Capítulo 80
NATÁLIA

Eu acordei de repente quando algo tocou meu rosto. Meu corpo inteiro doía como se um cavalo tivesse passado por cima dele.

— Ei! — A voz aveludada dele caiu em meus ouvidos.

Os dedos dele deslizaram sobre minha bochecha. Eu olhei para o teto familiar do meu quarto na casa dele.

Talvez eu estivesse sonhando. Eu nunca saí daqui.

— Amorzinho? — Ele me chamou, suave e cuidadoso.

Meu olhar se fixou em seu rosto e a calma se espalhou por mim.

— Ricardo. — Eu engasguei.

— Eu estou aqui. — Ele assentiu.

Gritos ecoaram em meus ouvidos, fazendo-me fechar os olhos. Era para ser um sonho, um maldito pesadelo. Eu não poderia queimar alguém até as cinzas. Isso não sou eu.

— Não pense nisso. Quanto mais você pensar, mais isso vai assombrá-la.

Meus olhos se abriram lentamente, pousando em seu rosto mais uma vez. A fase de choque havia terminado para mim. Era hora de aceitar isso.

— Como posso não pensar nisso? Eu o matei. — Eu disse.

Meus olhos se apertaram, recordando a expressã
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