Conseguimos chegar ao banheiro intactos, sem tombos e tropeços, apenas com nossos corpos se tocando mais do que deveriam, principalmente quando minha calcinha era fina demais, e transparente também. Mas ele estava bêbado o suficiente para não ficar reparando.— O que você vai fazer? — questionou ao me ver mudando a temperatura da água.— Te despertar! É assim que fazem nos filmes. — E rapidamente abri o registro e empurrei o jovem.Nos primeiros segundos seu rosto se molhou com o jato de água gelada e ele pareceu nem tão incomodado, em seguida, quando as gotas ultrapassaram a jaqueta, aí sim Travis estremeceu e arregalou os olhos, abraçou os próprios braços e me olhou espantado. Finalmente acordou.— Você não fez isso! — Tentou sair de debaixo do chuveiro mas o impedi, sentindo as gotas frias respingarem em meus braços, pernas e barriga.Um arrepio percorreu o meu corpo por conta do frio, e para piorar toda a situação, Travis sorriu travesso e simplesmente agarrou minha cintura com
— Uau! Então foi isso o que você imaginou? Que eu fui transar com alguém e por isso te deixei sozinha? — Se levantou da cama e começou se aproximar enquanto eu recuei alguns passos até bater as costas na parede atrás de mim.— É o que os garotos fazem... Eles saem à noite para foder.— Acontece que você é mais importante que uma foda qualquer... Eu tive que ir por outros motivos, não por outra garota.Ah não! Usar a palavra "você" e "importante" na mesma frase, sem ter um "não é" entre elas, foi um jogo muito baixo de Travis. Porque dizer que eu era importante, mais que uma transa, com certeza não podia soar como qualquer besteira dita. E vamos lá, eu conhecia ele o suficiente. Às vezes Travis provocava, me desafiava, mas eu sabia bem quais as vezes em que ele era sincero e soltava palavras que provinham dos seus reais sentimentos. E isso era uma verdadeira merda. Conhecer alguém a esse ponto, com tamanha intensidade, em tão pouco tempo, era uma droga.— Eu não tenho nenhuma out
“[...] Você foi minha maior confidente, além dos cadernos e da lua.”→10 dias antes do grande dia.Foi um feito interessante.Consegui passar boa parte do dia com Travis Turner e nós não nos matamos. Na verdade, não sei se foi o uísque que eu bebi no almoço, ou a alegria de ter meu pai comigo depois de alguns dias longe, mas marcamos de nos encontrar depois das oito da noite, no apartamento em que ele estava hospedado.Que caralho passou pela minha cabeça ao aceitar, nem eu sabia.Então beirando às nove, depois de jantar com Kalel Tucker e conversar bem sério sobre os assuntos a serem tratados no jantar seguinte, tomei um belo banho e não fiz cerimônias em relação ao que vestir. Não que eu quisesse fazer Travis lembrar de algo, mas coloquei um conjunto de moletom para me aquecer da brisa gélida, e deixei os cabelos soltos e naturais, com cada onda bem definida pelo creme e a geleia que usei na finalização.Eu nem sabia o que estava fazendo no apartamento, nem sobre o que íamos conve
— Quer saber sobre a minha vida? — Desviou da situação, se ajeitando melhor no sofá.Me virei para ele e acenei em concordância, querendo saber mais sobre o pouco que descobri durante os anos.Não stalkeava tanto Travis quanto gostaria, e o que eu sabia era o que Bruce me contava e pouquíssimas coisas que eu via vez ou outra em alguma rede social. Seria bom ouvi-lo dizer, seria mais real.— Me arrependi em um dia ou outro por ter largado o time de futebol, mas foi uma coisa passageira... Lutar contra a minha família pra dizer que eu não ia fazer advocacia foi um saco, mas ter sucesso com a oficina foi fácil, também fiz curso e me especializei. Tenho três hoje, e gosto de comandar ao mesmo tempo que coloco a mão na massa.Sorri, afinal, eu apoiei Travis em suas decisões, e desejei de todo o meu coração que ele conseguisse conquistar o que de melhor pudesse dentro da área que escolheu. Era inteligente e um ótimo mecânico. Vi seu esforço e torci para que um dia tivesse algo só dele, e
→11 anos antes.Meu corpo parecia protestar pelo cansaço das horas anteriores. Parecia que a noite de sono não havia sido suficiente para trazer as energias que eu precisava, mas o tal do bendito sono já não estava mais presente quando senti algo tirando minha paz. Em específico, algo tocando a região um pouco acima da minha bunda, míseros quatro dedos acima.Tentei empurrar Travis mas seu braço esquerdo me prendia a ele como uma corrente de aço. O garoto podia não estar tão em forma, mas tinha a droga de um ímã nele que grudava em mim e eu simplesmente não conseguia fazer ele se afastar. Tudo bem que a cama não colaborava de forma alguma, e aquilo já era sufocante demais pra mim.— Turner, por favor, desgruda! — Me remexi na cama, com cuidado para não cair para fora dela, mas um pouco mais bruta para ver se o idiota despertava de seu sono profundo.— Só mais um pouquinho — pediu, levando seu nariz até minha nuca onde um ninho de cabelos despenteados atrapalhavam o toque pele a pe
— Minha vontade é de te encher de cócegas agora mesmo — falou soando como uma ameaça e isso foi a deixa para eu começar a me debater até que ele começasse a rir do meu desespero e me soltar por pena ou sei lá o quê.— Nem pense nisso, Travis Turner — vociferei e me levantei o mais rápido possível, dando passos para longe dele, parando próxima a porta do quarto. Em qualquer ato suspeito, eu poderia correr para fora. Sabia muito bem que se ele decidisse tentar me matar do tal modo, seria muito capaz.— Você merece isso, senhorita Tucker. — Se levantou sorrindo maléfico mas se virou em direção ao guarda roupa e apenas me olhou de canto, sem vir em minha direção. — Só que, preciso tomar um banho antes que minha cabeça exploda dentro da cueca. — Levou a mão direita até o membro para ajeita-lo e minha atenção foi levada até lá também. O negócio ainda estava duro pra cacete e aquele pijama de malha fina fazia o belo serviço de deixar o volume bem a mostra. — Toma comigo? — perguntou pegando
“[...] Sempre nos escondendo de quem deveria nos apoiar.”→9 dias antes do grande dia.Kalel Tucker além de bom pai, ótimo patrão e muito bom homem, ainda era divino na cozinha. Louise e ele quando se juntavam faziam estrago no meu peso. Para o "momento especial", papai fez um macarrão a carbonara, nada tão complexo mas rápido para o horário que marcamos. Tivemos que chegar do trabalho, cada um tomar seu banho e começar a cozinhar, mesmo que o meu papel fosse só lavar o que se sujava, e organizar a mesa.Para mim, não podia ser um jantar crucial ou coisa assim. A noite anterior tinha sido um passo muito grande na minha relação com Travis, mesmo assim eu não podia me permitir criar nenhum tipo de ilusão sobre a situação, éramos duas bombas relógio, e poderíamos explodir a qualquer momento. Não dava para prever.Eu quis usar jeans, mas meu pai praticamente me proibiu por dizer que vestido rodado me caía muito bem, e como não estava tão frio, coloquei a peça de roupa para agradá-lo,
— Porque não era relevante te contar. O senhor agora quer saber sobre todos os garotos que eu beijei?— Se eles forem meus possíveis genros, sim, eu quero saber.Não. Como um homem podia ser tão intrometido?Ele sabia melhor do que ninguém como eu era um fracasso em relacionamentos, e ainda assim tinha alguma esperança?— Já faz muito tempo. Acho que agora, com milhas de distância nos separando, eu e a Terena seremos só amigos, como sempre fomos.A fala foi mais uma pergunta silenciosa do que uma afirmação. Como se ele quisesse saber se seria possível mantermos contato e uma amizade, pelo menos.— Isso se o Bruce não for um pé no saco de novo, não é? Porque ele está focado no casamento, mas depois que esse momento passar, ele pode muito bem voltar a ser o merdinha que é, e se ele não queria que fossem amigos no passado, pode não querer isso no presente também.Por qual motivo mesmo eu contei para o meu pai sobre essas coisas?Não que eu amasse todos os atos de Bruce, ou concordasse c