Era manhã de sábado, eu estava em casa brincando com o Pedro no tapete e Melissa estava jogada sobre o sofá. Nós conversávamos muito animadas. As reuniões na casa do Alessandro não aconteciam todos os sábados mais, apenas quando Alencar tinha alguma coisa muito importante para informar. Mas hoje nós teríamos o dia livre e estávamos combinando o que fazer.Meu celular tocou sobre o balcão da cozinha e eu fui atender. Quando olhei a tela, reconheci o número como sendo do consultório médico e estranhei. Atendi com bastante surpresa.- Alô?- Catarina? Aqui é a Sílvia, secretária do Dr. Molina. Tudo bem?- Sim, claro. Tudo bem, Sílvia, e você?- Muito bem, obrigada. Fiquei esperando você me retornar para reagendar sua consulta. Já faz um tempo.- Nossa, Silvia, eu me esqueci completamente. É que eu tenho tido dias bem tumultuados. – Eu me lembrava vagamente que precisei desmarcar a última consulta e que se esqueci de remarcar posteriormente.- Não tem problema, querida. Eu estou te ligand
“Alessandro”- Ana Carolina, você está em casa? – Pergunto logo que aquela insuportável atende o telefone. – Quero levá-la para um passeio.Quase fico surdo com o grito que aquela criatura abominável solta. Claro que ela ficou mais que feliz com a idéia de sair comigo. Sabendo disso, aproveitei para colocar meu plano em prática. Eu já estava na porta da casa dela e a levaria para um “passeio” sem dizer para onde e a levaria ao hospital, se ela se recusasse eu ligaria para o advogado e ele a pressionaria, mas ela não sairia daquele hospital sem fazer os exames. Era perfeito, pois o Patrício já tinha me confirmado que o Junqueira estava no clube, então eu poderia dar o bote sem interferências.Não demorou muito e a paquita do capeta saiu de casa saltitante, usando um vestido branco e uma bota rosa. Meu deus que coisa ridícula. Quando se aproximou eu disse para entrar no carro.- Gatiinhooo, eu estou tãaooo empolgada! Onde você vai me levar, me conta. – Começou a falar com aquela voz ins
O final de semana foi um caos. Eu estava tentando colocar meus pensamentos em ordem. Reunimos as garotas no domingo e contei pra elas o que estava acontecendo. Logo começou uma disputa para ver quem seria a madrinha, todas concordando que a Mel já era madrinha do Pedro, portanto estava fora da disputa. Pedi a Virgínia que não contasse ao Levy, eu mesma faria isso. E todas juraram não contar pra ninguém, respeitando a minha decisão de evitar que o Alessandro soubesse.Na segunda feira eu estava um caco. Cansada e distraída. Sentia um sono quase incontrolável. Eu não estava muito bem.- Cat, acorda. Vem, se deita no sofá da minha sala um pouco. – Patrício me chamava com a voz baixa.- O que houve? – Levantei minha cabeça da mesa e olhei pra ele meio sem entender.- Você estava dormindo. Vem, se deita no sofá da minha sala. Acho que vou te dar uns dias de folga.- Peguei no sono? Eu acho que estou com uma crise de estresse muito forte. – Comentei meio irritada sabendo exatamente qual era
“Patrício”Achei tão estranho a Catarina implicar com meu perfume, ela já me disse várias vezes que meu perfume era uma delícia. Eu acho que ela está muito sensível e com razão, ela está sofrendo muito. Mandei o Alessandro comprar a torta pra ela, ele adora fazer esses mimos pra Cat.O resto da manhã eu passei no clube com um cliente, tínhamos marcado uma partida de tênis e depois almoçaríamos juntos enquanto discutíamos alguns detalhes da nossa relação comercial. Mas meu cliente teve um imprevisto e teve que ir embora mais cedo. Como eu tinha tempo, resolvi ir ao SPA fazer uma massagem.Estava a caminho do SPA que fica um pouco mais afastado das quadras esportivas, no meio de algo tipo um pequeno bosque cheio de árvores, muita paz e silêncio e escutei uma voz que eu conhecia muito bem. Dei uma olhada e ela não me viu, mas Ana Carolina estava batendo boca com o Bruno Monteiro. Provavelmente ele estava reclamando porque ela ia se casar, esse otário era apaixonado por ela.Fiquei curios
Meu dia foi horrível. Eu estava tendo náuseas e muito sono. Patrício voltou do clube e parou em minha mesa.- Cat, chega mais.- Sim, Pat! – Brinquei com ele.- Ih, gostei disso! – Ele sorriu, um sorriso lindo e descontraído. – Mas chega perto e me cheira.- Não virei cachorro não, Patrício! – Brinquei com ele.- Boba! Eu troquei o perfume, quero saber se desse você gosta. – Patrício era um fofo e muito atencioso.- Ah, desse eu gosto! – Falei depois que senti seu cheiro.- Ótimo, porque não quero minha assessora fugindo de mim. – Soltou uma gostosa risada e entrou em sua sala.Só então reparei no Rick parado na porta assistindo a cena.- O que eu perdi? – Rick perguntou.- Nada demais, Rick. Me incomodei com o perfume que Patrício usava mais cedo e ele teve a delicadeza de trocar. – Respondi sorrindo.- Mostrando quem manda! Gostei! – Rick comentou. - Cat, como você está? Nós estamos preocupados.- Eu estou bem, Rick. É só muito estresse. – Falei.- Mesmo? – ele insistiu.- Mesmo. –
“Alessandro”Eu estava uma pilha de nervos. Ainda não recebi os resultados dos exames, mas eu já tenho certeza que o filho da Ana Carolina não é meu. Eu só queria os resultados logo para acabar com aquele circo.O telefone sobre a minha mesa tocou e quando eu atendi a Samantha disse que tinha uma pessoa na portaria que queria me ver. Simplesmente era a Liz. Mas o que ela estava fazendo aqui? Falei com a Samantha que poderia liberar a entrada, mas que eu a receberia na sala de reuniões.Quando a Sam me avisou que ela tinha chegado eu terminei o e-mail que estava redigindo para enviar a um cliente e saí da minha sala. Quando cheguei na recepção a Liz simplesmente pulou no meu pescoço e me beijou.- Que ótimo! Agora a piranha vai freqüentar a empresa? – Patrício, que estava saindo da sala dele, falou.- Boa tarde pra você também, otário! – Liz respondeu.Eu suspirei e me virei de frente para os elevadores e foi só então que eu vi a Catarina parada com o Rick, que balançava a cabeça pra m
Quando o Rick me deixou em casa eu já tinha apagado com o chazinho da dona Margarida. Acordei já era tarde e com a Virgínia sentada ao meu lado na cama.- Oi, bela adormecida! – Virgínia falou com um sorriso.- Oi, Vi. – respondi.- Como você está?- Péssima. Ele vai se casar com uma e tem outra já como amante. E pior, acho que é a tal mulher do passado que ele procurava.- Cat, eu conversei com o bombom. Vou te contar uma coisa, mas é para o seu bem. E do meu irmão também. – Virgínia parecia meio sem jeito. – O Alessandro não vai se casar. A única coisa que eu sei é que ele descobriu que a mocréia não está grávida.- Como assim, Vi?- Tem algo a ver com um exame. Mas ela não está grávida e ele desfez o compromisso. Quanto a mulher que você viu beijá-lo hoje, isso é mais complicado, mas o que sei é que ela é uma ex namorada, mas o Alessandro não gosta dela. – Virgínia me contou o que sabia, que não era muito.- Então ele não está com nenhuma das duas?- Não. O bombom garantiu que ele
“Alessandro”Cheguei cedo na empresa. Eu estava ansioso para falar com a Catarina, explicar a situação e pedir perdão pela milionésima vez nos últimos dias. Quando o Patrício chegou e me viu sentado ali na recepção ele me jogou um balde de água fria.- Pode ir pra sua sala. Ela não vem hoje. Dei o dia de folga, ela merece e precisa. E eu prometi para as garotas que você não vai atrás dela hoje. – Patrício falou sério.- Que droga, Patrício! – Bufei como um adolescente mal humorado. – Vamos tomar um café.Quando chegamos na copa a dona Margarida, o Rick e a Sam estavam conversando baixinho e ficaram mudos quando entramos. Conversamos um pouco e depois Patrício, Rick e eu fomos para minha sala.- Então, Ricardo, o que você está sabendo que eu não sei? – Falei o pressionando.- Não sei do que você está falando. – Rick falou.- Ah, sabe! Sabe sim! – Falei caminhando em direção a ele. – O que está havendo com a Catarina? Por que você está muito mais protetor com ela, como se quisesse defen