NATÁLIAA bomba foi lançada. Alfa João permaneceu em choque por um tempo, encarando o telefone enquanto Ricardo já tinha desligado há muito tempo.Eu realmente senti a urgência de explicar por que seu filho foi morto, mas quando recordei como Ana e Diana foram atacadas e arrastadas sem piedade, a urgência morreu por conta própria.Eu queria vê-las. Mais do que minha família maldita, eu me importava com elas. Eu não conseguiria viver se algo tivesse acontecido a qualquer uma delas por minha causa.— Alfa… — Eu tentei chamá-lo, para tirá-lo do transe.Ele levou mais alguns momentos para processar tudo e, quando a realidade se instalou, seus olhos mudaram de cor e me prenderam.— Isso é verdade? Ricardo matou — matou Henrique? Nunca me fizeram uma pergunta tão difícil na vida.O olhar de dor em seus olhos e a raiva lentamente tomando conta de suas feições me deixaram sem palavras. Eu abri a boca e a fechei quando percebi o que ele ia fazer, independentemente de eu responder ou nã
NATÁLIA— O que o Alfa vai fazer conosco? — Diana murmurou, lágrimas rolando por suas bochechas.— O que ele deveria ter feito há muito tempo, para que você nunca tivesse a chance de fugir e trazer vergonha para o bando. — Meu pai resmungou atrás de mim, seus dedos se enterrando em meu ombro para me manter de joelhos.Eu cerrei os dentes, meu coração se endurecendo em relação a ele. Ele se sentia envergonhado — isso era tudo o que ele tinha a dizer, isso era tudo o que ele sempre havia dito para mim.— Se essa lista de coisas para se envergonhar era tão longa… você deveria adicionar uma coisa nela. Tenha vergonha de ser um pai tão horrível para mim. — Eu sussurrei entre meus lábios.— É tudo sua culpa. Se você não fosse uma criança lobo fraca, tudo teria ficado bem com nossa família! — Minha mãe gritou de algum lugar atrás de mim.Meu chamado coração endurecido afundou no fundo do meu estômago. Eu olhei para minhas mãos. O brilho sob minha pele pulsava firmemente.— Olhe para ci
RICARDONão era o suficiente. Aprisioná-la, mantendo um olho nela o tempo todo não era o suficiente.Apenas um movimento errado de Rhianna e ela estava nas garras deles.Eu saí para encontrá-la assim que o pânico surgiu dentro de mim e eu senti sua dor. Bernardo rastreou a localização do telefone de Rhianna e chegamos ao local onde ocorreu o acidente.Rhianna estava lá, ferida, mas viva, porém Natália não estava. Eu soube imediatamente onde ela deveria estar, mas me contive de ligar para João sozinho. Em vez disso, eu me preparei para a guerra.Meu coração batia em meus ouvidos o tempo todo. Eu queria vê-la. Eu estava bravo com ela, mas a preocupação venceu a raiva facilmente.Eu sabia que nunca conseguiria me perdoar se a perdesse também. Eu nunca me senti tão malditamente assustado, mesmo quando toda a minha vida estive à beira de ser executado.No momento em que vi seu pai inútil segurando-a de joelhos, meu pensamento racional foi jogado pela janela.O monstro que eu sempre
RICARDOQuando os gritos de seu pai ficaram mais altos, eu fixei meu olhar em sua figura. O fogo agora se espalhava em direção ao seu pescoço, rápido e implacável.Enrolando minhas mãos em punhos, eu avancei e o alcancei com pressa.Droga! Eu agarrei seu pescoço, minhas mãos queimando no fogo enquanto eu o jogava para o lado e o seguia.Meus olhos lançaram um olhar de volta para o corpo que agora se transformava em cinzas, o fogo se recusando a morrer até que ele se tornasse carvão. Não havia batimento cardíaco, nenhum sinal de vida nele.Natália matou o maldito Alfa acidentalmente.Eu balancei a cabeça. — Venha e salve este aqui também. Eu não vou chegar perto dele. —Bernardo entendeu a mensagem e foi imediatamente ajudar o Beta.Eu aproveitei esse momento e enfrentei a loba. Ela ainda estava impotente, parada à distância, incapaz de avançar ou recuar, temendo o fogo que consumia outra pessoa.Seus olhos estavam fixos no corpo sem vida de Alfa João. Meu coração doía. Eu quer
NATÁLIAEu acordei de repente quando algo tocou meu rosto. Meu corpo inteiro doía como se um cavalo tivesse passado por cima dele.— Ei! — A voz aveludada dele caiu em meus ouvidos.Os dedos dele deslizaram sobre minha bochecha. Eu olhei para o teto familiar do meu quarto na casa dele.Talvez eu estivesse sonhando. Eu nunca saí daqui.— Amorzinho? — Ele me chamou, suave e cuidadoso.Meu olhar se fixou em seu rosto e a calma se espalhou por mim.— Ricardo. — Eu engasguei.— Eu estou aqui. — Ele assentiu.Gritos ecoaram em meus ouvidos, fazendo-me fechar os olhos. Era para ser um sonho, um maldito pesadelo. Eu não poderia queimar alguém até as cinzas. Isso não sou eu.— Não pense nisso. Quanto mais você pensar, mais isso vai assombrá-la. Meus olhos se abriram lentamente, pousando em seu rosto mais uma vez. A fase de choque havia terminado para mim. Era hora de aceitar isso.— Como posso não pensar nisso? Eu o matei. — Eu disse.Meus olhos se apertaram, recordando a expressã
NATÁLIAMeu coração tremia em meu peito quando eu recordava tudo que aprendi sobre eles.Eu não concordava com essas regras! Não era culpa de Ricardo que ele era um híbrido. Foi culpa dos pais dele por fazerem algo que é proibido, então por que ele deveria ser punido por isso?— A reação normal seria me mandar embora e aproveitar a oportunidade para entrar em contato com o conselho enquanto ainda há tempo. Híbridos são criaturas perigosas e assustadoras, você sabe. Eu juro que ele não sabe quando parar de falar.— Você pode, por favor, tentar fechar a boca? Às vezes é saudável. — Eu retruquei, esfregando meu nariz contra a camisa dele.— Seria mais saudável para mim fechar a boca em seus lábios. — A voz sugestiva dele disse perto do meu ouvido.— Eu matei alguém. Estou morrendo de arrependimento e há outra situação que preciso entender agora, enquanto o que você está fazendo? Você quer transar? — Eu resmunguei, puxando minha cabeça para trás e encarando-o.Um sorriso se formou
NATÁLIA— Você quer dizer que eles farão de tudo para se livrar de mim? — Eu inclinei a cabeça, lançando a ele um olhar curioso.Ricardo deu de ombros. — Eles dirão que você não se encaixa aqui. Deixá-la exposta e solta pode trazer danos — algo assim. E então eles a levarão embora para que possam usá-la como uma arma contra os outros, provavelmente. Eu resmunguei, caindo sobre o travesseiro e puxando o edredom até o meu pescoço. Meu coração havia desacelerado consideravelmente.— E o que você fará? Você vai deixá-los me levar? — Eu disse, roubando um olhar para seu rosto sério.Ele estreitou os olhos, a expressão assustadora habitual superando o oceano calmo.— Você espera que eu a proteja? — Ele se deixou cair ao meu lado, olhando para baixo em mim.— Não é esse o seu dever como meu parceiro? — Eu sorri para ele docemente.Ricardo cutucou o interior da bochecha com a língua, os músculos do pescoço se esticando. Meus olhos desceram para seu pescoço e depois para seu peito ofeg
RICARDO— Por que estou aqui? — Ela cruzou os braços sobre o peito, questionando.— Você não sabe? — Minha sobrancelha se levantou.Ana exalou, desviando o olhar. Sua postura gritava o quão tensa ela estava, mas ela agia como se fosse forte e imponente.Eu pedi a Bernardo para trazê-la aqui para que finalmente pudéssemos ter a conversa pendente sobre Natália e o que ela fez.— Você me chamou aqui. Você continua me encarando em vez de me dizer por que estou aqui. Como eu deveria saber o que você quer de mim, Alfa Ricardo? — Ela olhou de volta para mim e fez uma careta.— Cuidado com o seu tom. Eu não vou te avisar novamente. — Eu disse, reclinando-me na cadeira.Ela fechou a boca. Uma expressão de descontentamento surgiu em sua testa, fazendo-a parecer ainda mais matável para mim.Silêncio se seguiu. Meus olhos observavam cada movimento dela. Ela deixava seus olhos vagarem inquietamente pelo meu escritório.— Natália... está bem? — Ela hesitou, finalmente fixando o olhar em mim