(Leila)
É domingo a tarde, estou com tempo livre e Bernardo também, por isso combinamos de nos encontrar na casa dele para depois irmos ao cinema.
No trajeto, de táxi, fico repensando como foi o meu encontro com a Drica e em como a vida foi cruel com ela nos últimos meses. Além de se envolver com um viciado, ela engravidou dele… Agora eu tenho um segredo (a gravidez dela), que não posso contar para ninguém e uma missão: convencer o Fabrício de dar uma chance para o irmão e chamá-lo para trabalhar com ele. Sério, era tudo o que eu não precisava!
Por que a Drica não toma anticoncepcional como toda mulher normal? Eu morro e medo de engravidar e ela se mete nessa
(Leila)Drica: Você já viu aquele probleminha pra mim? Por favooooor não me deixa na mão, amiga!Drica: Leila… e o Fabrício? Conseguiu algo?Drica: O que preciso fazer para você me ajudar? :(Drica: Preciso de você Leilinha :(((((((((Drica: Ai, não estou legal… me ajuda, Leila!Drica: Estou vomitando demais e o Eduard
A primeira vez foi no calor do momento, embriagada de prazer e não estava pensando direito. A segunda vez foi por saudade, meu julgamento ainda estava comprometido. A terceira, foi porque um piercing na língua tem muito poder argumentativo mesmo quando sua consciência te repreende. E a quarta foi porque eu quis. Unicamente porque eu quis... Isso faz de mim uma adolescente sem controle hormonal que traiu o namorado perfeito com o ex-namorado gostoso. Já aconteceu com alguma de vocês? Sempre fui contra traição. Considero um ato sujo e egoísta, de extrema falta de noção e respeito. Mas agora que estou do outro lado da linha divisória de caráter, entendo porque existem pessoas que traem. É um a
(Fabrício)Seria muito melhor estar aqui se a Leila estivesse comigo. Fato.Infelizmente minha raposinha fugiu assustada com medo do que fez. Ela se arrependeu, certo? Melhor acreditar nisso do que concluir que de tanto conviver com as amigas e aquele idiota do Bernardo, ela se tornou uma manipuladora como eles e só transou comigo para me forçar a estar aqui hoje a noite.A verdade que não quero admitir para mim mesmo é que estou subindo esse elevador por vontade própria… já estava pensando em vir mesmo. Embora a vontade de revirar a morte do meu pai seja nula, sei que já passou da hora de eu ter
(Leila) É com a minha mão trêmula que giro a maçaneta da porta do meu apartamento. Respiro fundo antes de puxá-la na minha direção e encarar os fatos. Bernardo sorri fofo ao me ver, provavelmente achando que teríamos um encontro a dois essa noite, mas o sorriso dele imediatamente murcha e sua expressão muda para a de preocupação: as sobrancelhas se unem perto da linha do nariz e o sorriso desaparece. Acho bom eu me acostumar com isso: em como eu vou destruir o seu sorriso. — Linda? O que houve? — Bernardo, como todo homem atencioso e o namorado perfeito que ele é, tenta me abraçar, mas eu me esquivo porque isso seria um martírio e sei que no fundo, ele não va
(Ruth)— Saindo do prédio, encontro o Fabrício entrando... Pensei em quebrar a cara dele, te juro, mas como nem todas as minhas economias pagariam a indenização, desisti.— E aí?— Lembrei que no meu bolso tava a chave da casa da Leila e não pensei, peguei a chave e entreguei na mão dele, dizendo: "Pode ficar com o prêmio consolação, está usado mesmo." — Uau que ousado… E ele fez o quê?— O
(Leila) É no terceiro andar que preciso tirar os saltos para subir escadas. Tive uma ideia estúpida, para variar e me escoro contra a parede onde uma enorme placa marcando “3” está pendurada. Respiro fundo, tiro meus sapatos e os pego na mão. Ainda tenho que subir até o 19 e estou arfando e suando… mas eu que não entro naquela caixa maldita de madeira, nem pensar! Estou de calça jeans, bata e casaco de couro. Lá fora está frio, mas aqui dentro, um calor horroroso causado unicamente em mim pelo meu esforço. Legal chegar toda descabelada, fedida e com o pé sujo para um encontro! Vou subindo até quase ficar desidratada e finalmente a plaquinha do “19” é avistada
O tapete é ridículo e num tom rosa choque queimado que me lembra o esmalte da coleção passada. Os bancos são de madeira avermelhada e as paredes brancas, decoradas com flores tão falsas que são até um pouco amareladas de poeira. O mais irritante mesmo são as luzes fluorescentes, que vão de deixar com olheira nas fotos. O fotógrafo aleatório contratado na porta da capela bate uma fotografia e me cega com um flash. Quase tropeço na barra do vestido, que é um pouco comprido para mim e quase caio de cara no chão, mas calma, foi só um susto. Puxo a frente da saia e caminho com um sorriso no rosto até a ponta do altar, onde um distraído Fabrício me espera. Ele está conferindo alguma coisa no celular, mas para assim que a música começa a tocar (um pouco atrasada devido a minha entrada catastrófica) e sorri. Seu terno é alugado, mas ele fez questão de
(Leila)— Não, Fabrício nem pensar. — A ideia me horrorizou de imediato, embora a vista pela janela fosse linda, perfeita, com um maravilhoso por do Sol. — Pra que um apartamento com seis suítes?Nem pensar que vou deixar o Fabrício fazer essa loucura! Só de imaginar a bagunça que ele faz no meu flat multiplicado por seis cômodos, cada um do tamanho do meu flat, me desespera e minhas pernas ficam trêmulas.— Preciso de espaço e os imóveis nessa cidade estão cada vez menores… — Responde simplesmente como se precisar de espaço quisesse dizer o