“Celeste”Ai, eu tinha coisa melhor para fazer num sábado de manhã, mas o Junqueira resolveu dar idéia pra filhinha dele e ela me encheu a paciência para eu vir na prova do vestido de noiva dela. Eu já tinha estado presente no dia que ela escolheu essa barraca horrenda que ela chama de vestido.Não entendo porque essa idiota agora acha que eu sou a secretária dela e fica me enchendo por causa desse casamento, me ligando o tempo todo e dizendo que precisa que eu faça alguma coisa pra ela. E o pior é que o Junqueira acha que eu tenho que ficar bajulando essa cafona.Só estou fazendo as coisas porque ele está me pagando, caso contrário já teria mandado essa ridícula da filha dele e a mãe nojenta para o inferno. São duas cafonas, mal vestidas e bregas.Cheguei na loja e esperei uns vinte minutos aquelas duas palermas. Elas acham chique se atrasar pra tudo. Onde já se viu! Quando chegaram a gerente da loja disse que teríamos que esperar, pois as consultoras estavam todas atendendo as noiva
“Alessandro”Nas últimas duas noites eu tive pesadelos com a Ana Carolina vestida de noiva. Deus do céu, era assustador. Aprendi que nada é tão ruim que não possa piorar. Eu não tinha dormido bem, estava cansado e com sono. Resolvi ir até a copa buscar um café e conversar um pouco com o Rick e o Patrício para ver se eu despertava. Chamei os dois e fomos tomar um café.Quando saí da sala do Rick, Catarina saiu de sua sala às pressas. Estava pálida demais. Olhei pra Samantha que foi atrás dela. Eu queria ir ver como ela estava, mas o Rick me segurou.- Deixa a Sam verificar como ela está, Alessandro. – Rick me falou. – As garotas acham que ela está com uma úlcera nervosa, por causa de todo o estresse que ela está passando.- É, não tem sido fácil pra ela. – Patrício completou. – E nem pra você, não é, irmão. E essas olheiras?- Cara eu não consegui dormir nas últimas duas noites. Todas as vezes que fecho os olhos vejo aquela imagem da Ana Carolina vestida de noiva. Isso está me assombra
Patrício e eu nos juntamos ao Alessandro e ao Rick para uma reunião rápida. Alessandro havia recebido um contato dos clientes de Nova York e eles teriam que viajar.- Os clientes estão muito satisfeitos com a parceria, mas pediram que a gente vá até lá. Querem estender o contrato, mas querem fazer isso pessoalmente. – Alessandro explicou.- Tudo bem. E quando nós vamos? – Patrício perguntou.- Amanhã. – Alessandro informou. – O Rick vai com a gente, mas eu gostaria que a Catarina também nos acompanhasse, é importante que ela conheça os clientes e esteja à par da negociação.- Também acho. – Patrício concordou. – O que você acha Cat?- Olha, eu acho que eu deveria ficar. São clientes que pedem muitas informações e vocês podem precisar de algo aqui, como foi da outra vez.- Isso é verdade. – Patrício concordou. – Nós conseguimos fechar o contrato mais rápido graças a eficiência da Catarina em reunir as informações.- É, vocês estão certos. – Alessandro bufou. – Bom, então a Catarina fic
“Alessandro”Chegamos em Nova York e já tivemos uma primeira reunião com os clientes. Nos passaram um briefing do que queriam e pediram algumas informações. Marcamos um jogo de golfe para o dia seguinte pela manhã. Rick ficou de entrar em contato com a Catarina e pegar todas as informações que precisaríamos naquele momento.À noite decidimos ir a um bar e nos distrair um pouco. Estávamos conversando e senti uma mão tocar em meu ombro e uma voz sensual que eu não ouvia há muito tempo soou no meu ouvido.- Você está ainda mais bonito.Me virei já sabendo quem eu veria. Ela estava linda, cabelos pretos cortados em um Chanel elegante, um corpo esguio, alta e com seios mais protuberantes do que me lembrava, pelo visto ela havia colocado implante de silicone.- Liz! Já fazem tantos anos. Como você está? – Falei lhe cumprimentando com um beijo no rosto.- Estou bem querido. Confesso que é uma agradável surpresa te encontrar aqui. O que te traz a Nova York?- Trabalho. E você? Não estava em R
Era manhã de sábado, eu estava em casa brincando com o Pedro no tapete e Melissa estava jogada sobre o sofá. Nós conversávamos muito animadas. As reuniões na casa do Alessandro não aconteciam todos os sábados mais, apenas quando Alencar tinha alguma coisa muito importante para informar. Mas hoje nós teríamos o dia livre e estávamos combinando o que fazer.Meu celular tocou sobre o balcão da cozinha e eu fui atender. Quando olhei a tela, reconheci o número como sendo do consultório médico e estranhei. Atendi com bastante surpresa.- Alô?- Catarina? Aqui é a Sílvia, secretária do Dr. Molina. Tudo bem?- Sim, claro. Tudo bem, Sílvia, e você?- Muito bem, obrigada. Fiquei esperando você me retornar para reagendar sua consulta. Já faz um tempo.- Nossa, Silvia, eu me esqueci completamente. É que eu tenho tido dias bem tumultuados. – Eu me lembrava vagamente que precisei desmarcar a última consulta e que se esqueci de remarcar posteriormente.- Não tem problema, querida. Eu estou te ligand
“Alessandro”- Ana Carolina, você está em casa? – Pergunto logo que aquela insuportável atende o telefone. – Quero levá-la para um passeio.Quase fico surdo com o grito que aquela criatura abominável solta. Claro que ela ficou mais que feliz com a idéia de sair comigo. Sabendo disso, aproveitei para colocar meu plano em prática. Eu já estava na porta da casa dela e a levaria para um “passeio” sem dizer para onde e a levaria ao hospital, se ela se recusasse eu ligaria para o advogado e ele a pressionaria, mas ela não sairia daquele hospital sem fazer os exames. Era perfeito, pois o Patrício já tinha me confirmado que o Junqueira estava no clube, então eu poderia dar o bote sem interferências.Não demorou muito e a paquita do capeta saiu de casa saltitante, usando um vestido branco e uma bota rosa. Meu deus que coisa ridícula. Quando se aproximou eu disse para entrar no carro.- Gatiinhooo, eu estou tãaooo empolgada! Onde você vai me levar, me conta. – Começou a falar com aquela voz ins
O final de semana foi um caos. Eu estava tentando colocar meus pensamentos em ordem. Reunimos as garotas no domingo e contei pra elas o que estava acontecendo. Logo começou uma disputa para ver quem seria a madrinha, todas concordando que a Mel já era madrinha do Pedro, portanto estava fora da disputa. Pedi a Virgínia que não contasse ao Levy, eu mesma faria isso. E todas juraram não contar pra ninguém, respeitando a minha decisão de evitar que o Alessandro soubesse.Na segunda feira eu estava um caco. Cansada e distraída. Sentia um sono quase incontrolável. Eu não estava muito bem.- Cat, acorda. Vem, se deita no sofá da minha sala um pouco. – Patrício me chamava com a voz baixa.- O que houve? – Levantei minha cabeça da mesa e olhei pra ele meio sem entender.- Você estava dormindo. Vem, se deita no sofá da minha sala. Acho que vou te dar uns dias de folga.- Peguei no sono? Eu acho que estou com uma crise de estresse muito forte. – Comentei meio irritada sabendo exatamente qual era
“Patrício”Achei tão estranho a Catarina implicar com meu perfume, ela já me disse várias vezes que meu perfume era uma delícia. Eu acho que ela está muito sensível e com razão, ela está sofrendo muito. Mandei o Alessandro comprar a torta pra ela, ele adora fazer esses mimos pra Cat.O resto da manhã eu passei no clube com um cliente, tínhamos marcado uma partida de tênis e depois almoçaríamos juntos enquanto discutíamos alguns detalhes da nossa relação comercial. Mas meu cliente teve um imprevisto e teve que ir embora mais cedo. Como eu tinha tempo, resolvi ir ao SPA fazer uma massagem.Estava a caminho do SPA que fica um pouco mais afastado das quadras esportivas, no meio de algo tipo um pequeno bosque cheio de árvores, muita paz e silêncio e escutei uma voz que eu conhecia muito bem. Dei uma olhada e ela não me viu, mas Ana Carolina estava batendo boca com o Bruno Monteiro. Provavelmente ele estava reclamando porque ela ia se casar, esse otário era apaixonado por ela.Fiquei curios