Epílogo

HARRY RADCLIFFE

O enorme espelho reflete perfeitamente minha aparência cansada, minha consternação explícita. Há algo cruel na precisão com que ele captura cada detalhe — os sulcos de cansaço sob meus olhos, o leve tremor nas mãos.

Endireito a gravata preta que acompanha o terno e o sobretudo da mesma cor, tentando, de algum modo, fazer com que a aparência de normalidade retorne, mas é um esforço em vão. Sento-me novamente e tomo um gole do meu chá de camomila, tentando encontrar um vestígio de calma naquele líquido quente e aromático. É um ritual que me acalma, mas hoje, o chá tem gosto de vazio, de uma rotina que não traz mais consolo.

Nunca perguntei ao Herodes o porquê daquele homem tentar caçar toda a família Radcliffe, e quando perguntei, ele nunca conseguiu me responder. Herodes sempre foi um homem de poucas palavras, mas agora, olhando para trás, percebo que havia algo mais, uma hesitação que nunca entendi completamente. Eu já havia perdido demais, e continuo perdendo. Mackel
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