Mas hoje em especial acabei acordando tarde, cheguei ontem já muito tarde e demorei para pegar no sono. Sinceramente, essa vida de sair para barzinhos e festas é muito daora, mas as vezes só acabo indo porque o Veiga e o Piquerez praticamente imploram. Tomei um banho gelado depois que cheguei da corrida, pra ver se afastava esse sono do meu corpo. Como não dá tempo de comer com calma, peguei só uma maçã e já corri pro centro de treinamento. No CT a resenha já corria solta, a maioria dos caras tinham um ótimo humor pela manhã, já outros nem tanto. Hoje era dia de treinamento tático, Abel está nos preparando bem para a Libertadores desse ano e os treinamentos tem sido bem exaustivos.No vestuário os meninos já estavam vestidos e preparados, e não perderam a oportunidade de tirar onda com
Eu acho que estava achando pouco meus plantões no hospital quando aceitei ser chefe da equipe médica da SEP. Eu sempre entro de seis horas da noite e saio às seis horas da manhã, e amo essa rotina cansativa, não sou do tipo de pessoa que gosta de ficar parada por muito tempo. Recebi a indicação de um amigo fisioterapeuta da equipe médica do clube, ele foi meu colega de faculdade, apesar de não termos feito o mesmo curso, nos víamos bastante no campus da faculdade. E como até hoje temos contato, ele acabou me indicando como clínica geral e eu resolvi encarar essa oportunidade. Sou clínica geral e cirurgiã geral, e como meu plantão de doze horas geralmente é na parte da noite da para conciliar com os dias que estarei no CT, até porque os horários divergem um do outro. Hoje tive uma cirurgia que durou cerca de seis horas e meia, estou super cansada, mas mesmo assim feliz que a cirurgia foi um sucesso. Já estava quase chegando em casa e graças a Deus consegui um apartamento ao l
Quando chegamos no CT tinham vários repórteres no portão, os jogadores estavam fazendo um treino aberto hoje e os repórteres registravam cada detalhe deles. Eu e a Clara entramos para irmos até a sala onde fica o presidente do clube, na verdade eu não sei nada sobre times de futebol, nem sei se essa tal Leda é presidente do clube ou se é outra pessoa. A única coisa que sabia é que tínhamos que ir até ela para fecharmos o trabalho. Um dos seguranças nos levou até lá, era enorme lá dentro, nunca pensei que seria tão gigante dessa forma. Paramos em uma porta chique de cor branca, ele nos cumprimentou e saiu. Minha irmã está super empolgada, mal podia conter o sorriso no rosto, então tomei a iniciativa de dar duas batidas na porta e entrar. — Bom dia, meninas. Sentem e fiquem a vontade. — uma mulher loira nos cumprimentou com um sorriso. Eu e a Clara sentamos uma do lado da outra em umas poltronas que tinha frente a mesa da mulher. — Muito prazer, meu nome é Leda e eu sou presidente d