Capítulo 3

Eu e a Clara já tínhamos conhecido praticamente todos os meninos que estavam ali, eles eram bastante divertidos e engraçados. Eu com certeza iria me dar bem com a maioria deles.

Minha irmã ainda continuava a conversar com o mesmo rapaz de antes, os dois pareciam bem risonhos e confortáveis um com o outro.

Já estava praticamente passando do horário do almoço e a minha barriga já estava roncando, e eu não como nada desde de manhã e é provável que meu corpo já esteja catabolizando. Não queria atrapalhar a conversa da Clara, mas precisava chamá-la para irmos embora. Fui timidamente até eles, os dois perceberam minha presença e cortaram o assunto para voltar a atenção pra mim.

— Ah, essa aqui é a minha irmã Cecília. — ela me puxa e me apresentou ao rapaz — E esse aqui é o Ricardo. — diz por fim olhando pra ele de maneira divertida.

— Prazer. — ele estende a mão e eu o cumprimento rapidamente com um sorriso.

— Vamos, Clara. Já estamos passando do horário. — expliquei.

— Temos que ir mesmo? Vamos ficar só mais um pouco, por favor — ela faz aquela cara de cachorro sem dono.

— Se quiser ficar e ir de uber, tudo bem. Eu tenho que ir agora. — fui bem direta tentando não parecer rude.

— Tá bom então, vamos. — ela se dá por vencida e olha pro tal Ricardo.

— Se quiser eu levo vocês até em casa, já acabamos o treino por aqui. — ele sugere e percebo a animação da minha irmã.

— Obrigada, mas estamos de carro. Vamos, Clara! — respondi.

— Espera Cecília, você acharia ruim se voltasse sozinha? Gostaria de ir com o Ricardo. — ela pergunta e eu contenho minha indignação.

Não tenho nada a ver com a vida da minha irmã, ela pode fazer o que bem entender e achar que é o certo. Mas sempre teve uma coisa que me deixa irritada com esses lances amorosos dela, que é a falta de consideração que ela tem. A Clara não sabe distinguir a irmã de um cara que ela conheceu a pouco tempo, pra ela tudo é oito ou oitenta, parece que vive em uma eterna adolescência.

— Tudo bem então, Tchau. — respondi e me virei indo embora dali.

Eu não estava chateada ou com ciúmes da minha irmã, isso chega a ser ridículo até, mas senti um certo incômodo por ter sido dispensada assim na cara dura. Mas tudo bem, a única coisa que estou almejando no momento é um belo prato de lasanha de frango. Sim, lasanha de frango é a minha comida preferida e quando estou com muita fome assim, sempre costumo pedir comida em um lugar lá perto do meu prédio que faz uma lasanha digna dos deuses.

O trânsito estava uma loucura, demorei trinta minutos pra chegar em casa. Já subi e tratei logo de pedir meu almoço, antes que eu tenha um piripiri de fome. Enquanto a comida não chega aproveitei para tomar um banho, tirar essa roupa que já estava desconfortável e esses sapatos que estavam me matando.

Tomei um banho quente para relaxar meus músculos, lavei meu cabelo e hidratei. Em São Paulo o trânsito é tão grande que dá tempo de tomar um banho demorado e é o tempo da comida chegar. Quando terminei de vestir a roupa e pentear o cabelo, o interfone toca. Corri para pegar a comida que o entregador tinha deixado na recepção.

Chega a ser um sonho essa lasanha maravilhosa, o queijo derretendo na boca, o frango refogada, simplesmente perfeito. Quando estava nas últimas garfadas a campanhia toca. Achei estranho porque não estava esperando ninguém e praticamente não tenho amigos para me visitarem assim de surpresa. Mas quando abri a porta dei cara com a minha irmã super empolgada e feliz, ela me abraçou e já foi logo entrando.

— Que felicidade toda é essa? Ganhou na mega sena? — ironizei.

— Quando você mudou a senha da porta? Achei o cúmulo viu. — ela fez cara de chateação.

— O cúmulo foi você ter me trocado por um de seus príncipes encantados que estão mais para sapos. E a senha eu troquei hoje de manhã. — voltei a comer o restante da minha lasanha.

— Deixe de ser ciumenta que eu não te conheci assim, eu só queria passar mais tempo com o Ricardo. Ele é legal e estou conhecendo ele melhor. — ela explica empolgada.

— Pois tá bom, cuidado com esses seus lances viu. Já almoçou? — perguntei mesmo sabendo que talvez ela já tivesse almoçado.

— Já, o Ricardo parou em um restaurante perto do CT e almoçamos lá. Comida muito boa, por sinal.

Terminei de comer e aproveitei para lavar a louça suja. Eu tenho um certo toc com limpeza, então sempre tento manter tudo o mais limpo e organizado possível. Essa foi mias uma característica que puxei do meu falecido pai, e depois que entrei na faculdade de medicina fiquei mais psicopata ainda da limpeza.

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