→1 dia antes do grande dia.Puta merda. Puta merda, mil vezes.Eu estava sonhando? Que porra tinha acontecido?Ah meu Deus.Travis estava deitado com o corpo ainda enroscado no meu, não tinha dito uma palavra sequer e nem precisava fazer isso, porque puta merda.Quando eu o vi na boate sabia que não ia mais resistir, mas fiquei tentada a fazer um joguinho com ele, até porque eu não tinha terminado de resolver a noite de Bruce e Louise então precisava de tempo para isso, e arranjei. Mas ao ver Travis Turner enrolado naquela toalha, com gotas escorrendo pelo tronco como nas noites de chuva em que a gente se agarrava, ah nossa, foi a porra do meu fim.Travis era um deus. O cabelo castanho e a barba crescendo davam um ar de garoto problema quando entravam em contraste com os olhos azuis que tinha tons acinzentados hipnotizantes, eu os amava, amava cada traço irlandês que o homem herdou do pai, misturados com os da mãe latina, Travis se tornou um homem que mesmo que eu tentasse projetar
Não foi difícil relaxar então fiz o que ele mandou, respirei fundo e me deixei levar pelas sensações boas, só me certificando de como era bom o sexo e a carícia feita lá. Senti seu dedo se aprofundando e ele tentou conter um gemido alto, já eu não, quase gritei de tanto prazer que aquele homem maravilhoso estava me proporcionando. Era surreal. Era bom, de verdade. Ter dois pontos de prazer estimulados fez minha cabeça girar e meu coração palpitar em expectativa.— Ah Queen, que vontade de comer esse cuzinho apertado.Ignorei por um momento. Não dava para conceder permissão logo de cara. Apesar de estar gostando, um dedo não podia se comparar a um pau grosso.Rebolei e empurrei meu quadril mais para si na intenção de que ele colocasse todo o dedo para eu saber o quanto aguentaria. Havia uma dorzinha, porém era algo gostoso demais e não tinha motivos para dar um fim a ela. Travis não estava me machucando e sim me trazendo sensações incríveis, como costumava fazer antes, tendo pe
— Então você pretende ir embora na segunda de manhã? Suponho que esse seja nosso último jantar juntos, então. — Colocou a travessa de salada sobre a mesa e voltou para o fogão.Observei quieta os dois homens conversando sobre negócios, e agora sobre a partida de Travis. Não era algo sobre o qual eu queria dialogar, muito menos sentindo os dedos do homem tocando minha coxa por baixo da mesa. Papai se recusou a receber ajuda para servir o nosso jantar então me contive a apenas sentar e esperar calada, pensando nas últimas horas ao lado do senhor Turner e em todas as conversas que conseguimos ter. Não que fosse super empolgante ter tocado no assunto da noite em que parti de Vancocker, porque foi horrível ter que relatar tudo de novo para que Travis entendesse, e pior foi ter que me deparar com sua resistência para falar com Bruce. Meus poderes de persuasão não estavam tão fortes quanto eu queria, se referindo ao homem do meu lado.— É, eu preciso voltar antes que as coisas desandem. N
"O grande dia"Era engraçado, não sei porquê, mas era engraçado.Eu nunca achei graça esplêndida em uma cerimônia de casamento, ao meu ver era algo sem muito sentido, talvez porque eu sabia sobre a história dos meus pais, sabia que ambos se casaram em uma linda cerimônia, em uma capela maravilhosa, cercados de amigos próximos, e então depois que nasci tudo desmoronou, de acordo com minha mãe. Eu deveria acreditar nela? Não, não mais sabendo que aquele ser era quase um bicho, pois dentro dela eu não conseguia ver nada bom, mas eu entendi que todos os gastos e esforços com um casamento foram em vão, no fim, ela e meu pai se separaram com apenas rancor e raiva pairando entre eles. Não havia um fruto verdadeiramente bom que surgiu daquela união, para ela, eu não era um triunfo, eu era só a coisa que estragou seu casamento.Então independente dos meus motivos, eu não achava que uma cerimônia de casamento era tudo aquilo que as pessoas falavam. Bom, não achava até me ver sendo consumida
Ele apenas balançou a cabeça, com os olhos marejados como os meus. Dei um beijo em seu rosto e ele me soltou, permitindo que eu fosse atrás de Travis para que o fizesse ir até a sala, faltava só dez minutos para que Bruce fosse para o altar para esperar sua noiva. Não foi preciso uma busca incessante, Travis estava junto aos outros padrinhos e madrinhas, aguardando próximo às portas enormes de madeira que logo seriam abertas para entrarmos depois do noivo. Ao me avistar tentando uma aproximação em meio às moças sorridentes que usavam vestidos parecidos com o meu, e conversa desenfreada vindo de todas as bocas, ele deixou de falar com Beverly para se aproximar de mim, com um vinco na testa ao ver minha cara de quem não sabia como pedir aquilo. — Aconteceu alguma coisa? Por um momento tive a impressão de que todos se voltaram para nós, talvez curiosos para saber como os noivos estavam, ou apenas para cuidar da minha vida, eu ainda era a mulher que deu fim a três noivados e depois
"O grande dia" Louise se posicionou, seu sorriso enorme a deixava ainda mais radiante. Ela olhou por cima do ombro e viu quando uma mulher empurrou a outra, como em uma verdadeira disputa pelo buquê, tudo na brincadeira, é claro. Eu não podia estar lá pois já havia me casado, foi o que aleguei, lógico.Houve um alvoroço com a contagem regressiva, que foi repetida quatro vezes antes de enfim ela decidir jogar o buquê de vez, a questão é que ela não sabia que o combinado foi que todas corressem quando as flores fossem lançadas, corressem para longe, em uma fuga de casamento, o que fez com que todos rissem, até o momento seguinte, óbvio, quando depois de Louise fazer uma cara de decepção, Roger surgir com um outro punhado de flores, se ajoelhando em frente a Beverly e a pedindo em casamento. Nem preciso dizer que foi choro pra lá e pra cá, Louise feliz pela amiga, Beverly brava por não saber de nada, depois feliz por ter sido pedida, e enfim, era uma festa de casamento, com todos fel
→11 anos antes.A noite de halloween era levada muito a sério na cidade em que nasci. Uma semana antes, todas as casas de Vancocker já estavam bem decoradas e a quitanda se preparava para a distribuição de abóboras. O clima sombrio era perfeito, as casas de travessuras tinham seus ingressos esgotados em pouco tempo, e as lojas de fantasias deveriam estar bem preparadas porque todos os moradores, dos pequenos aos mais velhos, queriam uma bela fantasia. E a da vez foi escolhida.Eu seria a noiva cadáver.O vestido em tons de azul era macabro com tantos rasgos e traços de algo que se assemelhava a sangue envelhecido e terra. A maquiagem ficou por conta de Arian, que mesmo distante, cumpriu a promessa de me deixar linda na medida do possível. Fiquei praticamente irreconhecível. E amei isso.Travis disse que iria se atrasar por ter que trabalhar até mais tarde, então íamos nos encontrar escondidos só depois de curtir a noite com nossos amigos, e infelizmente eu teria que estar longe,
— Você veio — falou assim que chegou perto de mim. — O que é isso, Capitão? O nosso casamento? — A voz saiu boba e melosa. Merda, eu não estou acreditando. — Se você disser que quer isso, sim. É o nosso casamento. Hoje vai ser o dia que você se tornará pra sempre minha... Aceita, Queen? Se eu aceito? Nos últimos dias tudo o que eu pensava era em quando eu e Travis pudéssemos assumir o que tínhamos e ser quem queríamos ser. Foda-se tudo. Eu o amava pra caralho. Nada, nem ninguém ia mudar isso, e eu tinha certeza absoluta que se tivesse que escolher alguém para amar até o resto da minha vida, e passar todos os meu próximos dias, eu o escolheria. Sempre. Ninguém jamais tomaria o lugar dele em mim. — É lógico que aceito. Se eu tiver que me casar com alguém, esse alguém será só você. Sempre e sempre. Ele riu. Eu ri. Parecia idiotice, dois adolescentes se casando no halloween, com convidados que eu mal sabia quem eram e com um padre que tinha o pescoço dilacerado e uma faca