Drive in ficava do outro lado da cidade, uma hora e meia de viagem, já deixamos a grande cidade, a uma hora e a estrada ficou cercada por árvores e meio deserto.
O céu estava tão azul que me lembrava o Toby. Depois de refletir bastante, eu finalmente decidi me desculpar pelo que a aconteceu. Ele até ficou contente e passamos a trocar mensagens todas as noites.
Conversamos sobre comida, filmes e sobre meus gostos estranhos por café e os deles por chá. Combinamos que eu passaria a ir mais vezes lá no café, até.
— No que está pensando? — A pergunta repentina do Dylan, me deixou paralisada.
Por um momento, me senti mal por estar pensando no Toby enquanto estava com ele. Tenho certeza que ele não ficaria nada feliz se eu contasse.
— Vai ser bom ver um filme — menti.
Meto uma das balas de menta que ele tem no caro na boca, enquanto tentava ignorar o olhar do Dylan sobre mim.
— Traz mais daqueles Donuts para mim — digo
Olho para Dylan calmamente. Minha respiração vai se tornando mais pesada a medida que segundos passam, sinto meu coração errar um batida. Enquanto o olhar persistente de Mia me analisa e serve como mais um balde de algua fria sobre mim. Até acho que esse exemplo é errado, aquilo é muito diferente de um simples tapa da realidade, se parece mais mais como um oceano que cai sobre mim me afogando de vez e que é puxa cada vez mais para baixo. A mão de Dylan que segurava minha cintura com firmeza aumenta mais a intensidade de seu toque carregado de pura tensão em seus músculos. Sua respiração ainda é regular e massageia meu ombro de leve, mas o maxilar dele travado o denúncia por completo. — Alissa você me dá um minuto com a Mia — Dylan olha fixamente em meus olhos. Isso é sério mesmo ? Sem eu dar uma resposta simplesmente ele me solta e me olha com calma e cuidado como se eu fosse um objecto muito frágil e precioso, talvez s
Naquela tarde começo a dirigir para casa rápido, era como se estivesse fugindo de algo e realmente estava, eu fugia de tudo que havia deixado para trás. Perdida em pensamentos confusos. Comecei a pensar na conversa que Mia e Dylan tiveram, na verdade aquilo era mais como uma discussão. Dylan parecia gritar com Mia enquanto ela só tentava flertar com ele e gritava ao mesmo tempo. Eu não entendo muito bem Discretamente, olhei para o Dylan. A música suave tocava no rádio e o vento era forte naquele lugar. Dylan não fala nada nem faz também, age como se nada tivesse acontecido, mas para mim não era bem assim. Não posso fazer o mesmo nem consigo, e o facto de ele conseguir fingir tão facilmente começava a me irrritar profundamente. A forma como ele agia, como encarava a estrada despreocupadamente tudo estava a começar a deixar-me louca. Ele estava começando a me deixar louca! — O que ela queria? — questionei, voltando minha
Existe um velho ditado que diz que tudo que vai para a internet nunca morre. Por um momento gostaria que isso não fosse verdade mas não é bem assim. Quando eu achava que a história da foto estava encerrada e esquecida, uma nova versão surge e me lembra de que esse pesadelo nunca vai acabar. Nada na internet morre, não é isso o que as pessoas dizem e eu acabei de relembrar ? Fecho o laptop irritada e se o mesmo não fosse tão caro eu o ativa da janela só pela frustração. Estou sentada num canto na biblioteca, e quando ergo minha cabeça para a janela o céu laranja denúncia à tarde que se aproxima. Pelo canto do olho vejo duas garotas rindo, eu as conhecia já as tinha visto, eram da aula de Design que Sasha faz, ambas estão partilhando fones de ouvido e vendo algo na tela do celular. Já faz uma semana desde o escândalo da foto na caverna azul, pensei que a medida que o tempo passa-se mais as pessoas fossem esquecer a foto, mas isso não aco
Olho sem ânimo a paisagem pelo vidro do carro. O banco está frio, acomodando minhas pernas no meio gelado na parte onde o vestido já não as pode cobrir. Talvez esteja assim pelo facto de ter ficado muito tempo sem o calor confortante e familiar de seu dono, que foi cruelmente roubado por mim. Sigo pela estrada, tentado me focar na música que vem do rádio local, mas meus pensamentos me levam na maioria das vezes para outro lugar distante. Olhando para o retrovisor, avisto o carro da minha mãe me seguindo. A casa do Dylan ficava um pouco distante da cidade, demoraríamos a chegar. Me remexo no acento nada confortável, é estranho estar no carro gelado com cheiro de menta que se funde com o perfume amadeirado sem o dono do mesmo. Sem ter ninguém para olhar ou sem puder observar como o rosto de Dylan fica sereno e angelical quando ele dirige, nesse momento ele não chega a parecer o próprio caos, indecifrável e mentiroso que ele é. Depois de
Sally me arrasta até sua sucata velha todo sorridente. Se ele era tão animado como é agora, posso entender porquê era grande amigo de meu pai. Ele sempre gostou de pessoas divertidas e animadas, assim como aquele homem parecia ser. Ele nos leva até a garagem dos fundos, eu não estava tão animada quanto gostaria. Enquanto conversavam, minha mãe sempre olhava para trás e analisava a minha expressão e todas as vezes que nossos olhos se encontravam, eu sorria para não deixá-la desanimada. — O meu Luke voltará daqui a quatro semanas para as férias de verão para me ajudar a carregar as peças grandes dos carros que já não se aproveitam. Assim que paramos na porta da garagem, o sr Sally me lançou um sorriso extremamente largo e estranho — Ele é um garoto muito inteligente, bonito e tem o que muitos de hoje não tem — disse ele, ainda me encarando. — Ele é bem educado. — Aham— Digo olhando para a garagem — Isso é bom para ele e para o se
— Um leite quente com chocolate e marshmallows — Vasculhei as prateleiras com doces e salgadinhos antes de meu olhar aterrizar nos belos olhos do garoto loiro a minha frente.O som alto de máquinas de café e motor do lado de fora chamou minha atenção. Enquanto o cheiro de café paira no ar e invade minhas narinas.— O que aconteceu com a garota viciada em café ? — Toby pergunta para mim antes de se virar para as máquinas atrás do balcão claro de madeira.— Café é para ocasiões especiais — Ele sorri calmamente com minha declaração e põe em cima do balcão um copo com uma bebida quente.Toby vai para o caixa e se debruça no balcão me observando com certo interesse, como se eu fosse pegar minha bebida e sair a qualquer momento da loja sem pagar.Mas não era ele que me interes
É a vez terceira que ligo e também a terceira vez sem resposta. Tenho a leve suspeita que ele tem estado a me evitar esses dias. Encaro a foto de perfil de Peter na tela de meu celular, seus cabelos claros brilham no sol quente daquela tarde de verão que passamos no lago pela última vez. Nossos rostos colados ambos sorrindo para a foto estão meio bronzeados depois de terem estado tanto tempo queimando ao sol. Me lembro daquele dia tão bem, eu estava reclamando que estava ficando com a pele muito branca, enquanto Peter me olhava de uma forma estranha sem dizer nada com um sorrisinho no rosto. Peter tinha acabado de tirar a carta e finalmente tomou coragem para pegar um carro sem ter um professor ao lado. Na verdade dessa vez fui eu que fiz o papel de professor ao lado dele. Aquela tarde foi incrível tirando como terminou... me pergunto se ele também se lembra tão bem disso quanto eu. Gabe acabou aparecendo no lago com seu grupo de amigo
— Agora começo a me arrepender — Escuto Casey murmurar enquanto sigo pela estrada entrado na rua agitada onde a música ecoa alto no fundo. A casa de praia da família de Trevor fica do outro lado da cidade, um pouco depois da área do Drive in... Emily e Poppy cantam Bad at love, alto a todo pulmão enquanto e Casey mexe sempre no celular, eu canto o coro da música ao som de Halsey assim que avisto a última casa movimentada do fundo da rua — Tal como eu me lembro — Emily que senta ao meu lado sorri e se vira para mim — Você está demais Alissa. — Obrigada — Agradeço sem graça, enquanto ajeito o decote do vestido branco que estou usando, sua exposição me incomoda um pouco ainda mais pelo decote ser à frente. Logo que estaciono, Poppy sai animada do carro junto de Casey que parecia um pouco nervosa mas lanço um sorriso e um joinha para ela em forma de encorajamento o que deixa seus músculos menos tensos. Luzes coloridas que mudam num padrão