DANIEL ALENCAR
Na segunda feira o dia foi tranquilo, as horas correram preenchidas por telefonemas repletos de felicitações, presentes subindo da recepção e visitas inesperadas dos sócios mais chegados.
Passava das 20h e estava em um Happy Hour com investidores quando recebi a ligação informado que Clara não estava em casa, a copeira foi chamá-la para o jantar, mas a moça não estava no quarto e ao procurem pela casa não a encontraram em lugar nenhum.
Imediatamente tentei ligar para a garota, cheguei a pensar que poderia ter desistido depois de nossa última conversa, mas o telefone chamou até a ligação cair e um vazio gelado começou a crescer em meu peito. Por sorte não demorei para receber o retorno do chefe da segurança avisando que um dos motoristas havia levado minha noiva para a faculdade. Uma estranha onda de alívio percorreu meu corpo e percebi que estava completamente tenso com seu breve desaparecimento. Jamais me perdoaria se algo de ruim aco
CLARA ASSUNÇÃO Achei que depois de encarar a m*****a festa de noivado as coisas ficariam tranquilas, mas pelo visto seria na base da superação diária mesmo... Quando acordei no domingo, imediatamente liguei para contar a minha madrinha sobre a novidade, caso ainda não tivesse visto em algum lugar. Tia Go brigou comigo e disse que foi uma grande falta de consideração ficar noiva sem nem ao menos lhe avisar. Menti dizendo que tive medo de que ela não concordasse com a minha decisão ou que me achasse precipitada. Ouvi em silêncio o sermão doloroso, mas merecido, sobre como ela se importava comigo e que não tinha nenhuma intenção de se intrometer em minha vida. E que ficou muito chateada por alguém que ela considerava como filha ter lhe escondido algo tão importante como se ela não significasse nada em sua vida. Argumentei algumas vezes e minha madrinha ouviu minhas desculpas esfarrapadas sem muito entusiasmado, por fim, me desejou felicidades e disse que precisaria de u
CLARA ASSUNÇÃO A terça foi dividida entre fotos para as redes sociais, consulta médica seguida por uma série de exames clínicos e pela burocracia para conseguir tirar um passaporte. Logicamente, durante todo esse rolê haviam três brutamontes me acompanhando por todo lado. Os homens pareciam policiais e me sentia um desconfortável com a cara de "poucos amigos" que faziam para as pessoas a volta. No meio da tarde finalmente Camila me desbloqueou e na mensagem que recebi dizia apenas "explica logo essa merda cachorra". Nunca fiquei tão feliz por ser xingada quanto naquele momento. Produzi o melhor textão resumindo a desculpa que inventei para não ter contado nada antes e avisei que passaria na república depois da aula para conversarmos melhor. E assim o fiz. Mas primeiro precisei passar pelo constrangimento de ser acompanhada até minha sala por um segurança vestido no melhor estilo homens de preto e para piorar, o cara ficou todo o tempo parado ao lado d
CLARA ASSUNÇÃO A quarta feira estava mesmo repleta de compromissos e me arrependi por não ter ido pra casa mais cedo como meu contratante havia sugerido. As oito já estava devidamente arrumada tomando café com dona Norma e o dia correu com a sequência de visitas de professores e ensaios para uma pequena entrevista que daria no dia seguinte. No fim da tarde estava exausta, queria tirar um cochilo antes de me arrumar para a faculdade, mas tive que fazer uma vídeo conferência com o pessoal das redes sociais e ajudar em algumas legendas onde falariam coisas sobre mim. Tomei um banho quase gelado para despertar o cansaço e comecei os preparativos para sair para a aula. Coloquei a lingerie e fui para a penteadeira secar os cabelos úmidos. Estava de escova e secador em punho quando vi a tela do celular iluminar-se a minha frente. Larguei os instrumentos de beleza para conferir o que havia de novo, já que poderia ser todo poderoso e não queria dar motivos para contin
CLARA ASSUNÇÃO Entramos na sala e jantar de mãosdadas, o Barão sentou-se na ponta da grande mesa de vidro e nos acomodamos um de frentepara o outro na mesa posta com todo o requinte. Observei enquanto o senhor de cara feia começou a servir a salada em seu prato, Daniel corria os olhos entre mim e seu pai com uma expressão ilegível, após derramar duas colheres de ervilhas no prato, o senhor Carlos Augusto Medeiros Alencar voltou a dirigir-se a mim: _ Então trabalhava para nós, o que fazia exatamente mocinha? _ inquiriu enquanto recebia a bandeja com carnes das mãos de seu filho. _ Nas últimas semanas fui promovida a assistente de uma das gerências administrativas, mas trabalhei mais de um ano no setor de recursos humanos. _ O RH não tem acesso a diretoria, como foi que se conheceram? _ Foi por acaso. Nos esbarramos pelos elevadores e... seu filho pode ser muito persuasivo quando quer alguma coisa. _ admiti divertida. Daniel
CLARA ASSUNÇÃO Soberba era o adjetivo perfeito para descrever o que tinha visto da família Medeiros Alencar até o momento. Ao longo da noite, ponderei as insinuações maldosas do tal "Barão" e ficou bem claro que me achava uma oportunista. Tentei não me importar, já que todo aquele romance não passava de uma grande mentira e meu único interesse era mesmo a grana que iria ganhar enquanto o acordo durasse. Só precisava segurar a onda, não m****r ninguém tomar no cu e, provavelmente, tudo acabaria bem. Naquela noite dormi cedo e acordei animada para enfrentar o dia que correu tranquilo. Entre as aulas de inglês e história antiga, tive minha primeira aula de música no piano da biblioteca. Também brinquei de imitar pessoas na aula de teatro e achei bem divertido. Começava a gostar muito das lições que Eloisa estava passando, poderiam ser úteis para qualquer tipo de situação do cotidiano e com certeza seriam fundamentais para fingir que amava o playboyzinho.
CLARA ASSUNÇÃO Levamos quase uma hora para atravessar a cidade até o aeroporto de Guarulhos, pelo caminho nos mantivemos distraídos em nossos celulares e quase não conversamos. Quando paramos no portão de carga, Daniel me pediu para lhe entregar meus documentos e tirei a carteira da bolsa de mão. Mas antes de lhe entregar a identidade, armei minha melhor cara de desconfiança e revelei minhas dúvidas sombrias de um modo divertido: _ Primeiro você me tira de casa no meio da noite em um furgão suspeito, então me traz disfarçada até o aeroporto e agora quer que lhe entregue meus documentos antes de me levar para algum destino desconhecido... Tô começando a achar que isto é um sequestro! Olha senhor Alencar, se sua intenção for vender meus órgãos no mercado negro, tenho que avisar que são péssimos! Só comi porcarias a vida toda, deve estar tudo estragado aqui por dentro. A expressão séria de Daniel se rasgou em uma gargalhada divertida: _ Não estou te sequ
CLARA ASSUNÇÃO Ainda era noite e ao redor tudo estava escuro, parecíamos ter descido em algum deserto no meio de lugar nenhum. Após apresentar a documentação para os fiscais na pista, nos dirigiram a uma picape que nos levou por uma estrada escura até uma pequena vila iluminada por postes com luzes amareladas. Um pouco mais adiante, entramos no que parecia ser uma pousada e o carro parou em frente a recepção decorada em tons de azul e branco. Fizemos o check-in e a moça da recepção nos parabenizou por nosso noivado recente e garantiu que havia preparado seu melhor quarto nupcial para nos receber. Fiz o teatrinho da noiva apaixonada abraçando Daniel pela cintura enquanto a agradecia pela atenção, mas meu estômago revirou quando me dei conta que estávamos ali para "curtir um final de semana romântico". Um funcionário da pousada nos ajudou a levar a bagagem por uma trilha escura até uma pequena casa com paredes brancas e grandes janelas de madeira. Seguimos de m
CLARA ASSUNÇÃO Permanecemos em silêncio por alguns segundos observando os tons de azul despontarem no horizonte antes dele perguntar: _ Pronta para o seu batismo? Por que ainda está de roupas? _ então juntou as mãos esfregando uma na outra. Dei uns passos para longe da água e justifiquei: _ É que ainda não tenho roupa de banho. Daniel me olhou desconcertado: _ Está me dizendo que naquela mala enorme não tem nenhum biquíni? Confirmei com a cabeça: _ Não imaginava que me levaria para a praia em pleno inverno senhor Alencar. _ retruquei atrevida. Ele riu e balançou a cabeça em negativa: _ Então ao menos tire esse short, aproveite que a orla ainda está vazia. Desmanchei o sorriso e dei mais alguns passos para longe: _ Não mesmo.... Acho melhor esperar até as lojas abrirem mais tarde. _ recusei decidida. O sorriso perfeito do empresário se escancarou: _ Desculpe senhorita, mas