— Você veio — falou assim que chegou perto de mim. — O que é isso, Capitão? O nosso casamento? — A voz saiu boba e melosa. Merda, eu não estou acreditando. — Se você disser que quer isso, sim. É o nosso casamento. Hoje vai ser o dia que você se tornará pra sempre minha... Aceita, Queen? Se eu aceito? Nos últimos dias tudo o que eu pensava era em quando eu e Travis pudéssemos assumir o que tínhamos e ser quem queríamos ser. Foda-se tudo. Eu o amava pra caralho. Nada, nem ninguém ia mudar isso, e eu tinha certeza absoluta que se tivesse que escolher alguém para amar até o resto da minha vida, e passar todos os meu próximos dias, eu o escolheria. Sempre. Ninguém jamais tomaria o lugar dele em mim. — É lógico que aceito. Se eu tiver que me casar com alguém, esse alguém será só você. Sempre e sempre. Ele riu. Eu ri. Parecia idiotice, dois adolescentes se casando no halloween, com convidados que eu mal sabia quem eram e com um padre que tinha o pescoço dilacerado e uma faca
Jazz.Era a primeira vez que eu parava para me atentar às melodias instrumentais de jazz.Do lado de fora do prédio ainda havia movimento. As crianças já deveriam estar em suas casas, e os adultos ou quase isso, ainda curtiam a noite.— Desde quando você gosta desse tipo de música? — perguntei ainda focada em remover a maquiagem do rosto de Travis, a minha já tinha saído.— Eu tinha que herdar alguma coisa da minha mãe, então escolhi o jazz, que não é sacrifício algum... Me acalma.Os dedos do garoto ainda estavam grudados em minha cintura enquanto minhas pernas rodeavam a sua. A segunda parte da noite foi planejada por ele também, e para isso fomos a um dos apartamentos de seu pai que estava para alugar. Travis deu um jeito de limpar e jogar um colchão em um dos cômodos, roubou as chaves e então pronto. Juntos, sem interrupção.— Assim como eu te acalmo? — Sorri e beijei a ponta de seu nariz.— É. Quase parecido com o jeito como você me acalma.Era meloso dizer, mas eu estava derr
Se soubesse o quão enganada eu estava…Às vezes pensamos que temos todo o controle da vida em nossas mãos, até nos depararmos com a verdade. Não podemos controlar nada, por mais que tentamos.— Isso é… Isso… — Bruce balbuciou, atordoado.Não esperava ouvir muito mais, talvez só umas risadas, dizendo o quão boba eu era por não conseguir me casar com homem nenhum, só porque dentro de mim havia a certeza de que eu já tinha me casado, e meu marido era o único homem que eu amava daquela forma intensa. Era isso, eu ainda amava Travis, o amava muito. Minhas promessas ainda tamborilavam dentro da minha cabeça, todas as vezes em que eu pensava nele, ou quando ouvia falar sobre casamento, ou quando ouvia jazz, ou até mesmo quando eu apenas respirava.— Não podia me casar com nenhum deles. Eu já sou casada, me casei com quem eu amo verdadeiramente. Eu pertenço a alguém, sou unida em matrimônio sim, e esse alguém é o Travis. Nunca vou mudar isso. É idiota, é bobo, pode parecer uma brincadeira,
A garoa agora não era tão densa, apenas um pequeno resquício da chuva forte que desabou. Meus pés descalços tocavam a grama encharcada e a barra do vestido se arrastava, ficando igualmente molhada e suja. Fechei os olhos e inspirei o ar fresco como não fazia há muitos anos. Ao ter novamente a visão do parque, voltei a caminhar tranquila, evitando ao máximo pensar em todas as coisas que me afastaram daquela cidade. Não tinha mais para onde eu ir, apesar de odiar a possibilidade de estar em Vancocker, não tinha um lugar sequer no mundo que me traria a paz e as lembranças que eu precisava, exceto estar nos braços de Travis. Mas isso me doía, me dilacerava em níveis absurdos. Estar com ele agora ia me fazer quebrar, eu ia desmoronar e ia querer que o tempo congelasse para sempre. Não soube dizer se o que molhava meu rosto eram pingos de chuva ou lágrimas caindo. Já havia me acostumado tanto com os dois. Ao chegar na árvore onde eu e Travis conversamos de verdade pela primei
— Eu não acho que existam chances. — Não? Então não sabe como está enganada… Se ela não estivesse casada, com um filho, com um bom marido, pode acreditar, eu ia lutar por nós até o meu último fôlego de vida. Mas ela está feliz, com uma vida perfeita, e eu não posso destruir isso. Então eu te pergunto, o que você destruiria se lutasse por quem ama? Você ia arruinar alguém, Terena? Porque eu acho que os únicos arruinados serão vocês dois se não darem um jeito de ficarem juntos. O Travis te ama de um jeito que até eu me surpreendo. Não é possível que continuem sendo dois idiotas, negando um ao outro. Nesse momento eu já não tinha mais o que dizer, não tinha palavras boas o suficiente para debater, e nesse momento também, Travis se aproximou de nós, com passos rápidos e uma cara nada boa. — Você só pode estar brincando — resmungou, não irritado, mas decepcionado. Lancer se levantou e me lançou uma piscadela, antes de sair e dar um tapinha nas costas do irmão. Travis logo se ajoelhou
Demoramos quarenta minutos talvez, ou uma hora, não sei ao certo. Tudo o que fizemos foi nos enfiar no meu carro sujando os bancos com nossas roupas molhadas cheias de grama e durante o percurso até minha casa, apenas senti os dedos de Travis acariciando minha perna quando não estava com a mão no volante. Vez ou outra ele me olhou e sorriu. Vez ou outra eu vi seus olhos brilharem, ao mesmo tempo que parecia com medo, e eu sabia qual era o temor. Existia em nós dois.Para agilizar o nosso pouco tempo juntos, fiz ele usar o banheiro do meu quarto para tomar um banho e tirar todo resquício de terra do corpo, e fui para o banheiro social, sendo rápida em deixar meus cabelos limpos e cheirosos. Quando voltei ao meu quarto, a visão de Travis só com a toalha preta enrolada na cintura foi minha perdição.Porra, como eu o amava!Como era lindo, como me fazia o desejar apenas por sorrir, apenas por levar seus olhos cinzentos até mim e me avaliar, às vezes de modo ingênuo, mas muitas vezes
De uma vez, tocou minha boceta com os lábios quentes e a beijou delicadamente, com certo cuidado, para em seguida, morder devagar um dos lábios, o esticando e soltando, me fazendo gemer baixinho. Segurei os lençóis da cama entre meus dedos e apertei os olhos ainda mais, desejando o prosseguir daquilo. E como se lesse todos os meus pensamentos, a língua quente deslizou para dentro de mim, sendo acompanhada por um dedo que ajudava a abrir passagem, simulando o que seu pau faria em mim logo, logo.— Vou foder você assim — se afastou milímetros para dizer, deixando o ar quente de sua respiração aquecer ainda mais a pele que já ardia em desejo. Em um ritmo moderado colocou e tirou o dedo algumas vezes, passou a ponta da língua no clitóris e o circulou, o sugando no final —, e depois vai ser bem assim. — O ritmo aumentou e passou a ser selvagem, grotesco e veloz. Como eu gostava.Gemi um pouco mais alto, me retorcendo na cama, apertando os lençóis e mordendo o lábio para que os vizinhos n
→3 meses depois.Molho branco ou molho vermelho, essa era a nossa maior dúvida.Ficamos encarregados de fazer o almoço de domingo, mas a disputa passou a ser se o macarrão seria com tomates e manjericão, ou com queijos e molho especial da senhora Turner. Por mim, qualquer um dos dois parecia bem aceitável.— Prefiro com tomates frescos, umas folhinhas de manjericão e presunto picado para dar um toque — Lancer opinou buscando nas prateleiras a cerveja que seu pai gostava.— Por mim pode ser também. E de sobremesa fazemos uma salada de frutas, para amenizar o peso da massa.Ele balançou a cabeça em concordância, colocando no carrinho um fardo da bebida alcoólica de gosto mais amargo que o normal. Só o pai deles para beber aquilo.Seguimos caminho lado a lado, buscando por mais coisas que estavam rabiscadas na pequena lista que a senhora Turner fez, e falando nela, era exatamente por ela que eu estava em Vancocker por três finais de semana seguidos. No primeiro, ela me ligou perguntan