Lancer me ofereceu mais um copo de suco de maracujá. Fiz uma cara feia, mas não neguei.Nós não dissemos nada, chegamos sem as sacolas e ele alegou que não tinha nada do que queríamos e ia pedir uma pizza, não foi tão convincente mas seus pais aceitaram. Então eu subi para o quarto de Travis, e por pouco não chorei, não por Ramona, mas por sentir falta dele, por não tê-lo comigo. Eu sabia que isso ia me devastar.— Está mais calma? — Puxou um puff e se sentou de frente pra mim, cruzando os dedos das mãos e apoiando o antebraço nos joelhos.— Eu nem sei como me permiti perder a postura com aquela mulher — falei mais pra mim mesma.— É comum reagir mal diante alguém que te causou muita dor. Quando eu tive que encarar meus pais depois de me sentir abandonado, não foi fácil. Mas não vou comparar, não sei o que ela te fez.E ia continuar sem saber. Bastava ter Bruce em cima de mim me cuidando. Não precisava mais disso, apesar de não poder afirmar com certeza se ficaria em pé no meio d
Três quartos, uma sala de estar grande, uma de jantar ainda maior, lavabo, varanda, quintal para cachorro ou crianças - sim, ou um, ou outro - e um bairro sossegado com boa vizinhança.Não costumava ir até aquela área da cidade, não só por ser mais afastada do Centro, mas porque era também um lugar onde só tinha casas novas, bonitas demais e com o preço não muito acessível. Entretanto, lá estava eu vendo uma residência que Beverly insistiu para que eu fosse ver.Depois de meses só enrolando meu pai havia chegado a hora de enfim me mudar, mas o que parecia ser uma coisa simples, se tornou complicado quando não encontrei nenhum apartamento que me agradasse de verdade, então acabei pedindo ajuda de Louise e Beverly, e acabei cedendo. Marquei uma visita para conhecer a casa.O estranho foi que ao entrar ali, senti um conforto indescritível. Foi como se ela tivesse me escolhido, mas ainda não sabia quanto essa escolha poderia me custar. Quando pesquisei mais a fundo, por curiosidade, d
Ri como uma criança que acaba de ganhar o brinquedo preferido. Travis era muito mais que o meu brinquedo favorito, era o ar que eu respirava, passar esses meses longe um do outro depois de esclarecer todas as coisas só me fez pensar nas milhares de formas que eu teria para ficar com ele. Sem fugas, sem mentiras, sem medos. Só eu e ele, sem a intromissão de ninguém.Travis me colocou no chão e olhou envergonhado para a mulher que observava atenta nossa pegação. Suas sobrancelhas estavam arqueadas e ela parecia não ter entendido nada, e nem tinha porquê entender também.— Vocês são namorados? — perguntou curiosa e confusa.— Não. A Terena é minha esposa. — Olhou para mim todo orgulhoso, me puxando pela cintura para me manter colada nele. — E essa agora é a nossa casa... Feliz bodas de aço, Te.Meu. Deus. Travis estava dizendo que íamos morar juntos?Eu só soube sorrir sem parar, não tinha palavras pra dizer o quanto eu o amava, o quanto eu não queria ficar longe dele, o quão idiota
Travis riu desacreditado, mas percebeu que eu estava falando bem sério, então para me obedecer, fechou a porta grande de madeira na intenção de que nenhum vizinho pudesse ver o que estava acontecendo ali, e quase que em câmera lenta começou a desabotoar a camisa azul, ali perto da porta mesmo, primeiro os pulsos, depois toda a parte frontal. Fez isso bem devagar, me olhando faminto e me provocando, quase me perguntando apenas com o olhar se eu ia aguentar ficar só observando, e sim, com certeza eu ia amar vê-lo se despindo para mim. — Eu posso fazer isso durar uma eternidade. Minha calça pode ter certa dificuldade em sair do meu corpo — provocou. — Bom, sendo assim, eu posso fazer minha menstruação durar mais tempo, posso criar uma greve, sei lá, posso te castigar de outras formas. Você decide — desdenhei, apoiando os cotovelos no mármore frio, fazendo com que os seios ficassem bem empinados para cima. Travis riu, balançou a cabeça em negação e deixou enfim o tecido que cobria se
Meus dedos percorriam a pele da barriga redonda sem pausa já fazia uns vinte minutos. Se eu dissesse que cansava de fazer aquilo era uma grande mentira. Sentir os chutes era delicioso, melhor ainda quando eu cantava alguma música e sentia seus pezinhos forçando o tecido, como se quisesse logo pular para fora daquele cantinho de amor. Ainda era cedo. Faltava cerca de três meses para o bonitinho enfim dar as caras e mostrar se era parecido com a mamãe, ou se puxou os traços do papai.— Desse jeito vou te fazer dormir comigo toda noite. Sempre que você toca minha barriga ele fica calmo, não dá aquelas cambalhotas que fazem eu perder o ar, apesar de querer pular pra fora — resmungou ainda de olhos fechados.— Ele me ama, isso é óbvio, e vai me respeitar porque sabe que vai ter que passar dias e noites comigo quando você estiver abarrotada de encomendas. É lógico que vai se comportar com a titia dele. Ele sabe que eu o amo pra caramba, e que sou surtada quando necessário. Não é meu amo
— Eu já disse que não! Temos três crianças para cuidar, mais a Doja Cat, o Seth, o Marc Spector, a Gamora, e o Peter Parker. Por favor, não me olhe assim.O homem fez um biquinho manhoso forçando uma cara de choro, o que desencadeou as lágrimas de Louise no mesmo segundo, só não nos pegando de surpresa porque já havíamos nos acostumado.— Ah, não comecem vocês dois. Eu preciso de sobrinhos também, meu filho precisa de primos, não me façam tamanha desfeita. — Fungou secando o rosto.Eu quis morrer não sabendo lidar com os sentimentos aflorados da senhora gravidinha, mais uma vez. Em todos os momentos de choro, eu ficava sem saber o que fazer, não tinha argumentos bons o suficiente para dialogar sobre a barata que eu precisei matar ou a florzinha morta que precisei podar. Bruce então correu para amparar a esposa e quando a fez se acalmar, vimos ela sorrir alegre ao tomar um generoso gole do chocolate quente.— Eles não vão nos decepcionar, meu amor. Em breve essa fodelança toda vai te
"[...] Então todas as vezes em que o vento frio me toca ou o frescor do ar me alcança, eu lembro."→16 dias antes do grande dia.Eu poderia dizer que minha vida amorosa é um fracasso, mas isso seria muito exagero. Bom, pra mim isso é um grande exagero, no entanto, para as pessoas que me cercam, ter três noivados arruinados é um verdadeiro fracasso. Não deveria ser tão ruim assim, certo?Bom, a forma mais sem graça de me apresentar é da forma como vou fazer… Sou Terena Tucker e estou no auge dos meus vinte e "tantos" anos, idade para ser super hiper mega responsável, mas ainda faço merdas de uma garotinha de dezesseis.Com três noivados desfeitos em um período curtíssimo de apenas oito anos, estava tranquila, vivendo com toda a falação dos fofoqueiros, e tentando levar minha vida pra frente enquanto recebia cobrança em cima de cobrança do meu melhor amigo, e futuro marido perfeito, da Louise, claro. Bruce se casaria logo, e eu acabei sobrando como madrinha. Uma madrinha sem par. Pod
"[...] Quando esse dia chegar, espero que você me entenda. Eu te amei enquanto você me destruía."→15 dias antes do grande dia.Jazz.No jardim e na casa toda, tudo o que se ouvia eram vozes em cima de vozes, e jazz.As melodias instrumentais invadiam meus ouvidos e me faziam sentir uma forte necessidade de fechar os olhos, e se possível, me embalar e fingir que todo aquele caos não estava acontecendo. Mas se eu o fizesse, com muita sorte acabaria apenas chorando na frente de todos com uma taça de vinho nas mãos, sendo mais patética do que já achava ser. Era cedo, entretanto, já bebia para conseguir levar o restante do dia à diante. Não que fosse uma alcoólatra ou que necessitasse de algo correndo em minhas veias para ter vontade de conviver com outras pessoas, mas um bom vinho sempre dava uma animada nas coisas, e eu precisava de um "up", ou então espantaria os convidados com minha linda cara fechada de moça anti social.Não podia fazer, mas parecia não me restar escolhas. Lá embai