- Tudo bem por aí? – olhei para Anon 1, parado ao nosso lado.Olhei Ben atravessando a rua e meu coração voltou a bater novamente. Ele era como água no deserto naquele momento.- Tudo bem, Anon 1. – falei, levantando meus pés e dando um beijo no rosto dele. – Obrigada por tudo... E... Adorei seu gosto para calcinhas.Ele sorriu timidamente:- Que bom que gostou, senhora Bongiove. Mas comprei conforme o senhor Heitor solicitou.Olhei para a loira do pau do meio e perguntei para ele, sarcasticamente:- E como Heitor pediu que fossem as calcinhas que você comprasse para mim?- Pequenas, rendadas, sexys e ao mesmo tempo delicadas.Eu ri e balancei a cabeça:- Ficaram todas perfeitas. E ele adorou. – Garanti.Cindy me fuzilou com o olhar.- Ei, lindona! Está pronta? – Ben parou do meu lado.- Eu nasci pronta, amor. – Joguei meus cabelos para trás, respirei fundo e desfilei pela rua, rebolando minha bunda durinha e meus cabelos cem porcento originais (umas luzes douradas, confesso!).No cam
Dois dias depois da minha chegada ao interior, recebi uma ligação de Heitor. Dizer que minhas pernas não tremeram imediatamente e meu coração não bateu mais forte seria uma mentira.Ah, Heitor, como eu queria que você me dissesse agora mesmo que mandou Cindy embora da sua vida, da sua casa, do seu país... Se for este o motivo da sua ligação, eu vou ser sua para sempre. Mas se não for... Vai conhecer a minha fúria.- Oi... – falei, tentando não parecer nervosa.- Eu simplesmente não suporto sentir a sua falta. – Ele disse de uma vez.- Esta frase pode ser mudada. Posso sugerir que seja “Bárbara, estou louco de saudades de você.” O que acha?- Você entendeu, porra. Que mania que tem de tentar me confundir... E me deixar ainda mais louco do que já estou.- Pode mudar esta para: Bárbara, sem você eu não consigo sequer pensar direito...- Caralho, quando você volta?- Esta você substitui por: “Como está sua avó? Espero que bem.”Ele ficou em silêncio do outro lado da linha, mas eu consegui
- Eu... Arrumei um trabalho.- Hum, obrigada por ter me ligado e avisado, para tranquilizar sua avó. Talvez seja culpada por eu ter tido um infarto, sabendo que você estava desesperada atrás de emprego e ainda recusando minha ajuda financeira para viver.- Vó, me desculpe. Mas se você soubesse tudo que aconteceu comigo nas últimas semanas, não sei se acreditaria.- Que tal começarmos por onde você está trabalhando?- Eu consegui um emprego na Perrone. – falei empolgada. – Num alto cargo. Estou quase na sala do CEO. – brinquei.Ela não sorriu. Não falou uma palavra sequer. E seu rosto se fechou.- Vó... Você está bem? Está sentindo algo? – me preocupei.- Quem é o CEO?Arqueei a sobrancelha, confusa:- Sebastian Perrone.- Não conheço.- Conhece algum CEO na vida? – eu ri.- Sim... Vamos ver... Heitor Casanova, Allan Casanova...- Estes não vale. Todo mundo conhece.- O que você faz exatamente na Perrone?- Sou responsável pelo Marketing. Um emprego na minha área de formação. Sebastian
- Não posso, Babi. Preciso cumprir a promessa que fiz a ela.Céus, meu peito doía tanto. Lembrar da minha mãe acabava comigo. Era uma saudade tão grande, tão intensa. E eu sabia eu jamais conseguiria acabar com aquele sentimento dentro de mim. Porque não a veria novamente, com seu sorriso meigo, sua perseverança e otimismo e a certeza que ela me dava de que tudo daria certo, sempre.Se havia uma promessa para que eu não ficasse sabendo a verdade, mamãe tinha a certeza de que eu iria atrás de vingança do desgraçado.Claro que eu ia descobrir, de um jeito ou de outro. Não queria saber quem era meu progenitor. Mas sim ter certeza de quem foi o homem que magoou a mulher mais perfeita do mundo todo: a minha mãe.Mandy limpou as minhas lágrimas e disse:- Você não é mais uma criança... E eu sei disto. Mas enquanto eu
- Entendeu, porra? – Ela gritou e nós duas saltamos, amedrontadas.Ok, agora eu dou ordens na Perrone! Porra, o que estava acontecendo? Eu nunca vi Sebastian daquele jeito. Ele era tão doce e delicado, mesmo quando estava bravo. Mas naquele momento não foi.Sebastian entrou na sala e fui atrás dele. Antes de fechar a porta, eu disse para a secretária:- Você já deixou de dar recados meus para ele uma vez, lembra? Que porra você tem contra mim, afinal?- Nada, senhorita Novaes. – Negou com a cabeça.- Torça para que ele não me dê poder, porque a primeira coisa que vou fazer é contratar outra secretária.Eu realmente não entendia o que as secretárias de todas as empresas tinham contra mim. Parecia até algo combinado.Entrei e fechei a porta. Estavam Sebastian, Tony e a mulher que coordenava a parte do RH da emp
Eu poderia dizer que aquilo me feriu profundamente. Mas não feriu, porque sinceramente, eu não esperava grandes coisas do homem que engravidou a minha mãe e sumiu, não deixando vestígios.- Eu nunca tive expectativas com relação a ele. – Confessei.- Se ele foi um homem horrível, cruel e frio com você e sua mãe? Sim, foi. Mas se arrependeu, nos últimos tempos de vida.- E eu que julguei Allan – ri, com escárnio. – Acho que ele foi muito mais homem do que Francesco Perrone.- Francesco Perrone se arrependeu e isso que importa.- Para mim não importa, porra – gritei. – Eu fui ignorada por este desclassificado por 27 anos. Você sabe o que são 27 anos, Sebastian? – comecei a andar pela sala enorme e com poucos móveis, completamente aturdida e nervosa. – Agora entendo porque minha mãe sequer falav
- Sebastian, por que seu pai abriu a empresa em Noriah Norte, afinal? Não foi por mim, foi para provocar Allan, não é mesmo?- Ele disse que quando a encontrasse, esta Perrone, no seu país, lhe pertenceria. E ele já sabia que iria morrer em breve. Então, realmente era o desejo dele que você fosse a CEO daqui. E eu comandaria os negócios no meu país. O problema é que ele investiu muito... Em pouco tempo. Queria deixar tudo pronto antes de morrer.- E...- Bem, você vai ganhar uma filial da Perrone.- Eu não quero.- É sua... A questão é: está falida.- A Perrone está falindo? – Não contive a risada. – Claro, eu não poderia esperar outra coisa. Você só me contratou porque estava falindo.- Babi, eu contratei você porque é minha irmã. Eu só queria confirmar
Adentrei na sala do CEO da North B. como um furacão. Assim que me viram, as secretárias levantaram imediatamente: - Senhorita Novaes! – uma delas disse. Antes que elas falassem qualquer outra coisa, abri a porta, sem pedir permissão. Heitor estava reunido com vários homens, todos sentados ao redor de uma mesa, à esquerda de quem entrava na sala. - Fora, todo mundo, agora! – Apontei o dedo para a porta. Heitor começou a mover sua cadeira giratória, de um lado para o outro e me encarou, parecendo se divertir com a situação. Como ele não falou nada, todos os homens levantaram e foram saindo. Assim que o último deles se foi, fechei a porta com força, dando um estrondo na parede. - Devo ter medo? – Ele arqueou a sobrancelha, divertidamente. - Eu vou matar você. – falei, imóvel, sentindo meu coração batendo tão forte que eu mal conseguia respirar. Claro que eu achei que iria até lá e acabaria com ele. E sim, eu faria isso. Mas primeiramente meu corpo precisava se acostumar com o dele