RUBY PORTMANAs portas metálicas abriram-se e um sorriso no meu rosto desabrochou assim que ouvi um resmungo, quase inaudível, que o meu chefe verbalizou.Para ser sincera, eu só soube que o Harry iria assinar pessoalmente o contrato com o seu "amado" cliente ao chegarmos na empresa, já que durante o jantar de ontem ele fez questão de enfatizar que isso não era possível.— Se assim o desejar, entretanto, devo avisar-lhe que não assinarei o contrato com a minha presença e sim com o meu representante — a resposta pareceu já não o ter agradado tanto, pois ele desfaz o belo sorriso e arqueia a sobrancelha, quase deixando transparecer o seu desagrado.— Eu supus que faria tudo com o senhor, afinal, não veio até San Diego por causa do meu convite? — perguntou com uma voz diferente.— Vim, mas devo recordar-lhe que sou um homem bastante ocupado, mas não se preocupe, ainda nos encontraremos no evento — Harry respondeu indiferente.— Eu estou apresentável para a reunião com o Sr. Chevalier, Sr
RUBY PORTMAN Harry demorou bem mais do que eu imaginava. Fiquei quase meia hora conversando com o Gregory dentro do carro sobre amenidades, e embora eu já não estivesse com o meu melhor humor, consegui segurar a conversa. Quando o CEO da Radcliffe 's finalmente decidiu dar por terminado os seus compromissos com a filial, entrou por fim no carro, dando partida. Pouco depois o carro parou à frente de uma boutique extensiva, a qual as vitrines faziam questão de mostrar o esplendor da sua coleção de inverno. Eu não sei os gostos pessoais do meu chefe, o que deveria saber, porém, fiz a reserva de quatro horas já que Harry se recusou em fazer um terno à medida ou mesmo escolher um dos seus vários. Não questionei, afinal sou apenas a sua assistente e o meu trabalho é seguir ordens e não contestá-las. Reconfortada com o pensamento, saí do carro, porém Harry segurou-me pelo braço. Eu tentei desvincular-me do seu toque, mas ele manteve a mão no meu braço enquanto entrávamos na bou
RUBY PORTMAN Como a covarde que sou, após ter atendido a ligação, não retornei para a sala, deixando Harry à mercê da própria sorte para escolher o seu guarda-roupa, tenho a certeza de que o seu bom gosto é melhor do que o meu. Posso sentir a minha pele ferver e as minhas pernas tensas de excitação, consigo ter um vislumbre do que sucederia e certamente a minha mente não permaneceria sã durante muito tempo. Não sou idiota, Harry queria me testar, eu apenas não sei as suas razões, e também não quero ficar lhe provar absolutamente nada, além das minhas aptidões. De qualquer forma, ainda precisava trabalhar e remarcar reuniões na agenda de Harry que seriam realizadas mal chegássemos a Nova Iorque. Decidi não reservar nada em nenhum restaurante, e assim que o meu chefe terminou a prova e escolheu o terno, pagou tanto a minha peça quanto a dele. Eu precisava agradecer a gentileza, mas a sua expressão não estava muito inclinada ao bom humor, por isso me calei, por agora. Durante o temp
RUBY PORTMANO homem vestindo um smoking preto parece ter saído de uma cena de um filme clássico. O seu traje é elegante e sofisticado, com um toque de glamour e mistério. O casaco do smoking tem uma lapela fina e contrastante em seda, que se estende até a parte inferior do traje, dando um visual alongado e impecável. A camisa branca, com colarinho rígido e botões pretos, adiciona um toque refinado e sofisticado. A gravata borboleta, preta e sedosa, é perfeitamente amarrada, adicionando um charme único ao visual. As calças do smoking têm um corte reto e afunilado, com listras finas em cada lado, adicionando um toque clássico. Os seus sapatos, também em preto brilhante, completam o traje, adicionando uma sensação de elegância e estilo. A postura ereta e confiante do homem no smoking preto exala um ar de mistério e sofisticação, sugerindo um homem de sucesso e requinte. Gestos calculados e precisos, adicionando um toque de charme e elegância ao seu visual impecável. O homem de expres
RUBY PORTMANTudo bem, se for refletir minuciosamente, prestando atenção na sequência de acontecimentos daquela madrugada, não fui eu que cedi, não, claro que não. O homem aparentemente centrado demais, correto de mais, arrogante de mais, é que me prensou contra a parede e bem…, fez o que fez.Os meus fios de cabelo, antes perfeitamente alinhados, agora estão completamente selvagens, tão emaranhados que era fácil deduzir o que fiz durante a noite, isso ou eu dormia ridiculamente mal. A minha boca, antes tingida em escarlate, agora é uma bagunça de cores e durante aquele pequeno período, contei baixinho, esperando os segundos para que a minha humilhação acabasse.— Merda — choraminguei virando a cabeça para o travesseiro, esperando que ele tivesse o poder de abafar por completo o ruído de frustração que escapou da minha garganta.— Eu não vou te comer. Quando eu for fazer isso, você estará sóbria que é para recordar muito bem de como eu fodi a sua boceta até me implorar por descanso
HARRY RADCLIFFEO meu irmão, Steffan, entrou na cozinha com aquele sorriso travesso que ele sempre tinha quando estava prestes a me provocar. E Ruby, o motivo do flerte anterior, saiu rapidamente da sala, com uma desculpa esfarrapada, que se fosse em outra ocasião, deixaria um clima ainda mais tenso.Ela sempre parecia saber quando a atmosfera estava prestes a se tornar desconfortável entre nós, o que, nesse momento, era exatamente o caso, e eu particularmente odiava quando ela fugia de mim.— Ora, ora, ora, o meu querido irmão mais velho está quase deixando a baba cair — Steffan comentou assim que Ruby partiu apressada da cozinha. — Picada por um bicho? Essa foi até agora a melhor desculpa que eu já ouvi para esconder um chupão. — Virei o rosto apenas para o fuzilar.— E se você tratasse de calar a boca? — perguntei, me preparando para sair também, e irritante como a maior parte da nossa família, Steffan continuou me seguindo.— Olha só quem temos aqui! —, ele exclamou, apontando par
HARRY RADCLIFFE A minha mente estava envolta em negócios e números quando o meu telefone tocou estridentemente. Eu estava concentrado naquilo que parecia ser uma montanha de papéis interminável, avaliando relatórios, planejando estratégias e mantendo a máquina da minha empresa impecável, pelo menos. Havia marcado a viagem de retorno para Nova Iorque para segunda-feira, já que Melissa insistira que eu jantasse com ela antes de retornar. O som insistente do toque cortou através da minha concentração, trazendo-me de volta à realidade. — Harry Radcliffe — murmurei, um reflexo da minha impaciência sempre presente. No entanto, quando ouvi a voz chorosa de Mackeline do outro lado da linha, a minha expressão neutra cedeu lugar a uma ruga de preocupação na testa. A voz no outro lado da linha cortou o meu foco, interrompendo a série de e-mails que eu estava revendo. Era Mackeline, minha irmã mais nova, com uma urgência inegável na sua voz. Eu senti um arrepio percorrer a minha espinha enqua
HARRY RADCLIFFEDois anos haviam se passado desde aquele dia terrível que mudou a minha vida para sempre. Eu estava de volta à casa antiga, o lugar que costumava ser cheio de risos, calor e amor. Agora, era apenas uma casca vazia de memórias felizes, assombrada pelas sombras do passado.Fiquei parado do lado de fora, olhando para a fachada envelhecida e desbotada da casa. O meu estômago revirou, e eu podia sentir um enjoo subindo na minha garganta. Era difícil encarar o que tinha acontecido aqui, difícil imaginar a violência que havia acontecido nas mesmas paredes que um dia abrigaram a minha família. As fitas amarelas da polícia ainda estavam visíveis em alguns pontos da casa, lembrando a todos que algo terrível havia acontecido ali.Respirei fundo e dei um passo hesitante em direção à entrada. A sensação de tristeza e ansiedade pesava sobre mim como uma âncora.A porta rangeu quando a empurrei, ecoando o som que ainda estava presente na minha memória. A casa estava fria e silenciosa