Os dias passavam rapidamente. Já havia quinze dias que eu tinha voltado a trabalhar no Grupo Mellendez. Tudo ia bem, estava acompanhando a auditoria e fazendo meu trabalho sem nenhum problema. Alessandro e eu continuávamos com nossas provocações e nossas tortas de chocolate. Como prometido, ele me comeu sobre sua mesa, deixou eu montá-lo em sua cadeira e perdi as contas de quantas vezes ele me possuiu naquele sofá. Dormíamos juntos quase todos os dias em minha casa e aos sábados eu dormia na casa dele.Eu estava muito feliz. Tinha um namorado maravilhoso que adorava o meu filho, um grupo de amigos que eu adorava e meu emprego era tudo o que sonhei profissionalmente. O Junqueira me via pela empresa, mas não conseguiu oportunidade de se aproximar novamente, e ele tentou, mas o Dênis estava sempre muito atento.Já era sexta feira de novo e Alessandro e eu estávamos a caminho da garagem para irmos para casa depois de um dia cansativo de trabalho. Estávamos combinando pedir comida chinesa
A porta da sala foi aberta e uma tropa de mulheres capitaneadas pela Melissa entrou ali.- Que merda você fez agora, Mellendez. – Melissa bufava de raiva.- Melissa, agora não. – Alessandro pediu.- Agora sim! Eu te avisei, Mellendez, pra não aprontar com a minha amiga. – Melissa se sentou ao meu lado e me abraçou. – Vai lá pra fora, seus amiguinhos estão lá na recepção, deixa a gente cuidar da Cat. Anda! – Ela estava irada!Alessandro passou as duas mãos no rosto, deu um beijo na minha testa e saiu. Levantei os olhos e vi ali ao meu redor as minhas amigas: Melissa, Samantha, Taís, Virgínia e Manu.- A Sam ligou assim que tudo aconteceu e nós viemos depressa ficar com você. – Taís explicou. – O Rick já nos contou o que aconteceu.Eu me senti acolhida por aquelas mulheres que eram minhas amigas e que largavam tudo para ir ao meu socorro.- O mundo está desabando sobre mim de novo. – Falei chorando mais um pouco.- Cat, calma. O Alessandro fez a coisa certa, mandando o Patrício levar aq
“Alessandro”Eu estava sentado no sofá da minha sala sentindo uma dor lancinante no peito, ouvindo o meu coração bater nos meus ouvidos, com uma enorme dificuldade para respirar e os olhos ardendo com as lágrimas que continuavam caindo. Eu só senti isso uma vez e foi quando meus pais morreram, uma perda irreparável e muito dolorosa que parece que faz o coração para de bater. Eu estava morrendo sem ela.- Alessandro, irmão, aquela infeliz está com o pai dela na portaria do prédio esperando por você. Eu sei que você está arrasado, mas eles não vão sossegar. – Patrício falou e eu olhei pra ele como que saindo de um transe.- Patrício, ela terminou comigo. Falou que agora não tem jeito. Que ela não vai me tirar do meu filho e que vai voltar a trabalhar com o Heitor. – Falei desesperado.- Calma, Alê. Uma coisa nós já resolvemos, ela não vai sair da empresa. – Olhei para o Patrício sem entender o que ele falava. – Ela vai passar a me assessorar e o Rick vai assessorar você, à partir de seg
O final de semana foi um borrão pra mim. Minhas amigas fizeram tudo e mais alguma coisa pra tentar me animar e até para me convencer que eu não deveria deixar o Alessandro, mas eu não poderia ficar entre ele e o filho e sabia que aquela mulher me infernizaria, eu não ia suportar.Na segunda quando cheguei para trabalhar fui abordada pelo Junqueira na entrada do prédio.- Mas o que você ainda está fazendo aqui, sua vagabunda? – Ele vociferou parando à minha frente. Tentei dar a volta e passar por ele, mas ele não deixou e segurou meu braço. – Eu te fiz uma pergunta, sua ordinariazinha.- Me solta. – Puxei meu braço das suas garras. – Eu trabalho aqui!- Não trabalha não! Vou exigir que o Alessandro te demita. – ele falou com os olhos brilhando de raiva.- Faça isso. – falei e dei as costas.Quando o Junqueira veio me segurar para impedir que eu entrasse no prédio, o segurança Dênis se colocou entre nós.- Não incomode a senhorita. Você está avisado para não se aproximar dela. – Dênis f
- Catarina, quero falar com você.- Mas você é muito sem noção mesmo, hein, vagabunda, pra vir aqui infernizar minha amiga. – Samantha já foi logo falando para a Ana Carolina.- Catarina, se não fosse importante eu não viria atrás de você, mas, por favor, só me escuta. – Ana Carolina falava como se estivesse chorando e num esforço nítido para ser pelo menos agradável.- Sem chance. Sai daqui e deixa a Cat em paz. – Samantha estava irritada e era perigoso ela voar no pescoço da Ana Carolina.- Sam, deixa, eu vou ouvir o que ela tem a dizer, não quero que ela fique me cercando por aí. É melhor ouvir de uma vez e ficar livre desse encosto. – Falei pra Samantha.Ana Carolina não perdeu tempo, puxou a cadeira ao meu lado e se sentou.- Olha, Catarina, vou falar com você de mãe para mãe. – Ela começou e colocou a mão no peito. – Você sabe que é difícil criar um filho sozinha e eu sei que você está criando o seu porque nem sabe quem é o pai dele. – Eu já começava a me arrepender de ouvir aqu
“Alessandro”Eu não consigo acreditar no que eu fiz até agora. O que aconteceu comigo naquela maldita festa de despedida da Mari? Por que eu fui beber tanto assim? Eu nem me lembro de nada o que aconteceu. E agora fui atirado no inferno em companhia do Cérbero e não vejo como sair dessa merda.Eu passei uma semana inteira tentando resolver essa merda que é a Ana Carolina estar grávida, mas eles me pressionaram ao limite e a coisa não tem como ficar pior.- Alessandro? – Ouço o Patrício me chamar.- Aqui em cima! – Respondi de volta.Eu estava na cobertura do meu apartamento, olhando para a cidade aos meus pés, pedindo a deus que fizesse um milagre e que isso tudo acabasse. Pensando nessa merda toda em que eu estou metido até o pescoço.- Irmão! Como você está? O que aconteceu de tão urgente? – Patrício estava aflito. Quando liguei pra ele estava chorando como um bebê e pedi para ele vir o mais rápido possível e trazer os caras.- Eu tô na merda, cara! – Falei enquanto cumprimentava me
Os dias tem se arrastado, eu me afundei no trabalho e todo o meu tempo livre estava passando com meu filho e minhas amigas. Eu estava dormindo mal, tinha olheiras que já estavam pretas sob os olhos.Quando cheguei a minha sala para trabalhar, tinha um novo arranjo de tulipas sobre a messinha e um cartão com a caligrafia do Alessandro que dizia:“Eu morreria por você e estou enlouquecendo sem você. Faria qualquer coisa para que você não sofresse.”Olhei para o lado e sobre a outra mesinha havia outro arranjo de flores também com um cartão. Mas era um arranjo estranho, quase meio mórbido, com flores que eu sempre via em velórios. Achei estranho e senti um calafrio, aquilo não parecia ser coisa do Alessandro. Peguei o cartão e abri, dentro havia uma mensagem digitada:“Você deveria voltar para o esgoto de onde saiu. Alessandro e Ana Carolina se casam em trinta dias e serão muito felizes com o filho que ela espera. Ele só usou você.”Não consegui conter um soluço e desabei em lágrimas sob
“Alessandro”- Sam, como a Catarina está? – Perguntei parando de frente a mesa da minha secretária.- Mal! Péssima! Horrível! Mas dona Margarida fez um chá pra ela e ela se acalmou. Agora estou aqui com um monte de trabalho, mas como a deixei também cheia de trabalho pra fazer e não ouvi mais nenhum choro, não voltei a sala dela. – Samantha me respondeu.- Vou falar com ela, eu preciso que ela saiba porque eu vou fazer essa merda. – Falei e fui andando em direção a sala da Catarina.- Alessandro, não perturba minha amiga de novo. Não sei se essa merda tem justificativa. – Samantha me advertiu.- Desculpe, mas eu preciso falar com ela. – Me virei e entrei na sala.Quando olhei, Catarina estava com a cabeça abaixada sobre a mesa e de olhos fechados. Me aproximei e a chamei baixinho mas ela não respondeu. Insisti e nada. A peguei no colo, ela estava totalmente apagada, abri a porta da sala do Patrício que estava em sua mesa e só levantou os olhos pra mim como que perguntando o que estava