→11 anos antes.Bom, mais um jogo ganho, minha mãe viajando com o fodido do namorado dela, Bruce se distraindo com uma líder de torcida, e minha humilde casa apenas para nós dois. Era tudo, e só, o que precisávamos.— Que tal... Survivor? — questionou arqueando uma sobrancelha.— Burning Heart! — concordei com um meio sorriso. Não podia demonstrar que amava a escolha, já que isso faria seu ego inflar por saber que eu era apaixonada por seu gosto musical.Travis conectou seu celular ao aparelho de som e logo a batida gostosa da música foi ouvida, preenchendo todos os pequenos cantos do lugar. Foi impossível não mexer meu corpo levemente enquanto tirava o casaco quente.Amava dançar a música quando estava sozinha ou com Bruce, nunca tinha me soltado a tal ponto com Travis mas pretendia, e o sorriso que cresceu no seu rosto me fez ver que ele não queria ficar parado. Ele veio até mim dançando de um jeito bem estranho mas aceitável, mexendo a cabeça enquanto suas pernas se moviam de fo
Meu corpo pesado e a cabeça zonza por conta do sono me fizeram não raciocinar muito bem.Eu estava sonhando? Ouvindo coisas como antigamente? Que porra era aquela?Mais algumas batidas e um resmungo estranho me fizeram entender que de fato não era um delírio nem nada do tipo. Eu havia tomado remédios a mais do que minha médica passou? Sim, havia, mas não foram suficientes para me fazerem delirar tanto assim, o sono pesado poderia ter sido culpa deles, entretanto, os socos na porta eram reais e eu precisava tomar coragem para verificar a merda que estava acontecendo ali.Meu vizinho não poderia ser tão insuportável assim para reclamar das duas músicas que tocaram mais cedo nem tão altas assim e em menos de cinco minutos. Ah, não. Ele não podia ser tão mesquinho e irritante. Apertei o botão do celular para me informar sobre o horário, porém o aparelho tinha desligado, então imaginando já ser quase manhã, me levantei devagar e arrastei os pés até a porta para verificar se realmente
Conseguimos chegar ao banheiro intactos, sem tombos e tropeços, apenas com nossos corpos se tocando mais do que deveriam, principalmente quando minha calcinha era fina demais, e transparente também. Mas ele estava bêbado o suficiente para não ficar reparando.— O que você vai fazer? — questionou ao me ver mudando a temperatura da água.— Te despertar! É assim que fazem nos filmes. — E rapidamente abri o registro e empurrei o jovem.Nos primeiros segundos seu rosto se molhou com o jato de água gelada e ele pareceu nem tão incomodado, em seguida, quando as gotas ultrapassaram a jaqueta, aí sim Travis estremeceu e arregalou os olhos, abraçou os próprios braços e me olhou espantado. Finalmente acordou.— Você não fez isso! — Tentou sair de debaixo do chuveiro mas o impedi, sentindo as gotas frias respingarem em meus braços, pernas e barriga.Um arrepio percorreu o meu corpo por conta do frio, e para piorar toda a situação, Travis sorriu travesso e simplesmente agarrou minha cintura com
— Uau! Então foi isso o que você imaginou? Que eu fui transar com alguém e por isso te deixei sozinha? — Se levantou da cama e começou se aproximar enquanto eu recuei alguns passos até bater as costas na parede atrás de mim.— É o que os garotos fazem... Eles saem à noite para foder.— Acontece que você é mais importante que uma foda qualquer... Eu tive que ir por outros motivos, não por outra garota.Ah não! Usar a palavra "você" e "importante" na mesma frase, sem ter um "não é" entre elas, foi um jogo muito baixo de Travis. Porque dizer que eu era importante, mais que uma transa, com certeza não podia soar como qualquer besteira dita. E vamos lá, eu conhecia ele o suficiente. Às vezes Travis provocava, me desafiava, mas eu sabia bem quais as vezes em que ele era sincero e soltava palavras que provinham dos seus reais sentimentos. E isso era uma verdadeira merda. Conhecer alguém a esse ponto, com tamanha intensidade, em tão pouco tempo, era uma droga.— Eu não tenho nenhuma out
“[...] Você foi minha maior confidente, além dos cadernos e da lua.”→10 dias antes do grande dia.Foi um feito interessante.Consegui passar boa parte do dia com Travis Turner e nós não nos matamos. Na verdade, não sei se foi o uísque que eu bebi no almoço, ou a alegria de ter meu pai comigo depois de alguns dias longe, mas marcamos de nos encontrar depois das oito da noite, no apartamento em que ele estava hospedado.Que caralho passou pela minha cabeça ao aceitar, nem eu sabia.Então beirando às nove, depois de jantar com Kalel Tucker e conversar bem sério sobre os assuntos a serem tratados no jantar seguinte, tomei um belo banho e não fiz cerimônias em relação ao que vestir. Não que eu quisesse fazer Travis lembrar de algo, mas coloquei um conjunto de moletom para me aquecer da brisa gélida, e deixei os cabelos soltos e naturais, com cada onda bem definida pelo creme e a geleia que usei na finalização.Eu nem sabia o que estava fazendo no apartamento, nem sobre o que íamos conve
— Quer saber sobre a minha vida? — Desviou da situação, se ajeitando melhor no sofá.Me virei para ele e acenei em concordância, querendo saber mais sobre o pouco que descobri durante os anos.Não stalkeava tanto Travis quanto gostaria, e o que eu sabia era o que Bruce me contava e pouquíssimas coisas que eu via vez ou outra em alguma rede social. Seria bom ouvi-lo dizer, seria mais real.— Me arrependi em um dia ou outro por ter largado o time de futebol, mas foi uma coisa passageira... Lutar contra a minha família pra dizer que eu não ia fazer advocacia foi um saco, mas ter sucesso com a oficina foi fácil, também fiz curso e me especializei. Tenho três hoje, e gosto de comandar ao mesmo tempo que coloco a mão na massa.Sorri, afinal, eu apoiei Travis em suas decisões, e desejei de todo o meu coração que ele conseguisse conquistar o que de melhor pudesse dentro da área que escolheu. Era inteligente e um ótimo mecânico. Vi seu esforço e torci para que um dia tivesse algo só dele, e
→11 anos antes.Meu corpo parecia protestar pelo cansaço das horas anteriores. Parecia que a noite de sono não havia sido suficiente para trazer as energias que eu precisava, mas o tal do bendito sono já não estava mais presente quando senti algo tirando minha paz. Em específico, algo tocando a região um pouco acima da minha bunda, míseros quatro dedos acima.Tentei empurrar Travis mas seu braço esquerdo me prendia a ele como uma corrente de aço. O garoto podia não estar tão em forma, mas tinha a droga de um ímã nele que grudava em mim e eu simplesmente não conseguia fazer ele se afastar. Tudo bem que a cama não colaborava de forma alguma, e aquilo já era sufocante demais pra mim.— Turner, por favor, desgruda! — Me remexi na cama, com cuidado para não cair para fora dela, mas um pouco mais bruta para ver se o idiota despertava de seu sono profundo.— Só mais um pouquinho — pediu, levando seu nariz até minha nuca onde um ninho de cabelos despenteados atrapalhavam o toque pele a pe
— Minha vontade é de te encher de cócegas agora mesmo — falou soando como uma ameaça e isso foi a deixa para eu começar a me debater até que ele começasse a rir do meu desespero e me soltar por pena ou sei lá o quê.— Nem pense nisso, Travis Turner — vociferei e me levantei o mais rápido possível, dando passos para longe dele, parando próxima a porta do quarto. Em qualquer ato suspeito, eu poderia correr para fora. Sabia muito bem que se ele decidisse tentar me matar do tal modo, seria muito capaz.— Você merece isso, senhorita Tucker. — Se levantou sorrindo maléfico mas se virou em direção ao guarda roupa e apenas me olhou de canto, sem vir em minha direção. — Só que, preciso tomar um banho antes que minha cabeça exploda dentro da cueca. — Levou a mão direita até o membro para ajeita-lo e minha atenção foi levada até lá também. O negócio ainda estava duro pra cacete e aquele pijama de malha fina fazia o belo serviço de deixar o volume bem a mostra. — Toma comigo? — perguntou pegando