“Ricardo”Tinha sido um ótimo final de semana, a Ana e eu tivemos tempo de conversar e fazer planos para a semana. Os meus pais estavam para chegar e isso a deixou ansiosa e preocupada, ela tinha medo que eles a reprovassem e eu tentei acalmá-la dizendo que eu duvidava muito, mas que de qualquer forma nada mudaria entre nós. Como ela já estava bastante nervosa, eu preferi não contar a ela sobre as coisas que o Alencar havia me contado, eu falaria com ela depois que meus pais chegassem e ela estivesse mais calma.- Coração, tem certeza de que eu não vou te atrapalhar? – Era a terceira vez que ela perguntava isso desde que chegamos ao escritório.- Não, moça bonita, você não vai me atrapalhar. Você vai me ajudar um pouco e depois nós vamos buscar os meus pais no aeroporto. – Eu tentei acalmá-la.- Pelo visto nós temos uma ajudante especial hoje? – O Alencar chegou e sorriu para a Anabel.- Alencar, essa moça bonita é a minha namorada Anabel, ela vai passar o dia por aqui conosco. Ana, e
“Ricardo”A Anabel estava tão nervosa, eu sabia que ela estava preocupada com a reação dos meus pais, mas eu sabia que eles a acolheriam, apesar das diferenças com o pai dela. Meus pais eram exigentes e às vezes queriam que vivêssemos à maneira deles, mas eram pais amorosos e que não ultrapassavam os limites, quase sempre. E quando a minha mãe abraçou a Anabel, foi totalmente inesperado para ela e eu tive certeza que eles estavam acolhendo a minha namorada.- Obrigada, senhora. É um prazer conhecê-la. – A Anabel retribuiu o seu abraço e pareceu confortável nele. Minha mãe era calorosa e afetuosa, teve seis filhos e sempre recebeu com carinhos os nossos amigos e até os agregados, à exceção da Taís, as duas sempre tiveram uma relação conturbada.- Não me chame de senhora, é Elvira. – Ela segurou as mãos da Anabel e a olhou parecendo emocionada. – Eu tenho que te agradecer por tirar o meu filho daquela tristeza em que ele estava.- Mãe. – Eu a alertei. Não acreditava que minha mãe ia com
“Anabel”Eu estava quase sufocando ali enquanto ouvia aquela história ser contada. Eram tantas maldades contra tantas pessoas e eu simplesmente não tinha explicação para o que o meu pai fazia. Se ele não tivesse se metido, a minha mãe teria se casado com um bom homem e provavelmente teria sido feliz e provavelmente ainda estaria viva. Talvez o Don e eu nem existíssemos, mas ela estaria viva.Minha cabeça ainda dava voltas assimilando toda aquela história e o silêncio pairava entre nós, até que a Melissa o quebrou, ela foi a primeira a proferir uma palavra.- Mas... – Ela tinha algo a dizer, mas o pensamento dela ficou incompleto. – Não, seria muito... – Ela respirou e pensou. – Mas, ô Alencar, você disse que soube que a Antônia engravidou logo depois que vocês se encontraram e que o Leonel descobriu esse encontro... então, será que... não, bobagem, deixa isso pra lá. – A Melissa desconversou, mas o Donaldo parecia ter sido o único que entendeu o que ela estava dizendo.- Eu acho que e
“Ricardo”A Melissa tinha um timing perfeito para soltar suas pérolas. Claro que ela tinha razão, era incompreensível que o Leonel, sendo o homem perverso e mal intencionado que nós estávamos descobrindo, não enxergasse que a esposa o traía descaradamente.- Pelo visto você já está sabendo de alguma coisa, Mel. – Eu comentei e ela sorriu.- Eu estou sabendo de muita coisa, Rick! – Eu não sabia explicar nem como e nem onde ela conseguia descobrir as coisas. – Don, cadê o seu investigador?- Já deve estar chegando, Melissa. – O Don olhou o relógio de pulso antes de responder.- Estou aqui, Donaldo. – Um homem de estatura mais baixa, magro e usando óculos de grau entrou na sala.- Agostinho Rezende, o investigador. – O Donaldo o apresentou e não perdeu tempo. – O que você tem pra mim, Agostinho?- Aqui. – O homem entregou uma pasta ao Don. – Fotos e vídeos da mulher e do rapaz juntos, na imobiliária e no apartamento dele. Ele se mudou hoje e a mulher foi visitá-lo, eu estava de campana q
“Anabel”Eu olhava para a Melissa, mas estava pensando em quantas coisas aconteceram na minha vida e que eu achava que eram coincidências, mas pelo visto não eram.Quando a Ilana foi morar em minha casa ela inventou que eu estava saindo à noite às escondidas, pela janela do meu quarto, mas eu nunca havia saído. No entanto, ela fez o meu pai acreditar. Eu levei uma surra e fiquei de castigo.No dia seguinte ela se machucou e inventou que eu havia batido nela porque ela havia contado que eu fugia e a mãe dela fez o meu pai me tirar do meu quarto e colocar a Ilana lá. O meu quarto se tornou o quarto dela. E a Irina ainda convenceu o meu pai que eu deveria ser castigada por me comportar mal e deveria ser colocada no quarto do sótão, que nem era um quarto e não tinha janela. Era só um ambiente frio e sem mobília na casa, que parecia ficar em outra realidade. A Ilana sempre inventava coisas contra mim, se machucava e falava que eu tinha batido nela, arrancava as cabeças daquela coleção de
“Anabel”Todos nós olhávamos para o advogado em expectativa. Todos entendiam que tirar o sobrenome do Leonel seria um golpe duríssimo para ele, mas despertaria uma fera louca. Contudo, eu concordava com o meu irmão, precisava ser feito. Mas será que conseguiríamos?- Posso garantir que conseguiremos. – O Dr. Romeu era muito confiante. – Agora os papéis que você me pediu. Aqui, esses são os que tratam da transferência de ações. A Anabel transfere três por cento do que ela tem pra você. É só assinar e eu levo no cartório e faço todos os trâmites. Amanhã mesmo você entra na empresa como acionista majoritário.- Excelente! – Eu me apressei. – Onde eu assino?- Você precisa ler, moça! – O advogado me advertiu.- Eu confio em vocês. – Respondi.- Nunca confie quando precisar assinar um papel, ainda que seja um guardanapo sujo. Sempre leia, Anabel. – O advogado me alertou e ele tinha razão, eu precisava ser mais cuidadosa.Ele me entregou os papéis e eu comecei a ler. Era tudo bem simples e
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque