RUBY PORTMAN Quando finalmente tenho forças para abrir os olhos, a luz do sol está caindo pelas janelas em suaves e dourados wisps. As minhas roupas estão cuidadosamente dobradas sobre uma cadeira, cobertores pesados enrolados em torno do meu corpo, mantendo o ar frio longe da minha pele nua. Cada músculo do meu corpo está dolorido, cada extremidade nervosa falhando com as consequências de... tudo. Eu não precisava olhar para saber que ele se foi. Eu me vira de qualquer jeito, só para ver o branco, até mesmo a parede olhar de volta para mim. Como se fosse acusação. Com um gemido longo e rouco, volto a rolar e puxar o cobertor sobre a cabeça. Aí foda-se. Eu estou com problemas. . O meu coração começou a acelerar quando a realidade da situação me atingiu como um soco no estômago. O cheiro do perfume dele ainda pairava no ar, e os lençóis amarrotados ao meu redor eram um lembrete doloroso da noite anterior. É nesses momentos que ela sente falta da sua casa, não o apartamento em que
RUBY PORTMANAo chegar em casa, depois de enfrentar um metrô lotado, passei pela sala com cuidado para não acordar Sophia, que estava dormindo no sofá. Fui diretamente para o meu quarto, determinada a tomar um banho longo e relaxante. Eu sentia que merecia esse momento de paz.Liguei a torneira da banheira e deixei a água quente encher lentamente o espaço, enquanto pegava sais de banho para criar um ambiente ainda mais relaxante. A minha mente estava repleta de pensamentos confusos sobre o que havia acontecido com Harry, excitante e viciante mais uma vez ao mesmo passo que eticamente incorreto.Enquanto esperava a banheira encher, comecei a despir-me lentamente. À medida que as peças de roupa caíam ao chão, os meus olhos fixaram-se no espelho de corpo inteiro pendurado na porta do meu armário. O que vi fez o meu coração disparar.Havia um amontoado de marcas no meu corpo, evidências visíveis do que aconteceu na noite anterior. Chupões marcavam a minha pele alva, espalhando-se pelo pes
RUBY PORTMANConsultei o horário no relógio graciosamente repousado no meu pulso e pressionei os meus passos com determinação, ansiosa para ingressar no recinto da empresa antes que o frio e cortante vento alcançasse-me novamente.Empunhando os documentos com firmeza contra o meu peito, malabarrei para manter a minha bolsa imóvel no ombro, enquanto a minha mão direita segurava cuidadosamente o precioso café expresso. Os meus passos eram apressados, mas controlados, um equilíbrio entre eficiência e precaução.No meu caminho até a recepção, despejei um rápido cumprimento a Katherine, que estava sozinha atrás do balcão. Ela respondeu com um sorriso e um aceno, ciente da minha pressa. Não podia perder tempo naquele dia, então avancei sem demora em direção ao elevador. Com um toque na superfície polida, as portas se abriram, e eu entrei, pronta para a ascensão até o meu destino.O elevador, que minutos antes transportara um pequeno grupo de colegas, agora me levava sozinha para o meu andar
RUBY PORTMAN "Um fardo muito grande trabalhar numa multinacional." "O Sr. Radcliffe é um homem bastante centrado e disciplinado, temo que não sou capaz de corresponder a todas as expectativas que precisam para esse cargo." Havia chegado o momento em que tudo começava a se encaixar, como peças de um quebra-cabeça complexo que finalmente formavam uma imagem coerente. A demissão de 35 secretárias em um espaço de tempo tão curto era, sem dúvida, um sinal de alerta. O que tornava a situação ainda mais intrigante era o fato de que todas elas davam desculpas esfarrapadas para justificar o seu afastamento. Não, elas não eram demitidas. Elas optavam por se despedir, e havia um padrão claro de evasão relacionado a um homem que parecia estar à beira de um colapso. Não eram demissões, eram renúncias. Os gritos de Harry ecoavam pelas paredes da sala, criando uma atmosfera aterrorizante. Fui retirada do meu estado de choque por mãos fortes que seguraram os meus ombros e me arrastaram para
HARRY RADCLIFFEFLASHBACK ONA caminhada de volta para casa após a escola parecia uma eternidade. Cansado e solitário, preferia ir sozinho, arrastando os meus pés no chão e deixando os pensamentos pesados invadirem a minha mente. As vezes preferia a jornada de quarenta minutos a pé do que pegar sempre o ônibus escolar porque me dava tempo para refletir sobre a minha vida conturbada.Hoje, em particular, a minha raiva por minha mãe, Anne, fervia. Ela era uma boa mãe, mas havia algo sombrio pairando sobre a nossa casa. Eu sabia que, se chegasse em casa cedo demais, havia o risco de encontrar a minha mãe dormindo com o seu amante, algo que me deixava doente só de pensar.Steffan e Íris, não foram comigo hoje na escola. Ambos haviam pegado um resfriado e, por isso, Anne havia decidido que era melhor eles ficarem em casa. Eu estava sozinho, com minha raiva e meus pensamentos pesando sobre os meus ombros frágeis.Minha mãe, de alguma forma, tinha a capacidade de fazer-me sentir culpado. Ela
HARRY RADCLIFFE A caminhada de volta para casa após a escola era como atravessar um cenário prestes a adormecer. O ambiente começava a se impregnar com o frio anunciador do inverno iminente. Uma brisa cortante se infiltrava nas minhas roupas, fazendo-me estremecer a cada passo. As árvores despidas de folhas agitavam os seus galhos como esqueletos dançantes, e o céu, tingido de tons frios, anunciava a chegada de dias mais frios. Eu odeio o inverno como ninguém. Os pássaros, agitados e barulhentos, pareciam zombar da minha jornada solitária. As suas vozes estridentes ressoavam no ar gelado, irritando os meus ouvidos e intensificando a sensação de solidão que me envolvia. Cada assobio e gorjeio era como uma nota desafinada em uma sinfonia melancólica, acompanhando-me na tristeza do meu caminho. A mochila, grande demais para os meus ombros frágeis, pesava como um fardo indesejado. Os cadernos e livros dentro dela pareciam acumular não apenas conhecimento, mas também o peso dos meus pró
RUBY PORTMANDepois de presenciar o surto de Harry, cheguei em casa com um turbilhão de pensamentos. A cena angustiante ainda ecoava na minha mente, fazendo o meu estômago revirar. Pousei a bolsa com mãos trêmulas em cima da mesa, o meu coração batendo descompassado. Caminhei até o banheiro do meu quarto, ignorando a tentação da banheira e deixando que os jatos frios da água lavassem não apenas o meu corpo, mas também a imagem perturbadora que me forcei a testemunhar.A água caía sobre mim como uma chuva gelada, tentando apagar as marcas indeléveis daquele momento. Fechei os olhos e respirei fundo, mas a visão persistia. A expressão de Harry, a dor estampada nos seus olhos, aquelas palavras que ele proferiu com uma mistura de raiva e desespero. O choro preso na garganta finalmente se libertou junto com a água que escorria pelo ralo.Após o banho, vesti uma roupa confortável que mal percebi. Caminhei até a sala, ainda com a mente repleta de pensamentos que, ditos em voz alta, me faria
HARRY RADCLIFFEDois anos de sombras, dois anos afundado em lares temporários, carregando uma carga pesada de incertezas. Dois anos espreitando a escuridão, tentando encontrar uma luz em meio às nossas vidas já fragmentadas.Três meses passaram-se desde o meu último aniversário quando a notícia chegou como uma nuvem sombria. Uma carta amassada revelou o retorno do meu pai, saído da prisão algum tempo, agora casado e supostamente determinado a nos tirar deste pesadelo. O ar tornou-se mais denso enquanto eu lia aquelas palavras, antecipando um futuro que, de alguma forma, parecia mais sombrio do que o presente instável que conhecíamos.A ideia de um lar "real" pairava no ar como uma promessa vazia. Eu já havia esquecido como era ter um lugar constante, uma base para ancorar as nossas vidas efêmeras. Mas a perspectiva de voltar a uma suposta normalidade não me trouxe alívio, apenas uma sensação melancólica, tudo isso lembrava-me Anne, e eu não gostava de nenhum pouco dessas memórias.As m