"Será que foi a Agatha quem entregou Sabrina?" Não, Emerson achava isso impossível. Sabrina havia lhe dito pessoalmente que Agatha era a pessoa mais confiável de todo o Bar da Adoração. Foi exatamente por isso que a colocou na recepção e confiou a ela a administração do bar. Dessa forma, só podia significar que alguém tinha perguntado a Agatha sobre o paradeiro de Sabrina. Emerson achou melhor começar investigando por conta própria. A parte que envolvia Sabrina, eles resolveriam juntos quando ela acordasse. Na manhã em que o funcionário passou mal e desmaiou, poucas pessoas estavam por perto. Apenas quem acompanhou o funcionário ao hospital sabia exatamente para onde ele havia sido levado. Emerson revisou mais uma vez a lista de funcionários. Desta vez, focou em uma pessoa: Dâmaso. Aquele rapaz havia começado a trabalhar no mês passado. Recém-formado em um curso técnico, ele não conseguia encontrar emprego e acabou se candidatando à vaga no restaurante, dizendo que queri
Emerson olhou para a palma de sua mão vazia, sentindo uma profunda sensação de impotência invadir seu coração. Ele ergueu os olhos, com as órbitas avermelhadas, encarando Sabrina. — Sabi, se ainda tiver alguma questão, por favor, me diga. Tudo bem? Sabrina apertou os lábios, se lembrando da cena daquela manhã, quando tomou a pílula anticoncepcional. Seu coração ficou novamente pesado. Ela não sabia se deveria contar a ele. Se dissesse, certamente ela e Emerson teriam outra discussão. Se não dissesse, talvez ele nunca compreendesse o verdadeiro motivo da divergência entre eles naquela manhã. Emerson levantou a mão e acariciou a bochecha dela. — Sabi, por favor, me diga, está bem? Eu não posso perder você. Já me acostumei a ter você na minha vida. Não sei como viver sem você. Na vida, sempre encontramos nossa redenção, e para Emerson, Sabrina era sua redenção. — Emerson, naquela manhã, você disse que não gosta de crianças. Por quê? Sabrina ergueu a cabeça. Seus cabelo
— Está tão frio no chão. Como você pode sair correndo sem calçar os sapatos, Sabi? Mesmo que esteja brava comigo, você ainda precisa cuidar do seu corpo. Eu sei que você me ama, mas eu não confio em mim mesmo. Não acredito que você se apaixonaria por mim tão rápido, porque, claramente, eu não fiz nada para merecer isso. Quando você se viu em perigo, a primeira pessoa em quem pensou em procurar não fui eu, foi seu irmão. — Emerson fez uma pausa e repetiu. — Isso me faz sentir que ainda não sou forte o suficiente, que não tenho a capacidade necessária para que você dependa de mim. É por isso que você pensa em procurar outra pessoa. Quando a família do Fabiano te maltratou, tudo o que pude fazer foi usar a influência da minha família para calá-los. Às vezes, penso que, se matar não fosse crime, eu já teria matado o Fabiano umas dez mil vezes. Emerson continuou: — Sabi, me perdoe, de verdade. Nos últimos tempos, já comecei a me envolver nos negócios da família. Quando eu tiver poder su
O choro de Sabrina foi gradualmente cessando. Ela estava sentada na cabeceira da cama, enquanto Emerson permanecia ajoelhado com um dos joelhos no chão. A posição dos dois parecia bastante peculiar naquele momento. Sabrina se soltou dos braços dele, estendeu a mão e o puxou para sentar ao seu lado na cama. Ela ergueu a cabeça, olhando para ele com os olhos ainda marejados de lágrimas: — Você está falando sério? Emerson respondeu com firmeza: — Claro, Sabi, eu nunca mentiria para você. Agora que somos marido e mulher, é natural pensarmos em filhos. Mesmo que nosso sentimento ainda não seja tão profundo, isso não importa. Podemos construir isso juntos, pouco a pouco. Eu não quero mais esperar, muito menos continuar tentando adivinhar se você me ama ou não. É exaustivo. Enquanto você estiver ao meu lado, vou acreditar que ainda me ama, certo? Sabrina fez um bico, sua expressão meio emburrada: — Eu já te amo, ora. — Após dizer isso, ergueu novamente a cabeça e completou. — Em
Sabrina respondeu, chocada: [Você está brincando comigo? A mulher mais qualificada de toda a Cidade do Sol, claro que sou eu!] Álvaro mandou um emoji revirando os olhos, claramente sem paciência: [Sai daqui, por favor. Obrigado.] [Você é muito jovem pra ser tão narcisista.] [Minha mãe acabou de me mandar uma mensagem dizendo que amanhã à tarde eu vou a um encontro arranjado. A suposta mulher mais qualificada de toda a Cidade do Sol é quem vai estar lá.] Sabrina respondeu: [A mãe é muito engraçada.] Álvaro rebateu: [Já tirei print e mandei pra ela.] Na mesma hora, Sabrina ficou sem palavras. Sentada no vaso sanitário, refletiu por alguns minutos, mas não conseguiu imaginar quem seria a tal pessoa. Quando se levantou para dar descarga, o rosto de Dalila surgiu em sua mente como um tapa. [Irmão, a mulher de quem sua mãe tá falando não seria a Dalila?] Álvaro respondeu rapidamente: [Impossível.] [A Dalila jamais aceitaria ir a um encontro arranjado comigo.] Sabrina ins
— Sabi, eu não sei o que está acontecendo do seu lado, então você vai ter que investigar isso por conta própria. Sabrina assentiu: — Está bem, eu sei. Já estou investigando. Hoje de manhã, quando cheguei ao bar, fiquei sentada no balcão pensando no problema até que a Janaína chegou à loja às nove. Nós saímos juntas e, ao sair, eu só avisei à Agatha. Naquele momento, não havia ninguém ao lado dela. Mas eu posso garantir que definitivamente não foi a Agatha que me entregou. Ela nunca faria isso. Assim como eu, ela também detesta o Fabiano, então não teria motivo para ajudar ele. Emerson concordava com ela. — Então, é possível que alguém tenha perguntado à Agatha, e ela tenha contado sobre isso à pessoa. Pode ser? — Ele sugeriu. Depois que Emerson falou, Sabrina pegou o celular e ligou para Agatha. O telefone tocou duas vezes antes de ser atendido. Agatha devia estar ocupada no bar, pois Sabrina conseguia ouvir ao fundo uma música leve e intermitente. — Sabrina, onde você f
Felizmente, aquele vaso de gardênias, ao ser quebrado, cortou de vez o laço emocional entre eles. Sabrina deu de ombros com uma expressão de total desamparo:— Quem não concorda, né? Mas isso já não tem nada a ver comigo. Se o Fabiano gosta de brincar, então vamos brincar com ele também. Um brilho enigmático passou pelos olhos de Sabrina. Emerson curvou levemente os lábios, e um traço de ironia brilhou em seu olhar: — Ok, estou com você. No quarto do hotel, a luz amarelada e quente iluminava os dois. Quando Sabrina ergueu o rosto, seus olhos encontraram os de Emerson, que a olhava com ternura. Emerson baixou os olhos para ela, seu olhar era tão suave quanto a água de uma nascente na primavera, capaz de envolvê-la por completo. Os dois se aproximaram naturalmente. No final, ninguém sabia quem tomou a iniciativa, mas, no instante em que seus lábios se tocaram, a atmosfera foi preenchida por uma explosão de sentimentos intensos. As mãos de Sabrina subiram para os ombros de
— Você acha que a pessoa com quem a Dalila vai ter um encontro às cegas pode ser o meu irmão? — Sabrina perguntou curiosa, encostada no peito de Emerson. — É bem provável. — Emerson respondeu, puxando ela para mais perto. — Com as qualidades do seu irmão, com certeza a tia Patrícia e os outros vão aprovar. De repente, a situação ficou mais interessante. — Que tal a gente seguir eles no encontro à tarde? Vamos descobrir com quem o meu irmão vai se encontrar! Você segue sua irmã e, se eles realmente estiverem no mesmo lugar, a gente acaba encontrando os dois. Emerson rejeitou a ideia sem hesitar: — Eu não vou fazer esse tipo de coisa, Sabi. Mesmo que eles realmente estejam se encontrando, nossa presença só vai deixar tudo mais constrangedor para eles. — Você tem razão. — Sabrina pensou por um momento. — Então não vamos. Vamos ligar para eles hoje à noite e perguntar diretamente. Quer apostar comigo? Eu aposto que a pessoa com quem meu irmão vai sair é a Dalila. Se eu ganhar,