RUBY PORTMANA sala de jantar, depois de uma hora, estava repleta de vozes e risadas, o calor do aquecedor misturando-se com o aroma delicioso do jantar que havíamos acabado de consumir.A conversa fluía naturalmente, as histórias de anos passados e as atualizações sobre as nossas vidas enchendo o espaço entre nós. Luca e o meu pai estavam debatendo sobre a última colheita de uvas, enquanto Isabella e a minha mãe discutiam animadamente sobre novas receitas para o próximo Natal. Eu estava meio alheia a todas as conversas, ainda saboreando o último gole do vinho tinto que o meu pai trouxera.E então, de repente, senti o meu bolso vibrar. Peguei o celular discretamente e vi uma notificação de ninguém mais, ninguém menos que Harry Radcliffe.O meu coração deu um salto, uma pequena mistura de ansiedade e excitação tomando conta de todo o meu corpo. Harry não costumava enviar mensagens sem motivo; devia ser algo importante. Engoli o restante do vinho na minha taça rapidamente, tentando pare
HARRY RADCLIFFEDurante muitos anos eu sempre refleti, com muita culpa, se o fato de eu sempre recusar em ir à igreja aos Domingos com a minha mãe, quando eu era pequeno e a nossa família ainda era minimamente decente, resultou em todas as catástrofes que agora penduram na minha vida, na minha família.Eu já pensei muita coisa, e por isso, nunca soube definir muito bem se eu acredito ou não em Deus, mas com certeza sei que estou pagando por alguma coisa que fiz, seja quando eu era criança ou talvez em vidas passadas.Olhando agora para as pessoas que se acomodam na minha casa, todos muito felizes, rindo, se divertindo, e eu distante como se caso eu me aproximasse pudesse estragar absolutamente tudo, chego a conclusão que sim, a melhor coisa que sempre fiz foi me afastar, manter-me recluso na minha própria insignificância. — Acho tão adorável quando a Sade obriga você a usar essa toca de Papai Noel. — Mackie comentou assim que se aproximou de mim, tocando ligeiramente no pompom que fic
HARRY RADCLIFFEHerodes olhava para o horizonte, parecendo medir a suas palavras antes de falar. Eu aproveitava o momento para observar Steffan, que estava visivelmente desconfortável. Ele nunca fora bom em esconder as suas emoções, ao contrário de mim. Finalmente, Herodes quebrou o silêncio.— A investigação está avançando. Temos novas informações, mas elas não são boas — ele disse, a sua voz carregada de uma gravidade que eu não ouvia há muito tempo. — Há implicações sérias para todos nós. Precisamos decidir como lidaremos com isso, e rápido. Lorena está no topo dessa pirâmide. Ela coordena tudo, desde a escolha das flores até o envio final. A Floricultura A, a fachada, faz parecer que é uma operação legítima, mas é apenas um disfarce. Floricultura B, por outro lado, é uma empresa real, inconsciente do que está acontecendo. Elas fornecem as flores para a Floricultura A, que então envia para o destinatário final, usando serviços de entrega anônimos.— Mas qual é o ponto disso tudo, a
RUBY PORTMANEu me encarava no espelho, observando cada detalhe do meu visual e admirando o belo trabalho. Vestia um longo vestido branco que caía elegantemente até o chão, complementado por meias de vidro escuras e um par de scarpins pretos que me davam uma sensação de poder. Meu cabelo ondulado caía suavemente sobre meus ombros, e a maquiagem brilhante destacava os meus olhos e lábios. Era uma combinação perfeita para a noite, e eu estava empolgada, pois finalmente havia chegado a melhor época do ano, pelo menos para mim: o Ano Novo.Enquanto me analisava, uma mistura de ansiedade e alegria me preenchia. A sensação de renovação e esperança que o Ano Novo trazia sempre me encantava. Peguei o meu celular e comecei a tirar várias fotos, experimentando diferentes ângulos e expressões. Queria capturar aquele momento de pura excitação e compartilhar com meus amigos nas redes sociais. Cada clique era uma pequena celebração do que estava por vir, um novo começo, novas oportunidades.Lá em
RUBY PORTMANEu e Sienna trocamos olhares cúmplices, decidindo que o melhor seria encontrar um lugar mais tranquilo para conversarmos. A sacada aquecida parecia perfeita para isso. Pegamos os nossos casacos, protegendo-nos contra o frio de inverno, e seguimos para o refúgio acolhedor. A sacada estava decorada com luzes suaves, criando uma atmosfera bem aconchegante, já que do outro lado a neve caia de forma esplendorosa, então sentamos em cadeiras confortáveis com o calor do aquecedor nos envolvendo.— Então, Ruby, como estão as coisas? — Sienna perguntou, se acomodando e olhando para mim com curiosidade.Suspirei, sentindo a tranquilidade do momento. — Bem, muita coisa mudou desde a última vez que nos vimos — comecei, sorrindo. — Estou trabalhando agora numa multinacional. Foi um alívio encontrar algo depois de tanto tempo desempregada.— Isso é ótimo! — Sienna exclamou, genuinamente feliz por mim. — Lembro como você estava preocupada com essa situação. — Assenti. — Sim, estava bas
RUBY PORTMANEu ouvia Sienna batendo na porta do banheiro, perguntando se estava tudo bem comigo. Meu coração estava disparado e as minhas mãos tremiam enquanto digitava desesperadamente uma mensagem para Sophia. Eu reencaminhava a mensagem que havia mandado para Harry, esperando que Sophia pudesse me dar algum conselho. Eu estava fodida, muito muito fodida. A vontade que eu tinha era de bater a minha cabeça contra a parede.Isso também seria a minha promessa para nunca mais voltar a colocar uma gota de álcool na boca.Sophia estava demorando muito para responder minhas mensagens e isso só aumentava o meu desespero por ajuda. Decidi ligar para ela, mesmo sabendo que nos Estados Unidos ainda eram 5h da manhã.Quando Sophia atendeu, já começou a ralhar comigo por ligar tão cedo.— Ruby, você tem ideia de que horas são aqui? — disse ela, com a voz ainda sonolenta. — Desculpa, Sophia, mas estou desesperada! — Comecei a explicar tudo de um jeito embolado, tentando resumir o que havia aco
RUBY PORTMANPassei o dia inteiro fora com Sienna, tentando me distrair das loucuras da noite anterior. Almoçamos em um restaurante charmoso, e, apesar de eu realmente querer relaxar, não conseguia parar de olhar para o celular. Esperava desesperadamente por uma mensagem de Harry, mas o aparelho permaneceu em silêncio absoluto. Decidi não mandar mais nenhuma mensagem, achando que seria melhor assim. Talvez eu tivesse exagerado, e o silêncio dele fosse a resposta que eu precisava.No final da tarde, por volta das cinco horas, o céu já estava escuro, e decidimos voltar para casa. O ar estava fresco, e as luzes de Natal nas casas ao longo do caminho começavam a brilhar, elas só seriam realmente tiradas dentro de uma semana ou duas. Minha amiga dirigia calmamente, e o som da música baixa no carro criava um ambiente tranquilo. E então, de repente, ela perguntou despretensiosamente sobre meu chefe.— Então, você conseguiu falar com o chefe? Ele chegou? Irão se encontrar? — Ela questionou,
RUBY PORTMANMinha mãe repetiu a pergunta, com um olhar interrogativo que conhecia muito bem.— Quem é esse homem, Ruby Portman? — Engoli em seco, sentindo o peso do momento.Sabia o quanto minha mãe podia ser casamenteira, e a última coisa que queria era dar margem para ela fazer algum comentário sugerindo algo entre mim e Harry. Embora, de fato, eu já conhecesse a cama dele, mas essa informação não era algo que minha família precisava saber.Olhei para Harry, procurando alguma ajuda ou sinal do que ele pretendia. Ele estava ao meu lado, com aquele olhar prepotente e um leve sorriso nos lábios, claramente se divertindo com a situação. Ele esperava minha resposta, quase como se estivesse desafiando-me a lidar com aquilo. Senti uma onda de irritação, sabendo que ele estava jogando baixo.Crispei os olhos para ele e então me virei novamente para minha família.— Ele é meu chefe — anunciei, tentando manter a voz firme e casual.Meu pai, Anthony, levantou uma sobrancelha, surpreso.— Seu