Heitor pegou o telefone da minha mão. Fiquei imóvel. Não sei se tinha mais forças para lutar contra tudo que estava acontecendo. Aquilo parecia um pesadelo sem fim.
Peguei o telefone de volta das mãos de Heitor, sem ouvir o que ele tinha dito ou deixá-lo terminar:
- É mentira, Daniel! Você não é o pai dela. Eu apresentei você e Salma e lembro muito bem disso. Trabalhavam no mesmo lugar, mas só se conheciam de vista. E Salma estava grávida quando você foi pela primeira vez no nosso apartamento.
- Eu transei com ela antes, Babi. Numa noite em que ela saiu da Babilônia tão bêbada que não lembrava sequer do próprio nome. Ela pouco se importava com preservativo. Gostava de ser fodida de qualquer jeito...
- Mentiroso! – gritei - O que quer agora? Dinheiro? Bens? Para você e Anya e Breno?
- Eu vou lhe mostrar, não se preocupe. Aliás, nós dois vamos lhe apresentar. – Ele sorriu e olhou em direção ao próprio pau.- Como você consegue ser tão safado?Ele me puxou pela cintura:- Como você consegue ser tão persuasiva?- É meu jeitinho meigo.Ele gargalhou e pôs os lábios no meu pescoço, dando um leve chupão finalizado com uma lambida com a língua quente:- Você me tem nas suas mãos, Bárbara! E eu nem sei como consegui ficar assim, tão entregue a você.- E você tem meu coração, Heitor Casanova, desclassificado mor, o homem que fez ter sentimentos muito, mas muito profundos... – Beijei sua boca, tentando não me preocupar com mais nada.Sim, porque uma hora eu teria que parar de pensar no pior. E por hora, sair de Noriah Norte era a melhor s
Foi assim que, horas depois, embarcamos num jato particular, de propriedade do CEO da North B., rumo à Itália.- Enfim, ela descansou. – Nicolete disse, quando, finalmente, Maria Lua dormiu no seu colo, ainda no voo.- Não entendo como ela tem tanta energia. – Falei, enquanto juntava os brinquedos que ela jogou no chão, colocando-os na bolsa.- Acho que o gato ficou feliz de ter um pouco de folga. – Nicolete começou a rir.- Nem vem, Nicolete, ela mal teve tempo de brincar com ele.- Achei que ele pudesse ficar sem rabo. – Ela não conseguia conter a risada.Dei um beijo no rosto da minha pequena, adormecida.- Vou levá-la para descansar comigo e Heitor.- Não... De jeito nenhum! Eu fico com ela. Vá dar atenção ao seu marido. Não se preocupe com este pequeno furacão que dou conta.Fui até a poltrona ma
O polegar de Heitor passou pelos meus lábios com força e ele pegou minhas mãos, puxando-me para sentar nele. Abri as pernas e encaixei-me em seu corpo, levando a boca a dele, falando baixo, com parte de seu lábio entre meus dentes, numa leve e sexy mordida:- Quer sentir... Seu gosto... Desclassificado?Ele suspirou:- Quero sentir meu gosto da sua boca, na sua língua... Me morde, Bárbara...Mordi o lábio inferior sem muita força, depois dando repetidos beijos rápidos em sua boca, até cansar. Não consegui me afastar, pois a mão dele puxou minha cabeça em direção a si e a língua adentrou na minha boca, fazendo-nos dançar aquela dança que só nós dois conhecíamos, tão íntima, tão sexy, que me fazia queimar por dentro e encharcar a boceta.Senti seu pau começar a crescer debaixo d
A propriedade dos Perrone não era muito longe do aeroporto. Em menos de trinta minutos chegávamos na vinícola, onde também ficava a casa onde meu irmão nasceu e se criou.Embora não sentíssemos, por estarmos abrigados dentro do carro, era visível o frio intenso que fazia na rua, mesmo com o sol nascendo timidamente entre as montanhas.Sim, me surpreendi ao ver a extensão das terras que pertenceram e ainda pertenciam à minha família.Assim que Anon acessou o portão principal, começamos a fazer o caminho íngreme pela estrada onde tudo que se via dos dois lados eram videiras, enfileiradas milimetricamente, parecendo sem vida, com os caules acinzentados e sem nenhuma folha sequer.- Meu Deus! Está tudo morto! Coitado de Sebastian quando souber disso. – Observei, sentindo meu coração apertado.Heitor gargalhou antes de explicar:
- Sejam bem-vindos. Somos os cuidadores da casa. O senhor Sebastian nos avisou da chegada de vocês. Que bom que não se atrasaram. Esperamos que goste muito daqui, senhora Perrone.- Casanova! – Heitor corrigiu.- Perrone Casanova – confirmei – Obrigada por nos receberem.- Como bem sabe, a casa é da senhora – falou o homem, curvando-se educadamente – Deixe-me levar as bagagens de vocês, por favor.Anon a abriu o porta-malas do carro e foi retirando a bagagem enquanto o homem foi pegando as malas. A governanta nos conduziu para dentro da casa:- Vamos entrar, pois está muito frio na rua. A previsão é de neve ainda hoje. – Ela avisou.- Jura? – fiquei empolgada – Seria muita sorte.- Certamente pegarão dias de frio e neve. Está bem na época. – Ela sorriu.Adentramos no imóvel. O interior não tinh
Despertei na manhã seguinte completamente nua, de conchinha com meu marido, sob uma coberta grossa, apesar da calefação, que deixava o ambiente com temperatura agradável.Alisei o braço dele, que envolvia meu corpo, com a ponta dos dedos, percebendo a pele arrepiar-se levemente, mesmo com ele adormecido. Sorri, resvalando cuidadosamente para o lado da cama, sem fazer barulho.Enrolei-me no lençol e fui até a janela, abrindo o vidro para em seguida empurrar a veneziana pesada, em madeira. Meu coração bateu forte ao ver o chão começando a ficar branquinho e a neve caindo timidamente.Corri até Heitor, balançando-o, ansiosa.- O que houve? – Ele abriu um pouco os olhos, cobrindo-se até a cabeça.Puxei a coberta, encontrando um homem nu e perfeito na cama, magro, com poucos pelos no corpo e um abdômen perfeito.- Porra, que frio!
- Gosto... – confessei, me jogando de bruços na cama, sem forças para levantar – Acho que morri e estou chegando no céu... Bom dia, Deus, sou eu... – Fechei meus olhos, a cabeça sobre o colchão que nem tinha mais lençóis.- Depois disso você não chegou no céu, não, desclassificada – ele riu – Bem-vinda ao inferno – parou na minha frente, estendendo a mão na minha direção – Prazer, diabo, a seu dispor.- Poderia fazer tudo de novo, senhor? – Levantei a cabeça, ainda incapaz de fazer o mesmo com o corpo.Ele sorriu de forma safada, com o canto dos lábios. Ouvimos uma batida forte na porta.- Não lembro de ter pedido serviço de quarto. – Ele arqueou a sobrancelha.- Não pediu mesmo... Não estamos num hotel, desclassificado. – Levantei rapidamente, puxando
- Como assim sumiu? Não tem como ela sumir. Se você a deixou na sala, ela deve estar em algum lugar... Ela gosta de brincar de esconder.Levantei e desci correndo as escadas íngremes de madeira. A sala estava vazia.Fui até a porta de vidro que dava para a rua e estava fechada, mas não trancada.- Não tem como alguém ter entrado aqui... E levado ela. – Falei, incerta.- Ela não está na cozinha – falou a governanta – Nem nos cômodos no caminho para lá.Heitor desceu correndo, enfiando um casaco nos braços:- Precisamos procurar em todos os lugares.- Como soube? – Olhei para ele.- Ben... Ouviu tudo no telefone. E me contou.Começamos a procurar pela casa. O homem responsável pelo local também ajudou, mas na parte externa. Depois de um tempo, eu já sabia que minha filha não estava na