Olho sem ânimo a paisagem pelo vidro do carro. O banco está frio, acomodando minhas pernas no meio gelado na parte onde o vestido já não as pode cobrir.
Talvez esteja assim pelo facto de ter ficado muito tempo sem o calor confortante e familiar de seu dono, que foi cruelmente roubado por mim.
Sigo pela estrada, tentado me focar na música que vem do rádio local, mas meus pensamentos me levam na maioria das vezes para outro lugar distante.
Olhando para o retrovisor, avisto o carro da minha mãe me seguindo. A casa do Dylan ficava um pouco distante da cidade, demoraríamos a chegar.
Me remexo no acento nada confortável, é estranho estar no carro gelado com cheiro de menta que se funde com o perfume amadeirado sem o dono do mesmo.
Sem ter ninguém para olhar ou sem puder observar como o rosto de Dylan fica sereno e angelical quando ele dirige, nesse momento ele não chega a parecer o próprio caos, indecifrável e mentiroso que ele é.
Depois de
Sally me arrasta até sua sucata velha todo sorridente. Se ele era tão animado como é agora, posso entender porquê era grande amigo de meu pai. Ele sempre gostou de pessoas divertidas e animadas, assim como aquele homem parecia ser. Ele nos leva até a garagem dos fundos, eu não estava tão animada quanto gostaria. Enquanto conversavam, minha mãe sempre olhava para trás e analisava a minha expressão e todas as vezes que nossos olhos se encontravam, eu sorria para não deixá-la desanimada. — O meu Luke voltará daqui a quatro semanas para as férias de verão para me ajudar a carregar as peças grandes dos carros que já não se aproveitam. Assim que paramos na porta da garagem, o sr Sally me lançou um sorriso extremamente largo e estranho — Ele é um garoto muito inteligente, bonito e tem o que muitos de hoje não tem — disse ele, ainda me encarando. — Ele é bem educado. — Aham— Digo olhando para a garagem — Isso é bom para ele e para o se
— Um leite quente com chocolate e marshmallows — Vasculhei as prateleiras com doces e salgadinhos antes de meu olhar aterrizar nos belos olhos do garoto loiro a minha frente.O som alto de máquinas de café e motor do lado de fora chamou minha atenção. Enquanto o cheiro de café paira no ar e invade minhas narinas.— O que aconteceu com a garota viciada em café ? — Toby pergunta para mim antes de se virar para as máquinas atrás do balcão claro de madeira.— Café é para ocasiões especiais — Ele sorri calmamente com minha declaração e põe em cima do balcão um copo com uma bebida quente.Toby vai para o caixa e se debruça no balcão me observando com certo interesse, como se eu fosse pegar minha bebida e sair a qualquer momento da loja sem pagar.Mas não era ele que me interes
É a vez terceira que ligo e também a terceira vez sem resposta. Tenho a leve suspeita que ele tem estado a me evitar esses dias. Encaro a foto de perfil de Peter na tela de meu celular, seus cabelos claros brilham no sol quente daquela tarde de verão que passamos no lago pela última vez. Nossos rostos colados ambos sorrindo para a foto estão meio bronzeados depois de terem estado tanto tempo queimando ao sol. Me lembro daquele dia tão bem, eu estava reclamando que estava ficando com a pele muito branca, enquanto Peter me olhava de uma forma estranha sem dizer nada com um sorrisinho no rosto. Peter tinha acabado de tirar a carta e finalmente tomou coragem para pegar um carro sem ter um professor ao lado. Na verdade dessa vez fui eu que fiz o papel de professor ao lado dele. Aquela tarde foi incrível tirando como terminou... me pergunto se ele também se lembra tão bem disso quanto eu. Gabe acabou aparecendo no lago com seu grupo de amigo
— Agora começo a me arrepender — Escuto Casey murmurar enquanto sigo pela estrada entrado na rua agitada onde a música ecoa alto no fundo. A casa de praia da família de Trevor fica do outro lado da cidade, um pouco depois da área do Drive in... Emily e Poppy cantam Bad at love, alto a todo pulmão enquanto e Casey mexe sempre no celular, eu canto o coro da música ao som de Halsey assim que avisto a última casa movimentada do fundo da rua — Tal como eu me lembro — Emily que senta ao meu lado sorri e se vira para mim — Você está demais Alissa. — Obrigada — Agradeço sem graça, enquanto ajeito o decote do vestido branco que estou usando, sua exposição me incomoda um pouco ainda mais pelo decote ser à frente. Logo que estaciono, Poppy sai animada do carro junto de Casey que parecia um pouco nervosa mas lanço um sorriso e um joinha para ela em forma de encorajamento o que deixa seus músculos menos tensos. Luzes coloridas que mudam num padrão
O vento sopra forte. Seguro meu vestido com força ao ficar de frente para Dylan As luzes vermelhas e azuis da casa batem na sua face o deixando com um tom de pele diferente. O local ao redor de nós estava lotado, mas com poucos carros. quase tive um ataque com as palavras ásperas, do garoto de cabelos negros, encostado no capô do meu carro. Ele estava com outra roupa. Algo mais pesado para a noite, seus cabelos estão desarrumados e bonitos como sempre. - Desculpa pela tarde passada - chamei sua atenção. Dylan não pareceu surpreso, muito pelo contrário parecia que minhas palavras não tinham significado para ele, Apenas guardou o isqueiro no bolso e me encarou com frieza. - É sério ? Eu já nem me lembrava disso. - Ele olha para mim de um jeito diferente, de um jeito monótono igual olha para todo o mundo e isso me incomoda muito. O eco do tom sarcástico dele paira sobre nós, como se eu estivesse tomando seu precioso tempo. Isso não está c
O Bugatti azul derrapa no chão arenoso da praia criando um pequeno tornado de areia a sua volta. O céu estava escuro e as estrelas o cobriam o dando seu brilho e embelezando o anoitecer. Meus cabelos voam por causa do vento forte que entrava pelas janelas abertas, os movimentos bruscos do carro que ainda está fazendo um tornado de areia me fez usar o cinto de segurança, ou muito pelo contrário eu estaria voando pela janela agora. Deixo meu pequeno tornado e Passo pelo Dylan rapidamente. Ele está sentado em cima do capô do meu carro que está estacionado de frente para o mar, ele passa a mão pelos próprios cabelos, enquanto observava eu me divertir com o seu carro. Freei bruscamente, fazendo os pneus derraparem até pararem bem ao seu lado. Coloquei a cabeça para fora e sorri para ele. — E aí anjo você está perdido ?Quer uma carona? — brinquei. — Eu estou muito longe se ser um anjo — disse ele, levantando do capô. — Sou mais o con
É sábado Já são precisamente oito e meia da manhã quando Dylan finalmente chega, e para seu carro em frente ao grande edifício vidrado que chamo de casa. Hoje noto uma coisa digamos que diferente; seu carro está diferente, muito diferente mesmo! Se não fosse pelo garoto que grita meu nome pondo a cabeça para fora da van branca, com certeza eu nunca saberia que esse é o mesmo garoto de ontem à noite ai dentro. Contenho a risada quando me dirijo até ele, que me recebe com um sorrisinho curto quando observo com curiosidade a van muito diferente do seu carro esportivo habitual. Sábado significa : Fim de semana e fim de semana significa, sem faculdade, sem festas sem confusões com hienas e todo o resto que tem acontecido nessa semana. Menos uma coisa! Nossa pequena mentira que cada vez mais tem de se tornar convincente. Hoje segundo Dylan teríamos que dar continuidade com nosso plano, hoje levaríamos tudo para o próximo nível
— Com certeza você vai adorar as crianças elas são muito especiais. Já eram nove e meia quando chegamos no pequeno edifício no centro da cidade, exatamente nove e trinta minutos quando o sorriso do garoto problemático a minha frente se abre para mim. A nosso frente está a paisagem de um do edifício de cor pálida que faz um contraste com o dia ensolarado, o edifico carregava consigo o titulo de um dos grandes orfanatos que recebem doações da grande família Parker. Me pego sorrindo também por algum motivo, talvez porquê Dylan ainda permanecia me encarar em segredo, consigo velo ainda pelo espelho retrovisor. Talvez sua intenção era de eu não notar seu olhar e se realmente for isso lamento informar mas ele já está fracassando faz tempo. Estou animada com a ideia de ver as crianças, sempre me dei bem com pessoas pequenas, e só de imaginar a cara com um sorriso genuíno estampado em seus rostos meu coração se enche até transbordar de