Deitei para o lado da parede e meus dedos tocaram a superfície lisa, onde senti “Babi e Jardel”, que eu havia escrito com uma faca, perfurando o cimento. Ainda estava ali... Tudo do jeito que eu deixei, há quase dez anos atrás.- Por que dói tanto, porra? O que você fez comigo, Heitor? – gritei, não evitando as lágrimas que caíam sem eu dar permissão.Então eu chorei. Na frente de John, que nada fazia, mas que tudo escutava, sem me julgar. Ele só me olhava com seus olhos claros, sem sorrir, mas me dando a certeza de que eu não estava sozinha. Porque independente de para onde eu fosse e quantas vezes eu voltasse, ele sempre estaria ali, com seu olhar sexy e depravado... Me esperando.Embora Mandy estivesse fora de perigo, não tinha previsão para voltar para casa.Na segunda-feira pela manhã eu voltei para a capital, para resolver o que tinha pendente e buscar algumas roupas. Não tinha o que fazer. Teria que abrir mão de tudo e ficar com minha avó.Assim que cheguei em casa, percebi que
- E da outra não era? – ele perguntou, ironicamente. – Sente-se. – falou seriamente.Ok, não era um caso de vida ou morte, em que eu precisava me demitir e sair correndo, embora sim, eu tivesse um pouco de pressa. Precisava voltar ainda aquele dia pra cidade onde vivi boa parte da minha vida.Olhei para Sebastian. Nos conhecíamos há pouco tempo, mas tivemos certa ligação desde o primeiro momento que nos vimos. Ali, de frente para ele, cheguei a lembrar de quando estava naquela mesma cadeira, pedindo emprego, dois meses atrás. O olhar interessado dele e o pedido de sinceridade durante a entrevista.Eu ainda não tinha certeza se realmente estava na Perrone pela minha capacidade intelectual ou para servir de vingança contra Heitor Casanova. Também tentava entender o motivo pelo qual Sebastian tentava me manter ali a qualquer custo, mesmo eu tendo pedido adiantamento no segundo dia de trabalho, estar envolvida, ou melhor, “ter estado” envolvida com o homem que ele odiava, ter me metido na
- Você não tem ideia do quanto eu ouvi de “Eu preciso de você” nas últimas semanas. – falei, sem olhá-lo. E não sei o motivo, porque eu continuo sendo Bárbara Novaes... Ou simplesmente Babi. Fico a imaginar o que mudou entre mim e as pessoas novas que me cercam. – Olhei para Sebastian. – Eu não posso ser salvação para ninguém... Mal sei salvar a mim mesma.Sebastian veio até mim e abraçou-me:- Eu não acho que você vá aguentar ficar longe, Babi. A sua vida inteira está aqui. E ali. – ele apontou para a North B.Suspirei, resignada. Eu não iria contar a ele sobre o acontecido entre mim, Heitor e Cindy, porque certamente ele diria que me avisou. Mas eu não era alguém que sabia ouvir as pessoas. Eu só ouvia a mim mesma.- Você acha que eu seria capaz de me apaixonar por Heitor Casanova? – me ouvi perguntando, ainda com os olhos voltados para último andar da North B.- Não acho que ele mereça o seu amor. Mas acho que Heitor Casanova poderia se apaixonar por você. Porque Bárbara Novaes é d
Apertei o botão do elevador que me direcionaria ao último andar. Sentia meu coração descontrolado e eu nem sabia ao certo o porquê. Eu muito mais queria explicações do que tinha a explicar.Minha avó passou mal e eu precisei ir... E a porra do telefone de Heitor estava desligado. O que eu mais temia era o que ele me diria com relação a Cindy Connor ter atendido o telefone dele.Entrei na sala gigantesca da recepção. Havia dois homens esperando, ambos bem-apessoados e usando ternos. Fui diretamente numa das secretárias:- Quero falar com Heitor Casanova.Ela levantou os olhos na minha direção:- Tem horário marcado?- Não. Mas diga a ele que é Bárbara.- Bárbara de quê? – a outra se intrometeu.- Ele sabe de que... – eu sorri e segundos depois fiquei séria. – Agora!As duas se olharam a riram.- Posso saber por que vocês estão rindo? Vão chamar Heitor ou eu vou ter que entrar sem ser anunciada?- Ele está numa conversa importante e posso garantir que vai demorar. – Uma delas falou, sem
- Bárbara... Você me fez de bobo. E... Eu não soube que você ligou. Achei que...- E você logo deu um jeito de curar as mágoas na loira do pau do meio. – Eu ri, com escárnio. – “Eu vou provar que mudarei, Bárbara e você verá isso nas minhas atitudes”. Achei que estas palavras fossem sinceras e confiáveis.- E eu achei que você tinha gostado do meu convite para cozinharmos na minha casa.- Acha mesmo que eu não fui porque simplesmente não quis? Não passou pela sua cabeça que algo poderia ter acontecido?- De início sim... Depois realmente achei que... Você estava me dispensando. Porque eu sinto que posso esperar qualquer coisa de você...Eu balancei a cabeça, confusa:- Eu nem sei se vale a pena contar, Heitor. Sinceramente, não vejo futuro nesta relação. Nem começamos e olha como está. Como disse, já sofri demais e não quero seguir com algo que já dá errado de antemão.- Não imaginava você tão pessimista.- Mas eu imaginava você safado e desclassificado. E que não mudaria.Ele veio at
Eu fui até ali pedir explicações... Não conversamos nada com nada e minha calcinha já estava encharcada e tudo que meu corpo fazia era clamar por ele. Eu não veria Heitor tão cedo novamente. Não tinha ideia de quanto tempo minha avó levaria para melhorar e nem sequer tinha certeza se voltaria para capital.Mais uma vez minha vida estava de cabeça para baixo. E justo no momento que eu achei que tudo estava se encaixando: um bom emprego, um possível relacionamento amoroso depois de tanto tempo sozinha...Heitor me levou até a mesa de vidro e abriu minhas pernas, colocando seu corpo entre elas. Senti sua língua na minha e então percebi o quanto eu estava envolvida e apaixonada por aquele homem e que ele me fez muita falta naqueles míseros dois dias, ou seja, 48 horas. O que seria de mim?O beijo foi ficando mais quente e intenso e eu sentia isso quando a boca de
Porra, Bárbara, manda o ciúme doentio que começa a sentir por este homem embora. Você nunca foi possessiva... Por que com ele tudo é diferente? Só em imaginá-lo se enfiando em outra mulher eu ficava puta, com vontade de esganá-lo... Mas só depois que ele acabasse aquilo que começou comigo.Heitor pegou meus dois seios entre suas mãos e começou a fazer movimentos circulares com os quadris, me enlouquecendo:- Assim... Eu vou gozar... Em segundos... – minha voz falhou.- Pode levar segundos, Bárbara... Ou horas... Eu vou esperar até que goze para eu gozar, ok?- Me diz que você é real, porra! – apertei os ombros dele com toda minha força.- Ai! Sim, eu sou real... E sinto dor. – Gemeu.- Vou amarrar você... Eu juro... – arqueei meu corpo.- Junto de você? – moveu-se vagarosamente
- Minha avó é tudo que eu tenho. Não posso deixá-la.- E você pode me deixar? – a voz dele ficou alterada.- Não parece que minha ausência abalou muito você, já que o encontrei com a loira do pau do meio, não é mesmo?- Por que você sempre dificulta as coisas pra mim, porra? – passou os dedos entre os cabelos.- Não me disse o que exatamente ela estava fazendo aqui. Eu já dei minhas explicações sobre o que eu fui fazer no sábado... E foi um caso sério, de doença. Lembro que você me prometeu que terminaria com Milena e com Cindy – eu ri. – É até engraçado dizer isso... Me submeter a cobrar de você que acabe seu relacionamento com “duas mulheres”. A que ponto eu cheguei...- Cindy não é uma mulher fácil.- Estou me fodendo para isso.- Eu vou precisar dela.- Como assim “precisar dela”? – enruguei a testa, incrédula com o que ele dizia.- Eu não tenho outra pessoa de confiança para assumir a Babilônia.- Heitor, você está querendo dizer que vamos ser um casal, no entanto sua ex vai toma