Depois de falar, ele trocou os sapatos e entrou na casa. Caminhou até Emerson e tirou um cartão-chave do bolso, o entregando: — A Sabi está na suíte do último andar do Hotel Estrela do Mar. Este é o cartão-chave, você pode ir procurar ela. Emerson olhou para ele, surpreso: — Eu já fui ao Hotel Estrela do Mar. A gerente da recepção disse que ela não esteve lá. Álvaro ficou sem palavras. — O Hotel Estrela do Mar foi o presente de aniversário de 18 anos que meu pai deu para a Sabi, então a gerente da recepção é extremamente leal a ela. Por que ela revelaria o paradeiro dela tão facilmente para você? Imediatamente, Emerson se levantou, pegou o cartão-chave dos dedos de Álvaro e se preparou para sair. Álvaro o chamou: — Espere. Eu te levo até lá. Emerson, no estado em que você está agora, não é seguro dirigir. Mas Emerson insistiu, teimoso: — Eu posso ir sozinho. Álvaro franziu profundamente as sobrancelhas. — Você e a Sabi terem se casado não me surpreende nem um po
A insinuação contida naquela frase já era bastante evidente. Dalila pensou que, com a inteligência de Álvaro, ele certamente entenderia. Na época do ensino médio, eles precisavam estudar muito para conseguir boas notas. Álvaro, sentado na última fila, dormia em praticamente todas as aulas. Ainda assim, ele sempre terminava o ano em primeiro lugar, disparado à frente do segundo colocado. Mais tarde, ele também participou da competição nacional de matemática e, em todas as ocasiões, conquistou o primeiro lugar. Em uma reunião de ex-colegas de escola, organizaram uma competição de testes de QI, e Álvaro obteve a pontuação mais alta entre todos. Por isso, Dalila queria usar aquela frase para testar novamente os verdadeiros sentimentos de Álvaro. Se ele realmente não reagisse depois de ouvir aquilo, ela desistiria de vez. Álvaro refletiu por um momento e, com os lábios finos ligeiramente entreabertos, disse: — O que você está pensando? Você é cunhada da minha irmã, é claro q
"Será que foi a Agatha quem entregou Sabrina?" Não, Emerson achava isso impossível. Sabrina havia lhe dito pessoalmente que Agatha era a pessoa mais confiável de todo o Bar da Adoração. Foi exatamente por isso que a colocou na recepção e confiou a ela a administração do bar. Dessa forma, só podia significar que alguém tinha perguntado a Agatha sobre o paradeiro de Sabrina. Emerson achou melhor começar investigando por conta própria. A parte que envolvia Sabrina, eles resolveriam juntos quando ela acordasse. Na manhã em que o funcionário passou mal e desmaiou, poucas pessoas estavam por perto. Apenas quem acompanhou o funcionário ao hospital sabia exatamente para onde ele havia sido levado. Emerson revisou mais uma vez a lista de funcionários. Desta vez, focou em uma pessoa: Dâmaso. Aquele rapaz havia começado a trabalhar no mês passado. Recém-formado em um curso técnico, ele não conseguia encontrar emprego e acabou se candidatando à vaga no restaurante, dizendo que queri
Emerson olhou para a palma de sua mão vazia, sentindo uma profunda sensação de impotência invadir seu coração. Ele ergueu os olhos, com as órbitas avermelhadas, encarando Sabrina. — Sabi, se ainda tiver alguma questão, por favor, me diga. Tudo bem? Sabrina apertou os lábios, se lembrando da cena daquela manhã, quando tomou a pílula anticoncepcional. Seu coração ficou novamente pesado. Ela não sabia se deveria contar a ele. Se dissesse, certamente ela e Emerson teriam outra discussão. Se não dissesse, talvez ele nunca compreendesse o verdadeiro motivo da divergência entre eles naquela manhã. Emerson levantou a mão e acariciou a bochecha dela. — Sabi, por favor, me diga, está bem? Eu não posso perder você. Já me acostumei a ter você na minha vida. Não sei como viver sem você. Na vida, sempre encontramos nossa redenção, e para Emerson, Sabrina era sua redenção. — Emerson, naquela manhã, você disse que não gosta de crianças. Por quê? Sabrina ergueu a cabeça. Seus cabelo
— Está tão frio no chão. Como você pode sair correndo sem calçar os sapatos, Sabi? Mesmo que esteja brava comigo, você ainda precisa cuidar do seu corpo. Eu sei que você me ama, mas eu não confio em mim mesmo. Não acredito que você se apaixonaria por mim tão rápido, porque, claramente, eu não fiz nada para merecer isso. Quando você se viu em perigo, a primeira pessoa em quem pensou em procurar não fui eu, foi seu irmão. — Emerson fez uma pausa e repetiu. — Isso me faz sentir que ainda não sou forte o suficiente, que não tenho a capacidade necessária para que você dependa de mim. É por isso que você pensa em procurar outra pessoa. Quando a família do Fabiano te maltratou, tudo o que pude fazer foi usar a influência da minha família para calá-los. Às vezes, penso que, se matar não fosse crime, eu já teria matado o Fabiano umas dez mil vezes. Emerson continuou: — Sabi, me perdoe, de verdade. Nos últimos tempos, já comecei a me envolver nos negócios da família. Quando eu tiver poder su
O choro de Sabrina foi gradualmente cessando. Ela estava sentada na cabeceira da cama, enquanto Emerson permanecia ajoelhado com um dos joelhos no chão. A posição dos dois parecia bastante peculiar naquele momento. Sabrina se soltou dos braços dele, estendeu a mão e o puxou para sentar ao seu lado na cama. Ela ergueu a cabeça, olhando para ele com os olhos ainda marejados de lágrimas: — Você está falando sério? Emerson respondeu com firmeza: — Claro, Sabi, eu nunca mentiria para você. Agora que somos marido e mulher, é natural pensarmos em filhos. Mesmo que nosso sentimento ainda não seja tão profundo, isso não importa. Podemos construir isso juntos, pouco a pouco. Eu não quero mais esperar, muito menos continuar tentando adivinhar se você me ama ou não. É exaustivo. Enquanto você estiver ao meu lado, vou acreditar que ainda me ama, certo? Sabrina fez um bico, sua expressão meio emburrada: — Eu já te amo, ora. — Após dizer isso, ergueu novamente a cabeça e completou. — Em
Sabrina respondeu, chocada: [Você está brincando comigo? A mulher mais qualificada de toda a Cidade do Sol, claro que sou eu!] Álvaro mandou um emoji revirando os olhos, claramente sem paciência: [Sai daqui, por favor. Obrigado.] [Você é muito jovem pra ser tão narcisista.] [Minha mãe acabou de me mandar uma mensagem dizendo que amanhã à tarde eu vou a um encontro arranjado. A suposta mulher mais qualificada de toda a Cidade do Sol é quem vai estar lá.] Sabrina respondeu: [A mãe é muito engraçada.] Álvaro rebateu: [Já tirei print e mandei pra ela.] Na mesma hora, Sabrina ficou sem palavras. Sentada no vaso sanitário, refletiu por alguns minutos, mas não conseguiu imaginar quem seria a tal pessoa. Quando se levantou para dar descarga, o rosto de Dalila surgiu em sua mente como um tapa. [Irmão, a mulher de quem sua mãe tá falando não seria a Dalila?] Álvaro respondeu rapidamente: [Impossível.] [A Dalila jamais aceitaria ir a um encontro arranjado comigo.] Sabrina ins
— Sabi, eu não sei o que está acontecendo do seu lado, então você vai ter que investigar isso por conta própria. Sabrina assentiu: — Está bem, eu sei. Já estou investigando. Hoje de manhã, quando cheguei ao bar, fiquei sentada no balcão pensando no problema até que a Janaína chegou à loja às nove. Nós saímos juntas e, ao sair, eu só avisei à Agatha. Naquele momento, não havia ninguém ao lado dela. Mas eu posso garantir que definitivamente não foi a Agatha que me entregou. Ela nunca faria isso. Assim como eu, ela também detesta o Fabiano, então não teria motivo para ajudar ele. Emerson concordava com ela. — Então, é possível que alguém tenha perguntado à Agatha, e ela tenha contado sobre isso à pessoa. Pode ser? — Ele sugeriu. Depois que Emerson falou, Sabrina pegou o celular e ligou para Agatha. O telefone tocou duas vezes antes de ser atendido. Agatha devia estar ocupada no bar, pois Sabrina conseguia ouvir ao fundo uma música leve e intermitente. — Sabrina, onde você f