“Patrício”Lisandra me olhava sem entender, mas foi realmente engraçado. Ela se assustou tanto que me derrubou. Ela sempre foi um pouco desastrada e quando ficava nervosa era ainda pior.- Meu doce, você é linda demais, mas é meio desastrada! – Eu falei vendo a incompreensão dela e depois elevei a voz para responder ao meu amigo. – Alê, está tudo bem, me dá só um minuto.- Ô, rapaz, não me diga que eu interrompi de novo? – Alessandro gritou da porta e eu voltei a rir. Me lembrei das muitas vezes que ele e a Catarina estavam em situação bem semelhante a minha agora e eu os interrompi.- Quem é o empata foda agora? – O respondi me levantando e pegando a minha camisa do chão. Eu ainda ouvi a gargalhada do Alessandro.- Só pra você saber, a Melissa está a caminho! – Alessandro avisou, me fazendo rir mais enquanto eu ajeitava a saia da Lisandra no lugar e a ajudava a se sentar. Ela me observava como se a minha conversa com o Alessandro fosse um grande absurdo. E seria, se ele não fosse o m
“Lisandra”Quando voltamos do almoço eu finalmente me sentei a minha mesa para trabalhar. Foi só então que notei sobre ela uma sacola de papel de uma loja de doces muito fina. O cartão estava preso no laço de fita que adornava a sacola. Abri e fiquei emocionada, nele estava escrito:“Eu não sei se eu tenho resposta para todas as perguntas, mas eu quero me desculpar por cada vez que te magoei. Eu ainda não sei o que você está fazendo comigo, mas você me encanta, me fascina e me faz querer estar com você. Eu juro que tentei fugir disso, mas eu não consigo mais ficar longe de você. Por favor, deixa eu me explicar, deixa eu me desculpar. Patrício Guzman.”As palavras dele naquele cartão significavam muito. Eu não sabia quando ele teve tempo para providenciar isso, mas o cartão estava datado do dia anterior. Abri a sacola e dentro havia uma caixa de turrones, meu doce preferido. Ele teve o trabalho de consegui-los e eu estava encantada olhando para a caixa. Mas antes de ir lhe agradecer eu
“Patrício”Eu sabia que os irmãos Moreno seriam a parte difícil nessa situação com a Lisandra, mas eu não esperava por um escândalo, tampouco queria que eles descobrissem assim. Eu reuni toda a minha calma e agi como um homem preparado, racional e inteligente.- Podemos conversar como pessoas civilizadas, Raul? – Eu o encarei, mas continuei abraçado a Lisandra, ela parecia assustada com a entrada abrupta do irmão.- Pessoas civilizadas, Patrício? Você estava prestes a profanar a minha irmãzinha em cima da sua mesa de trabalho!- Não seja ridículo, Raul! Eu não estava profanando nada! A Lisandra e eu estamos namorando. – Eu falei com segurança e percebi que a Lisandra deu um pequeno sorriso.- Namorando? Mas que absurdo é esse? Ela é uma criança e vocês são quase irmãos! – O Raul chegava a ser cômico, sempre tratou a Lisandra como um bebê.- Minha nossa, Raul! A criança aqui tem vinte e sete anos, isso são quase trinta, meu amigo. E para minha alegria, eu nunca considerei a Lisandra co
“Lisandra”Quando o meu irmão entrou na sala eu sabia que ele ia gritar e espernear, mas não passaria disso, pois o Raul não era estressado como o Flávio, que partiria para cima do Patrício sem se lembrar que eram amigos. E foi exatamente o que aconteceu, ele fez um dramalhão, mas se convenceu de que eu estava feliz e já estava sorrindo.- Irmãzinha, me desculpe o jeito que eu falei com você, é que eu fiquei muito surpreso. – Meus irmãos eram protetores e me tratavam como se eu fosse uma criança que precisasse ser protegida, e quando brigavam comigo logo se sentiam mal e estavam se desculpando.- Eu te desculpo, mas só porque hoje eu estou generosa! – Eu sorri e ele me abraçou.- Cunhado, bem vindo a família! Cuida dela, e tenta manter as suas calças na cintura! – Ele estendeu a mão para o Patrício.- Hipócrita! – O Patrício riu e o abraçou. – Eu cuido dela. – Eu achei tão lindo, queria pular no colo do meu namorado e enchê-lo de beijos.- Eu já vou indo! – O Raul se despediu do Patrí
“Lisandra”O Alessandro tocou num ponto muito sensível para o Patrício e eu sabia disso, imediatamente ele ficou tenso e é claro que eu percebi, mesmo que ele tenha tentado disfarçar no segundo seguinte com um sorriso. Isso poderia fazer um estrago no meu recém namoro, mas eu não permitiria que as coisas degringolassem assim, eu não ia deixar o clima entre nós esfriar por causa de algo com o qual eu podia lidar no momento. Eu decidi ser inteligente e tirá-lo do desconforto. E além do mais, eu precisava ter confiança no meu propósito de conquistá-lo.- Cariño, nós podemos jantar com eles e sair mais cedo, mas nós temos que ir para o meu apartamento, você já tinha deixado algumas coisas lá, seria mais prático. – Falei sem deixar transparecer que eu percebi o seu incômodo e ele relaxou imediatamente.- Tem razão, seria mais prático. Mas não seria o mais honesto. Vem cá. – Ele suspirou e me puxou para os seus braços. – Eu mandei reformar a casa inteira, você sabe porque. Eu ainda não me s
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque
Na segunda, na hora do almoço, encontrei a Mel e ela me entregou uma sacolinha de uma loja chique. Olhei pra ela sem entender.- Minha mãe mandou eu te entregar. Ela disse que ele é perfeito para você e não combina com ela. – A Mel falou com um grande sorriso.Abri a sacolinha e lá dentro estava o perfume que eu usei para ir ao baile. Eu abri um grande sorriso. Eu amei aquele perfume e ele era parte da melhor noite da minha vida. Só esperava que a minha melhor noite não tivesse me deixado uma doença sexualmente transmissível de lembrança. Com esse pensamento agradeci a Mel e mais tarde ligaria para a mãe dela, então falei pra Mel que queria ligar para o laboratório e marcar os exames.Liguei para o laboratório e fui informada que precisaria apresentar um pedido médico para fazer os exames pelo plano de saúde. Graças a Deus a empresa pagava plano de saúde para os funcionários, porque se não, não sei o que faria, meu salário não era alto e o pouco que sobrava depois de cobrir as despesa