HARRY RADCLIFFEÀ espera da mortecomo um gatoque saltará sobre acamaSinto terrivelmente porminha esposaEla verá estecorpoduro ebrancoVai sacudi-lo uma vez, depoisquem sabeoutra:"Hank!"Hank nãoresponderá.Não é minha morte o queme preocupa, é minha mulherabandonada com estemonte denada.Querono entantoque ela saibaque todas as noitesdormindoao seu ladoQue mesmo as discussõesinúteissempre foramesplêndidasE que as palavrasdifíceisque sempre temidizerpodem agora serditas:Eu teamo.— Charles Bukowski. As folhas de uma árvore próxima caem sobre o chão de concreto, revestindo-o de folhagens verdes, mas logo elas são varridas pela brisa quente e um pouco úmida do local.Aprecio com preguiça o processo repetitivo enquanto solto as longas tragadas do cigarro, fazendo o fumo se desfazer no espaço gélido proporcionado pelo ar condicionado.Minha mente me prende em pensamentos das conversas da noite antes da minha chegada a San Diego, não me deixando descansar,
RUBY PORTMANA secretária do Sr. Chevalier pediu para que nos encontrássemos mais cedo, o que, obviamente, eu não recusei.Em parte porque não sei se seria muito correto recusar e outra porque queria me vingar um pouco do Harry, porque o que na verdade o que eu deveria ter feito era ligar para o meu superior, o informar da mudança de horário e o perguntar o que devo fazer a seguir, mas não fiz isso.Contudo, antes de sair, separei um belo terno e sapatos encontrado em seu enorme closet, embora Harry parece ser o tipo de pessoas extremamente organizada, tinha minhas certas dúvidas se ele havia de fato separado um terno para si, o que duvido.Ao menos, fui uma boa assistente...De repente, uma chuva torrencial começou a cair na noite, e eu agradeci fortemente que a minha vestimenta ainda estava adequada para o clima.Pedi um táxi, já que Gregory estava ausente e provavelmente não conseguiria me pegar a tempo, e levei um dos guarda-chuvas dispostos na entrada da porta.Pedi para que a go
RUBY PORTMANA volta à casa foi bastante rápida, para o meu total desgosto, e Harry não parecia nada disposto a conversar, portanto permaneci quieta durante todo o trajeto.A essa altura, apenas um chuvisco cai sobre o belíssimo carro, o antes ambiente trevoso e com gotículas pesadas que pareciam que iriam romper a estrutura de qualquer edificação, agora se tornaram apenas pequenas gotas de água.Seria tão bom se o humor de Harry se transformar-se na mesma coisa.Estacionamos na garagem repleta de mais dois carros desportivos e o Lexus que Gregory costuma a conduzir.Não espero Harry sair para me abrir a porta como costuma fazer, abro-a e dou rápidos passos para alcançar a porta de acesso ao hall de entrada, mas ele me impede.— Não tão rápido, Srta. Portman — sua voz grave ecoa por todo espaço fechado. — Dessa vez sua astucia não a protegerá.Merda —sussurro baixo e giro os calcanhares para o encarar.— Vamos para o meu escritório, imediatamente — ordena e passa por mim. Reviro os o
RUBY PORTMANAs portas metálicas abriram-se e um sorriso no meu rosto desabrochou assim que ouvi um resmungo, quase inaudível, que o meu chefe verbalizou.Para ser sincera, eu só soube que o Harry iria assinar pessoalmente o contrato com o seu "amado" cliente ao chegarmos na empresa, já que durante o jantar de ontem ele fez questão de enfatizar que isso não era possível.— Se assim o desejar, entretanto, devo avisar-lhe que não assinarei o contrato com a minha presença e sim com o meu representante — a resposta pareceu já não o ter agradado tanto, pois ele desfaz o belo sorriso e arqueia a sobrancelha, quase deixando transparecer o seu desagrado.— Eu supus que faria tudo com o senhor, afinal, não veio até San Diego por causa do meu convite? — perguntou com uma voz diferente.— Vim, mas devo recordar-lhe que sou um homem bastante ocupado, mas não se preocupe, ainda nos encontraremos no evento — Harry respondeu indiferente.— Eu estou apresentável para a reunião com o Sr. Chevalier, Sr
RUBY PORTMAN Harry demorou bem mais do que eu imaginava. Fiquei quase meia hora conversando com o Gregory dentro do carro sobre amenidades, e embora eu já não estivesse com o meu melhor humor, consegui segurar a conversa. Quando o CEO da Radcliffe 's finalmente decidiu dar por terminado os seus compromissos com a filial, entrou por fim no carro, dando partida. Pouco depois o carro parou à frente de uma boutique extensiva, a qual as vitrines faziam questão de mostrar o esplendor da sua coleção de inverno. Eu não sei os gostos pessoais do meu chefe, o que deveria saber, porém, fiz a reserva de quatro horas já que Harry se recusou em fazer um terno à medida ou mesmo escolher um dos seus vários. Não questionei, afinal sou apenas a sua assistente e o meu trabalho é seguir ordens e não contestá-las. Reconfortada com o pensamento, saí do carro, porém Harry segurou-me pelo braço. Eu tentei desvincular-me do seu toque, mas ele manteve a mão no meu braço enquanto entrávamos na bou
RUBY PORTMAN Como a covarde que sou, após ter atendido a ligação, não retornei para a sala, deixando Harry à mercê da própria sorte para escolher o seu guarda-roupa, tenho a certeza de que o seu bom gosto é melhor do que o meu. Posso sentir a minha pele ferver e as minhas pernas tensas de excitação, consigo ter um vislumbre do que sucederia e certamente a minha mente não permaneceria sã durante muito tempo. Não sou idiota, Harry queria me testar, eu apenas não sei as suas razões, e também não quero ficar lhe provar absolutamente nada, além das minhas aptidões. De qualquer forma, ainda precisava trabalhar e remarcar reuniões na agenda de Harry que seriam realizadas mal chegássemos a Nova Iorque. Decidi não reservar nada em nenhum restaurante, e assim que o meu chefe terminou a prova e escolheu o terno, pagou tanto a minha peça quanto a dele. Eu precisava agradecer a gentileza, mas a sua expressão não estava muito inclinada ao bom humor, por isso me calei, por agora. Durante o temp
RUBY PORTMANO homem vestindo um smoking preto parece ter saído de uma cena de um filme clássico. O seu traje é elegante e sofisticado, com um toque de glamour e mistério. O casaco do smoking tem uma lapela fina e contrastante em seda, que se estende até a parte inferior do traje, dando um visual alongado e impecável. A camisa branca, com colarinho rígido e botões pretos, adiciona um toque refinado e sofisticado. A gravata borboleta, preta e sedosa, é perfeitamente amarrada, adicionando um charme único ao visual. As calças do smoking têm um corte reto e afunilado, com listras finas em cada lado, adicionando um toque clássico. Os seus sapatos, também em preto brilhante, completam o traje, adicionando uma sensação de elegância e estilo. A postura ereta e confiante do homem no smoking preto exala um ar de mistério e sofisticação, sugerindo um homem de sucesso e requinte. Gestos calculados e precisos, adicionando um toque de charme e elegância ao seu visual impecável. O homem de expres
RUBY PORTMANTudo bem, se for refletir minuciosamente, prestando atenção na sequência de acontecimentos daquela madrugada, não fui eu que cedi, não, claro que não. O homem aparentemente centrado demais, correto de mais, arrogante de mais, é que me prensou contra a parede e bem…, fez o que fez.Os meus fios de cabelo, antes perfeitamente alinhados, agora estão completamente selvagens, tão emaranhados que era fácil deduzir o que fiz durante a noite, isso ou eu dormia ridiculamente mal. A minha boca, antes tingida em escarlate, agora é uma bagunça de cores e durante aquele pequeno período, contei baixinho, esperando os segundos para que a minha humilhação acabasse.— Merda — choraminguei virando a cabeça para o travesseiro, esperando que ele tivesse o poder de abafar por completo o ruído de frustração que escapou da minha garganta.— Eu não vou te comer. Quando eu for fazer isso, você estará sóbria que é para recordar muito bem de como eu fodi a sua boceta até me implorar por descanso