O choro de Sabrina foi gradualmente cessando. Ela estava sentada na cabeceira da cama, enquanto Emerson permanecia ajoelhado com um dos joelhos no chão. A posição dos dois parecia bastante peculiar naquele momento. Sabrina se soltou dos braços dele, estendeu a mão e o puxou para sentar ao seu lado na cama. Ela ergueu a cabeça, olhando para ele com os olhos ainda marejados de lágrimas: — Você está falando sério? Emerson respondeu com firmeza: — Claro, Sabi, eu nunca mentiria para você. Agora que somos marido e mulher, é natural pensarmos em filhos. Mesmo que nosso sentimento ainda não seja tão profundo, isso não importa. Podemos construir isso juntos, pouco a pouco. Eu não quero mais esperar, muito menos continuar tentando adivinhar se você me ama ou não. É exaustivo. Enquanto você estiver ao meu lado, vou acreditar que ainda me ama, certo? Sabrina fez um bico, sua expressão meio emburrada: — Eu já te amo, ora. — Após dizer isso, ergueu novamente a cabeça e completou. — Em
Sabrina respondeu, chocada: [Você está brincando comigo? A mulher mais qualificada de toda a Cidade do Sol, claro que sou eu!] Álvaro mandou um emoji revirando os olhos, claramente sem paciência: [Sai daqui, por favor. Obrigado.] [Você é muito jovem pra ser tão narcisista.] [Minha mãe acabou de me mandar uma mensagem dizendo que amanhã à tarde eu vou a um encontro arranjado. A suposta mulher mais qualificada de toda a Cidade do Sol é quem vai estar lá.] Sabrina respondeu: [A mãe é muito engraçada.] Álvaro rebateu: [Já tirei print e mandei pra ela.] Na mesma hora, Sabrina ficou sem palavras. Sentada no vaso sanitário, refletiu por alguns minutos, mas não conseguiu imaginar quem seria a tal pessoa. Quando se levantou para dar descarga, o rosto de Dalila surgiu em sua mente como um tapa. [Irmão, a mulher de quem sua mãe tá falando não seria a Dalila?] Álvaro respondeu rapidamente: [Impossível.] [A Dalila jamais aceitaria ir a um encontro arranjado comigo.] Sabrina ins
— Sabi, eu não sei o que está acontecendo do seu lado, então você vai ter que investigar isso por conta própria. Sabrina assentiu: — Está bem, eu sei. Já estou investigando. Hoje de manhã, quando cheguei ao bar, fiquei sentada no balcão pensando no problema até que a Janaína chegou à loja às nove. Nós saímos juntas e, ao sair, eu só avisei à Agatha. Naquele momento, não havia ninguém ao lado dela. Mas eu posso garantir que definitivamente não foi a Agatha que me entregou. Ela nunca faria isso. Assim como eu, ela também detesta o Fabiano, então não teria motivo para ajudar ele. Emerson concordava com ela. — Então, é possível que alguém tenha perguntado à Agatha, e ela tenha contado sobre isso à pessoa. Pode ser? — Ele sugeriu. Depois que Emerson falou, Sabrina pegou o celular e ligou para Agatha. O telefone tocou duas vezes antes de ser atendido. Agatha devia estar ocupada no bar, pois Sabrina conseguia ouvir ao fundo uma música leve e intermitente. — Sabrina, onde você f
Felizmente, aquele vaso de gardênias, ao ser quebrado, cortou de vez o laço emocional entre eles. Sabrina deu de ombros com uma expressão de total desamparo:— Quem não concorda, né? Mas isso já não tem nada a ver comigo. Se o Fabiano gosta de brincar, então vamos brincar com ele também. Um brilho enigmático passou pelos olhos de Sabrina. Emerson curvou levemente os lábios, e um traço de ironia brilhou em seu olhar: — Ok, estou com você. No quarto do hotel, a luz amarelada e quente iluminava os dois. Quando Sabrina ergueu o rosto, seus olhos encontraram os de Emerson, que a olhava com ternura. Emerson baixou os olhos para ela, seu olhar era tão suave quanto a água de uma nascente na primavera, capaz de envolvê-la por completo. Os dois se aproximaram naturalmente. No final, ninguém sabia quem tomou a iniciativa, mas, no instante em que seus lábios se tocaram, a atmosfera foi preenchida por uma explosão de sentimentos intensos. As mãos de Sabrina subiram para os ombros de
— Você acha que a pessoa com quem a Dalila vai ter um encontro às cegas pode ser o meu irmão? — Sabrina perguntou curiosa, encostada no peito de Emerson. — É bem provável. — Emerson respondeu, puxando ela para mais perto. — Com as qualidades do seu irmão, com certeza a tia Patrícia e os outros vão aprovar. De repente, a situação ficou mais interessante. — Que tal a gente seguir eles no encontro à tarde? Vamos descobrir com quem o meu irmão vai se encontrar! Você segue sua irmã e, se eles realmente estiverem no mesmo lugar, a gente acaba encontrando os dois. Emerson rejeitou a ideia sem hesitar: — Eu não vou fazer esse tipo de coisa, Sabi. Mesmo que eles realmente estejam se encontrando, nossa presença só vai deixar tudo mais constrangedor para eles. — Você tem razão. — Sabrina pensou por um momento. — Então não vamos. Vamos ligar para eles hoje à noite e perguntar diretamente. Quer apostar comigo? Eu aposto que a pessoa com quem meu irmão vai sair é a Dalila. Se eu ganhar,
Emerson manobrava habilmente o volante enquanto dirigia o carro pela rodovia. Sabrina estava reclinada no banco do passageiro, entediada, mexendo no celular. De vez em quando, soltava um comentário ou outro para Emerson. O Carro do Vento, de cor prateada, entrou no estacionamento do Restaurante Encontro. Sabrina guardou o celular e desceu do carro junto com Emerson. — Vá logo, à noite voltaremos juntos para casa depois do trabalho. — Emerson acariciou levemente a cabeça dela com uma voz suave. Sabrina assentiu, atravessou a faixa de pedestres e entrou no bar, enquanto ele a observava. Só depois de vê-la desaparecer pela entrada foi que Emerson se virou e entrou no restaurante. A atmosfera no Bar da Adoração estava um tanto estranha naquele dia. Assim que Sabrina entrou, vários funcionários desviaram o olhar, hesitantes, como se quisessem dizer algo, mas recuassem. Franzindo levemente as sobrancelhas, ela se sentou no balcão e perguntou para Agatha: — O que está acontece
O rosto de Mirella ficou instantaneamente pálido como papel. Ela arregalou os olhos para Sabrina, com os lábios tremendo, tentando dizer algo para se justificar, mas sem saber por onde começar. — Já que você acha o Fabiano tão bom, a partir de agora pode seguir ele. Não precisa mais vir trabalhar aqui. Isso aqui não é abrigo. E não use minha tolerância com você para desafiar os meus limites. As mãos de Mirella tremiam de medo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Quando ela levantou a cabeça para olhar Sabrina, as lágrimas brilhavam em seus olhos: — Chefe, eu errei, eu realmente errei. Não deveria ter contado sua agenda para o Fabiano. Ele me deu uma quantia em dinheiro para que eu relatasse seus compromissos diários. Ele me disse que queria te proteger em segredo, então foi por isso... Foi por isso que eu fiz isso. Eu juro que não tive má intenção. Chefe, acredite em mim, por favor, não... Não me demita, está bem? Sabrina olhou para ela sem qualquer expressão: — Mirell
— Com a situação atual do Bar da Adoração, alguém aqui ainda tem alguma insatisfação? Os outros funcionários abaixaram a cabeça. Um deles, mais corajoso, respondeu baixinho: — Não temos nenhuma insatisfação, chefe. Na verdade, a maioria dos funcionários do bar eram muito dedicados. Desde o começo, trabalhavam com Sabrina e já eram considerados veteranos. Mesmo durante a recente reforma, após o bar ter sido vandalizado, ninguém cogitou pedir demissão. — O único problema desse trabalho é que o horário noturno é muito longo. Por isso, o salário de vocês é mais do que o dobro do que se paga no mercado. Essa é minha forma de compensar vocês. Afinal, virar noites é muito prejudicial à saúde. No segundo semestre, vou implementar uma escala de turnos de acordo com a situação do bar. Assim, vocês terão mais tempo para sair, se divertir ou namorar. Durante o período de trabalho em turnos, o salário continuará o mesmo. Podem ficar tranquilos. — Chefe, você é boa demais! — Exclamou n