Sahyd Youssef ouviu todo o ocorrido envolvendo a criação do vírus Orpheu e também de todo o plano ardiloso do doutor Delta. Annchi Zhang não lhe poupou detalhes, pois queria se livrar de toda a acusação imposta pelo cientista na imprensa. Sahyd manteve o silêncio por alguns instantes e finalmente comentou:— O que você me contou faz todo o sentido! Entretanto, você deve ter ciência de que o mundo todo está no seu encalço! Como pretende fugir ou se esconder?— Não pretendo fugir! - respondeu Annchi, sem hesitar - Também tenho responsabilidade em toda essa tragédia, mesmo que indiretamente! Eu desconfiei daquele desgraçado e de todo aquele segredo no laboratório. Mesmo assim, não tomei nenhuma atitude e aconteceu o que aconteceu. Mas por enquanto eu preciso encontrar uma forma de conter essa ameaça e provar ao mundo que a Organização Ômega é a principal responsável por tudo isso! Depois que tudo estiver esclarecido, posso até pegar pena de morte, isso não me importa! Sempre vivi sozinha
Os veículos militares estacionaram na frente do grupo e notaram que, assim como os próprios soldados, todos portavam alguma arma. A julgar pela quantidade de cadáveres ao chão, ficou claro que uma batalha havia acontecido há pouco. Entretanto, o fato não desviou o foco do sargento Bruce Anderson, que foi o primeiro a descer de seu veículo, empunhando sua pistola na direção de Annchi Zhang, que estava mais à frente. — Doutora Annchi Zhang, eu suponho! A senhora vem com a gente, e eu não vou ordenar mais uma vez! Annchi manteve uma expressão de indiferença mediante à hostilidade do soldado. A Ruger continuava abaixada, ao lado da sua cintura. — Se está aqui por causa do pronunciamento do doutor Brandon Davis, saiba que está cometendo um terrível engano! Não sou a causadora de tudo o que está acontecendo! — A mim, isso pouco importa! - retrucou o sargento Bruce - Alguém precisa ser responsabilizado por toda essa tragédia! A senhora trabalha para a Organização Ômega e sabia do desenvo
O disparo vindo repentinamente do desconhecido colocou todos em estado de alerta, tanto os soldados do sargento Bruce Anderson quanto o grupo de sobreviventes. O ferimento na mão de Frank Macallister ardia mais a cada segundo e a única reação na qual ele foi capaz de pensar naquele momento foi se agachar próximo à pick-up para se proteger dos próximos disparos do atirador desconhecido. Por outro lado, Alex estava prestes a sinalizar para que seus companheiros também corressem para se proteger, porém Sahyd fez um sinal com a mão, como se dissesse para que eles não se preocupassem. Bruce, que estava agachado, levantou -se cautelosamente, mas se escondeu de imediato quando um outro tiro atingiu o chassi do veículo que naquele momento servia de trincheira. Os outros soldados, que não haviam corrido à tempo, foram abatidos por disparos certeiros em suas cabeças. — Malditos! - murmurou Bruce - Acabei subestimando essas pessoas. Do outro lado do veículo, Frank estremecia de dor. O sangue h
Annchi estava prestes a concluir a sua explicação a respeito das possíveis mutações do vírus Orpheu quando sentiu repentinamente uma dor terrivelmente intensa em sua perna ferida na ocasião da queda do helicóptero. A dor veio com uma intensidade que ela não sentira até então. Annchi deu um grito estridente de agonia, o que espantou todo o grupo. Alex correu ao seu encontro e a amparou, pousando a mão esquerda em suas costas. — Annchi, o que aconteceu? A sua perna está...Rapidamente, porém com cuidado, Alex levantou um pouco a perna da calça de Annchi e o que ele viu causou-lhe grande pavor. O ferimento estava gravemente infeccionado e voltou a sangrar. Como não havia sido tratado anteriormente, uma bactéria se alojou no ferimento, causando um espalhamento da infecção em toda a perna da virologista, espalhando-se até chegar próximo à sua virilha. Solomon Locke também se aproximou da jovem e analisou o ferimento. Seu olhar era técnico e a sua expressão não era de modo algum animadora.
O doutor Brendon Davis estivera poucas vezes tão satisfeito quanto aquele exato momento. Após dias se escondendo no subterrâneo de Westfield, enfim pôde enxergar a primeira oportunidade de elaborar um plano de ataque. Ele sabia que não iria se arrepender por confiar uma missão tão importante à ex-agente da inteligência chinesa Mia Zhang. Embora fosse mãe de sua atual maior inimiga Annchi Zhang, Mia estava sendo indiscutivelmente mais eficiente do que os seus colegas cientistas e o doutor Delta decidiu que não iria abrir mão do auxílio da agente. Havia de fato a remota possibilidade de ele se arrepender da parceria, mas por ora ele estava orgulhoso. Estava realmente satisfeito por ter acabado de receber de Mia a informação do paradeiro de Annchi Zhang, além de também saber que ela está acompanhada por um pequeno grupo de sobrevivência, se refugiando no hospital de Westfield. Brandon também soube que o sargento Bruce Anderson falhara na captura da virologista. Era de se esperar, pois a
O Jeep Renegade avançava agora a sessenta por hora e o cão infectado, que estava agarrado a um pequeno buraco no vidro quebrado do para-brisa causado pelos constantes golpes de sua pata, permanecia firme em seu propósito de devorar as presas dentro do veículo. Entretanto, Alex Stevens já havia sacado a sua Magnum recém-carregada e olhou pelo retrovisor lateral e pelos arredores da estrada procurando por alguma outra criatura que pudesse surpreendê-lo assim como acontecera com Sahyd. Além de todo o lixo na estrada, não havia mais nada no caminho, portanto Alex se posicionou com firmeza para fora da janela do passageiro e mirou a cabeça do cão. Diferente dos mortos-vivos humanos, o animal se movia muito rápido, o que acabou causando um pouco de dificuldade para Alex conseguir atingir o seu alvo. Em seu treinamento militar de muitos anos, Alex aprendeu que quanto mais o alvo estivesse agitado, mais ele deveria permanecer calmo e controlar a sua respiração. Normalmente, assaltantes de ba
Após conseguirem o antibiótico para tratar o ferimento da doutora Annchi Zhang, o grupo deixou a câmara fria e voltou para o Jeep Renegade. Sahyd olhou uma última vez para os arredores e girou a chave no contato. Entretanto, ele imaginou ter ouvido um som curioso, vindo de muito longe. Era algo como uma música, mas por estar distante ele concluiu não ser nada além de sua imaginação. Até ouvir a pergunta de Beatrice.— Vocês estão ouvindo isso?— Eu estou - respondeu Lance - Parece uma música e está vindo de longe.— Maldição! - praguejou Alex - Isso vai atrair os monstros. Mas quem será o imbecil?— Temos que ir até lá e fazer com que parem com esse barulho - concluiu Sahyd - Se isso continuar, em poucos minutos uma horda de mortos-vivos vai migrar para perto do hospital.Sahyd pegou uma saída à direita e dirigiu estrada à frente, tentando identificar de onde vinha o som. Meio quilômetro depois, a música podia ser ouvida claramente. We Will Rock You, da banda Queen estava sendo tocada
Dylan...O que fizeram com você?Dilaceraram a sua alma.Roubaram a sua infância.Transformaram você em um agente do medo. Você, que não causava medo algum a ninguém.Ainda é você, Dylan?Você ainda tem medo?Beatrice Murray não conseguia reagir a estímulo algum, depois de ouvir as palavras cruéis da doutora Kassandra Winslet. Ela mencionou o nome de Dylan de uma maneira tão trivial, tão fria e tão maldosa. Em momento algum ela teve empatia pelo menino que ele era, e tampouco pelo que ele poderia estar sentindo, se é que ainda sentisse algo. Ela não conseguia ouvir Alex e Sahyd gritando para que ela saísse do caminho do monstro, pois ele estava prestes a esmagá-la com dois dos quatro braços. Ela tentava olhar nos olhos da criatura e enxergar Dylan, mas nada parecia ter sobrado dele, a não ser resquícios distantes de lembranças de sua vida tão curta. A criatura sacudiu a cabeça com força, aparentemente se livrando do seu lado humano e sem hesitar, instou os seus braços para baixo, com