— Você precisa relaxar um pouco — Sua voz grossa que soa perto de mim é o que leva meu nível de nervosismo ao extremo.
Dylan ainda está com seu olhar fixo em mim e nesse momento com tanta aproximação consigo escutar o som de sua respiração equilibrada perto, tão perto.
Aquele som chega a ser calmo que por um momento chega a me tranquiliza, mas não é suficiente para anular o efeito de sua proximidade.
— Espera! — Dou um pulo saindo dali rápido deixando ele surpreso, nesse momento quem precisa de ar agora sou eu — O que você pensa que está fazendo?
Movimento minhas mãos de modo a me ajudarem a levar o ar até meu rosto, e engulo em seco.
É necessário muito esforço para eu não levar meus olhos teimosos até o encontro do semi nu de Dylan que poderia estar totalmente exp
— E aí Alissa — Ryan senta entre Casey e Sasha como se fosse um rei sentado no trono. Ela dá a última tragada no cigarro antes de o jogar no chão e o pisar apagando o fio de fumaça tóxica que se dissipava no alto. Tal como sempre ele carrega seu sorriso confiante, Casey cora quando ele se vira sorrindo da mesma forma para ela e Sasha diferente dela fica rígido quando Ryan dá tapinhas nas suas costas. As vezes acho que quando vejo muito certas pessoas posso talvez adivinhar o que estão sentindo ou pensando. E para isso basta apenas olhar e prestar atenção no comportamento de certas pessoas. Sasha. Seu cenho franzido demonstra que ele está confuso, já seu olhar fuzilante que ele não gosta nada de Ryan e de sua aproximação repentina a Casey. Me pergunto se seriam ciúmes talvez? Até me arisco dizer que sim. Me viro para Jaden. Que tem poppy sentada em seu colo, ele parece nervoso pela expressão em seu rosto belo rosto e os músculos
—Só para que fique claro eu ainda não gosto de você — Reviro os olhos escutando isso pela quinta vez está noite. Decido fazer o almoço do dia seguinte para mim e para Dylan. Mas ainda estou indecisa porquê não sei o que ele gosta. Acho que seria legal eu trazer comida para ele dessa vez para variar em vez de ser ele a fazer esse pequeno gesto por mim. Ainda no meio da certeza decido fazer algo que acho que ele pode gostar, opto por biscoitos de canela. Acho que podem ser uma boa opção, eu não gosto nada de canela mas sei que ao contrário de mim ele gosta. São as coisas engraçadas que você vai aprendendo em um relacionamento de mentira. Uma vez ele me disse que a mãe faz um pão de canela incrível e que no dia que eu fosse a casa dele ele iria a ajudar a fazer para mim, para sobremesa. A ideia de ver Dylan em uma cozinha cozinhado para mim era engraçada e me deixou animada até mas depois do que aconteceu...
Às oito e meia, estou esperando Dylan chegar. Carrego uma mochila pequena com potinho com nossos biscoitos dentro e meu caderno. Para o caso de haver alguma coisa sinistra ou ilegal que eu possa registar nas minhas anotações. Estou tentado imaginar um auto cinema como lugar perigoso, o que pode dar errado? É um lugar assombrado ? E que em vez de assistirmos filmes de terror ele seja o nosso próprio filme de terror ? E nós os protagonistas que vão morrendo pouco a pouco ? Se for assim eu quero fazer da mocinha que sempre grita e que todos pensam que será a primeira a morrer mas na verdade chega ao final, ou de sobrevivente que sabe karatê para se defender e consegue fugir. Me pergunto agora de quê nós poderíamos fugir, mas antes de pensar muito. O Bugatti do Dylan para a minha frente às nove, o que me deixa irritada. Eu poderia ter dormido mais tempo se soubesse que ele chegaria mais tarde. Corro até o carro e entro, antes que eu possa falar qu
Drive in ficava do outro lado da cidade, uma hora e meia de viagem, já deixamos a grande cidade, a uma hora e a estrada ficou cercada por árvores e meio deserto. O céu estava tão azul que me lembrava o Toby. Depois de refletir bastante, eu finalmente decidi me desculpar pelo que a aconteceu. Ele até ficou contente e passamos a trocar mensagens todas as noites. Conversamos sobre comida, filmes e sobre meus gostos estranhos por café e os deles por chá. Combinamos que eu passaria a ir mais vezes lá no café, até. — No que está pensando? — A pergunta repentina do Dylan, me deixou paralisada. Por um momento, me senti mal por estar pensando no Toby enquanto estava com ele. Tenho certeza que ele não ficaria nada feliz se eu contasse. — Vai ser bom ver um filme — menti. Meto uma das balas de menta que ele tem no caro na boca, enquanto tentava ignorar o olhar do Dylan sobre mim. — Traz mais daqueles Donuts para mim — digo
Olho para Dylan calmamente. Minha respiração vai se tornando mais pesada a medida que segundos passam, sinto meu coração errar um batida. Enquanto o olhar persistente de Mia me analisa e serve como mais um balde de algua fria sobre mim. Até acho que esse exemplo é errado, aquilo é muito diferente de um simples tapa da realidade, se parece mais mais como um oceano que cai sobre mim me afogando de vez e que é puxa cada vez mais para baixo. A mão de Dylan que segurava minha cintura com firmeza aumenta mais a intensidade de seu toque carregado de pura tensão em seus músculos. Sua respiração ainda é regular e massageia meu ombro de leve, mas o maxilar dele travado o denúncia por completo. — Alissa você me dá um minuto com a Mia — Dylan olha fixamente em meus olhos. Isso é sério mesmo ? Sem eu dar uma resposta simplesmente ele me solta e me olha com calma e cuidado como se eu fosse um objecto muito frágil e precioso, talvez s
Naquela tarde começo a dirigir para casa rápido, era como se estivesse fugindo de algo e realmente estava, eu fugia de tudo que havia deixado para trás. Perdida em pensamentos confusos. Comecei a pensar na conversa que Mia e Dylan tiveram, na verdade aquilo era mais como uma discussão. Dylan parecia gritar com Mia enquanto ela só tentava flertar com ele e gritava ao mesmo tempo. Eu não entendo muito bem Discretamente, olhei para o Dylan. A música suave tocava no rádio e o vento era forte naquele lugar. Dylan não fala nada nem faz também, age como se nada tivesse acontecido, mas para mim não era bem assim. Não posso fazer o mesmo nem consigo, e o facto de ele conseguir fingir tão facilmente começava a me irrritar profundamente. A forma como ele agia, como encarava a estrada despreocupadamente tudo estava a começar a deixar-me louca. Ele estava começando a me deixar louca! — O que ela queria? — questionei, voltando minha
Existe um velho ditado que diz que tudo que vai para a internet nunca morre. Por um momento gostaria que isso não fosse verdade mas não é bem assim. Quando eu achava que a história da foto estava encerrada e esquecida, uma nova versão surge e me lembra de que esse pesadelo nunca vai acabar. Nada na internet morre, não é isso o que as pessoas dizem e eu acabei de relembrar ? Fecho o laptop irritada e se o mesmo não fosse tão caro eu o ativa da janela só pela frustração. Estou sentada num canto na biblioteca, e quando ergo minha cabeça para a janela o céu laranja denúncia à tarde que se aproxima. Pelo canto do olho vejo duas garotas rindo, eu as conhecia já as tinha visto, eram da aula de Design que Sasha faz, ambas estão partilhando fones de ouvido e vendo algo na tela do celular. Já faz uma semana desde o escândalo da foto na caverna azul, pensei que a medida que o tempo passa-se mais as pessoas fossem esquecer a foto, mas isso não aco
Olho sem ânimo a paisagem pelo vidro do carro. O banco está frio, acomodando minhas pernas no meio gelado na parte onde o vestido já não as pode cobrir. Talvez esteja assim pelo facto de ter ficado muito tempo sem o calor confortante e familiar de seu dono, que foi cruelmente roubado por mim. Sigo pela estrada, tentado me focar na música que vem do rádio local, mas meus pensamentos me levam na maioria das vezes para outro lugar distante. Olhando para o retrovisor, avisto o carro da minha mãe me seguindo. A casa do Dylan ficava um pouco distante da cidade, demoraríamos a chegar. Me remexo no acento nada confortável, é estranho estar no carro gelado com cheiro de menta que se funde com o perfume amadeirado sem o dono do mesmo. Sem ter ninguém para olhar ou sem puder observar como o rosto de Dylan fica sereno e angelical quando ele dirige, nesse momento ele não chega a parecer o próprio caos, indecifrável e mentiroso que ele é. Depois de