“Lisandra”O dia no escritório se arrastou e eu não tive nenhuma notícia do Patrício. Eu sentia falta dele, queria saber se ele estava bem e queria acabar logo com essa angústia que eu estava sentindo, ainda que fosse para ele terminar comigo, eu preferia que fosse logo, pois ficar assim sem notícia nenhuma era pior.- Lisa! – Manu entrou em minha sala, ela parecia ansiosa.- Oi, cunhadinha. – Respondi enquanto enviava mais um e-mail.- Será que você pode me dar uma carona? O Flávio vai se atrasar na delegacia. – Manu pediu e eu a encarei.- Claro, eu te levo! Bom que a gente conversa um pouco. – Analisei o seu rosto e ela realmente parecia ansiosa. – Está tudo bem, Manu?- Está, claro que está! Por que?- Sei lá, você parece ansiosa.- Ah, devem ser esses hormônios que eu estou tomando para tentar engravidar, me deixam louca. – Manu estava fazendo um tratamento para engravidar, mas só a Melissa e eu sabíamos. Ela queria surpreender meu irmão e eu achava isso muito lindo.- É, deve se
“Patrício”Depois que a Lisandra chegou, foi como se as coisas se acomodassem. Eu percebi que ela estava entrando numa espiral de ansiedade e eu precisava acalmá-la e foi o que fiz. Fui até ela e a deixei saber que estava tudo bem. Ela não fez nenhuma reclamação, nenhuma exigência, não pediu nenhuma explicação para o meu comportamento deplorável dessa manhã. Apenas me fez uma única pergunta e foi como se ela soubesse de tudo, de todos os meus medos, todos os meus anseios. Deus, não era possível uma mulher ser mais perfeita!Sim, o que eu procurava estava bem na minha frente. Foi por ela que eu procurei a vida inteira, era ela o que eu queria da vida, era ela a mulher com quem eu queria dividir a vida.Eu a mantive dentro do meu abraço e senti que aos poucos ela foi relaxando. Todos nos observavam, embora as conversas continuassem na sala, enquanto estávamos ali de pé apenas nos reconectando. E eu fiquei abraçado a ela e ela a mim até que o Romano avisou que o jantar estava servido.O
“Lisandra”Eu achei tão estranho a tia Lucinda sair da mesa assim que o Patrício se levantou que só podia estar acontecendo alguma coisa e eu fiquei inquieta, mas o jeito que a Melissa observou a situação, era como se ela tivesse percebido algo que eu não vi. Então eu ouvi a voz do Patrício, alta, irada, e uma frase que gelou os meus ossos. “Não me chama de bombom”, foi o que ele disse. Eu me lembrei do dia em sua sala que ele me disse que não gostava de bombons. Isso significava alguma coisa e alguma coisa que eu não queria descobrir, mas precisava.Eu saí da mesa num impulso, nem me preocupei em pedir licença e tampouco dei atenção à minha mãe que ficou me chamando como se me repreendesse. Cheguei à sala e vi aquelas duas mulheres ali, eu não as conhecia, mas as ruiva, ah, essa eu tinha uma boa idéia de quem era. E eu ainda a ouvi dizer que ele a amava e que eles poderiam continuar de onde pararam.Eu senti uma dor lancinante, como se uma navalha cortasse a minha carne, e quando eu
“Patrício”Eu não ia deixar a Lisandra ir embora, ela não! Eu faria exatamente o que ela disse, afinal eu realmente não queria a Virgínia, nem na minha casa e nem na minha vida.- Virgínia, sai da minha casa. Eu não te amo, Virgínia, o que tinha entre nós acabou! Agora sai daqui, você e a sua amiga. – Ergui os meus olhos para ela, sem soltar a Lisandra, eu não arriscaria soltá-la, ela poderia sair dali.- Patrício, nós precisamos conversar. Você me deve pelo menos isso! – A Virgínia estava de brincadeira? Era muita falta de noção!- Eu não te devo nada! Agora sai daqui! – Falei com ainda mais segurança.- O que é isso, Patrício? Você não tem nenhuma consideração? Me escuta, pelo que vivemos juntos. – A Virgínia havia perdido completamente a razão, não é possível que ela pensasse que eu voltaria para ela.- Mel, por favor, não deixa a Lisandra ir embora. – Olhei para a Melissa e ela concordou.- Vai lá e faz o que precisa fazer, palerma! – Melissa concordou e eu soltei a Lisandra.- Ri
“Lisandra”Enquanto o Patrício levava aquela ruiva para fora, o nervosismo tomou conta de mim. Ele poderia mudar de idéia e perceber que não a queria fora da vida dele. Eu comecei a tremer e a Melissa percebeu. Ela me abraçou e me levou para o sofá, no caminho pediu ao Romano que me trouxesse um copo de água com açúcar. Ela me fez sentar e se sentou ao meu lado e depois me entregou o copo que o Romano trouxe.- Bebe, Lisa, vai ajudar você a se acalmar. – Ela falava com calma. Eu não entendi como água com açúcar me acalmaria, mas eu bebi mesmo assim. – Lisa, me escuta, ele é seu! Para de sofrer!Eu a olhei grata por suas palavras e rezando para que ele realmente fosse meu. Meus lábios tremiam e ela insistia para que eu bebesse a água. Mas o Patrício se aproximou e se ajoelhou ali em minha frente e ele me garantiu que não queria a ex namorada. Então, foram todos embora.Estávamos apenas o Patrício e eu na casa dele e ele me disse que tinha uma surpresa pra mim. Eu estava querendo abraça
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque
Na segunda, na hora do almoço, encontrei a Mel e ela me entregou uma sacolinha de uma loja chique. Olhei pra ela sem entender.- Minha mãe mandou eu te entregar. Ela disse que ele é perfeito para você e não combina com ela. – A Mel falou com um grande sorriso.Abri a sacolinha e lá dentro estava o perfume que eu usei para ir ao baile. Eu abri um grande sorriso. Eu amei aquele perfume e ele era parte da melhor noite da minha vida. Só esperava que a minha melhor noite não tivesse me deixado uma doença sexualmente transmissível de lembrança. Com esse pensamento agradeci a Mel e mais tarde ligaria para a mãe dela, então falei pra Mel que queria ligar para o laboratório e marcar os exames.Liguei para o laboratório e fui informada que precisaria apresentar um pedido médico para fazer os exames pelo plano de saúde. Graças a Deus a empresa pagava plano de saúde para os funcionários, porque se não, não sei o que faria, meu salário não era alto e o pouco que sobrava depois de cobrir as despesa