Isso era um assunto entre ele e Sabrina. Por que Álvaro tinha que se intrometer toda vez?! E, como se não bastasse interferir, ele ainda tinha a ousadia de dizer algo tão ultrajante! O medo nos olhos de Fabiano havia desaparecido completamente. Ele ergueu a cabeça, encarando Álvaro com um olhar gélido e sombrio. — Álvaro, em consideração ao fato de termos crescido juntos, ainda estou disposto a te chamar de irmão. Mas o que acontece entre mim e a Sabi sempre foi, desde o início, um assunto nosso. Com que direito você se mete? Tudo bem, você é o irmão da Sabi, mas acha que pode controlar a vida dela para sempre? As famílias Ribeiro e Amorim têm uma amizade de tantos anos. Você realmente vai ignorar esse laço e agir contra mim? Não acredito nisso. Álvaro esboçou um sorriso frio nos lábios finos. — Fabiano, pode tentar. Acha que eu, Álvaro, me importo com esse suposto laço que não vale absolutamente nada? Então está enganado. Você mesmo disse: isso é coisa do passado. E, para mi
Álvaro ergueu levemente as sobrancelhas, com um sorriso sutil surgindo nos lábios finos: — É mesmo? Tenho algo para fazer esta noite e vou passar a noite aqui. Me entregue o cartão do quarto da cobertura. O rosto da gerente da recepção mudou instantaneamente: — Presidente Álvaro! Bem... É o seguinte, o quarto da cobertura está um pouco indisponível nesses dias. É que... O encanamento está quebrado. Estamos tentando consertar, mas os trabalhadores não são muito competentes, então... Ainda não conseguiram terminar o reparo. Se o senhor quiser, posso arranjar outra suíte para você. O que acha? Álvaro deu um sorriso que não alcançava os olhos: — Que coincidência, hein? Justamente quando eu quero ficar, o encanamento quebra? Qual é a empresa que está fazendo o reparo? Me diga o nome, que eu mesmo faço uma reclamação. Além disso, como gerente de recepção de um hotel, você sabe que os trabalhadores não são confiáveis e ainda assim não troca a empresa? Está esperando ser denunciada p
Depois de falar, ele trocou os sapatos e entrou na casa. Caminhou até Emerson e tirou um cartão-chave do bolso, o entregando: — A Sabi está na suíte do último andar do Hotel Estrela do Mar. Este é o cartão-chave, você pode ir procurar ela. Emerson olhou para ele, surpreso: — Eu já fui ao Hotel Estrela do Mar. A gerente da recepção disse que ela não esteve lá. Álvaro ficou sem palavras. — O Hotel Estrela do Mar foi o presente de aniversário de 18 anos que meu pai deu para a Sabi, então a gerente da recepção é extremamente leal a ela. Por que ela revelaria o paradeiro dela tão facilmente para você? Imediatamente, Emerson se levantou, pegou o cartão-chave dos dedos de Álvaro e se preparou para sair. Álvaro o chamou: — Espere. Eu te levo até lá. Emerson, no estado em que você está agora, não é seguro dirigir. Mas Emerson insistiu, teimoso: — Eu posso ir sozinho. Álvaro franziu profundamente as sobrancelhas. — Você e a Sabi terem se casado não me surpreende nem um po
A insinuação contida naquela frase já era bastante evidente. Dalila pensou que, com a inteligência de Álvaro, ele certamente entenderia. Na época do ensino médio, eles precisavam estudar muito para conseguir boas notas. Álvaro, sentado na última fila, dormia em praticamente todas as aulas. Ainda assim, ele sempre terminava o ano em primeiro lugar, disparado à frente do segundo colocado. Mais tarde, ele também participou da competição nacional de matemática e, em todas as ocasiões, conquistou o primeiro lugar. Em uma reunião de ex-colegas de escola, organizaram uma competição de testes de QI, e Álvaro obteve a pontuação mais alta entre todos. Por isso, Dalila queria usar aquela frase para testar novamente os verdadeiros sentimentos de Álvaro. Se ele realmente não reagisse depois de ouvir aquilo, ela desistiria de vez. Álvaro refletiu por um momento e, com os lábios finos ligeiramente entreabertos, disse: — O que você está pensando? Você é cunhada da minha irmã, é claro q
"Será que foi a Agatha quem entregou Sabrina?" Não, Emerson achava isso impossível. Sabrina havia lhe dito pessoalmente que Agatha era a pessoa mais confiável de todo o Bar da Adoração. Foi exatamente por isso que a colocou na recepção e confiou a ela a administração do bar. Dessa forma, só podia significar que alguém tinha perguntado a Agatha sobre o paradeiro de Sabrina. Emerson achou melhor começar investigando por conta própria. A parte que envolvia Sabrina, eles resolveriam juntos quando ela acordasse. Na manhã em que o funcionário passou mal e desmaiou, poucas pessoas estavam por perto. Apenas quem acompanhou o funcionário ao hospital sabia exatamente para onde ele havia sido levado. Emerson revisou mais uma vez a lista de funcionários. Desta vez, focou em uma pessoa: Dâmaso. Aquele rapaz havia começado a trabalhar no mês passado. Recém-formado em um curso técnico, ele não conseguia encontrar emprego e acabou se candidatando à vaga no restaurante, dizendo que queri
Emerson olhou para a palma de sua mão vazia, sentindo uma profunda sensação de impotência invadir seu coração. Ele ergueu os olhos, com as órbitas avermelhadas, encarando Sabrina. — Sabi, se ainda tiver alguma questão, por favor, me diga. Tudo bem? Sabrina apertou os lábios, se lembrando da cena daquela manhã, quando tomou a pílula anticoncepcional. Seu coração ficou novamente pesado. Ela não sabia se deveria contar a ele. Se dissesse, certamente ela e Emerson teriam outra discussão. Se não dissesse, talvez ele nunca compreendesse o verdadeiro motivo da divergência entre eles naquela manhã. Emerson levantou a mão e acariciou a bochecha dela. — Sabi, por favor, me diga, está bem? Eu não posso perder você. Já me acostumei a ter você na minha vida. Não sei como viver sem você. Na vida, sempre encontramos nossa redenção, e para Emerson, Sabrina era sua redenção. — Emerson, naquela manhã, você disse que não gosta de crianças. Por quê? Sabrina ergueu a cabeça. Seus cabelo
— Está tão frio no chão. Como você pode sair correndo sem calçar os sapatos, Sabi? Mesmo que esteja brava comigo, você ainda precisa cuidar do seu corpo. Eu sei que você me ama, mas eu não confio em mim mesmo. Não acredito que você se apaixonaria por mim tão rápido, porque, claramente, eu não fiz nada para merecer isso. Quando você se viu em perigo, a primeira pessoa em quem pensou em procurar não fui eu, foi seu irmão. — Emerson fez uma pausa e repetiu. — Isso me faz sentir que ainda não sou forte o suficiente, que não tenho a capacidade necessária para que você dependa de mim. É por isso que você pensa em procurar outra pessoa. Quando a família do Fabiano te maltratou, tudo o que pude fazer foi usar a influência da minha família para calá-los. Às vezes, penso que, se matar não fosse crime, eu já teria matado o Fabiano umas dez mil vezes. Emerson continuou: — Sabi, me perdoe, de verdade. Nos últimos tempos, já comecei a me envolver nos negócios da família. Quando eu tiver poder su
O choro de Sabrina foi gradualmente cessando. Ela estava sentada na cabeceira da cama, enquanto Emerson permanecia ajoelhado com um dos joelhos no chão. A posição dos dois parecia bastante peculiar naquele momento. Sabrina se soltou dos braços dele, estendeu a mão e o puxou para sentar ao seu lado na cama. Ela ergueu a cabeça, olhando para ele com os olhos ainda marejados de lágrimas: — Você está falando sério? Emerson respondeu com firmeza: — Claro, Sabi, eu nunca mentiria para você. Agora que somos marido e mulher, é natural pensarmos em filhos. Mesmo que nosso sentimento ainda não seja tão profundo, isso não importa. Podemos construir isso juntos, pouco a pouco. Eu não quero mais esperar, muito menos continuar tentando adivinhar se você me ama ou não. É exaustivo. Enquanto você estiver ao meu lado, vou acreditar que ainda me ama, certo? Sabrina fez um bico, sua expressão meio emburrada: — Eu já te amo, ora. — Após dizer isso, ergueu novamente a cabeça e completou. — Em