“Manuela”- Vocês têm mesmo que ir? – Perguntei ao meu irmão que havia acabado de colocar a mala no carro.- Temos, Manu, mas nós vamos vir mais vezes te ver. – Meu irmão me abraçou muito apertado.- Diz para o papai que eu estou bem, para ele não se preocupar. – Me despedi do meu irmão e da minha cunhada e fiquei olhando o carro se afastar.- Baixinha, eu estou preocupado, aquela mulher não vai desistir. Ela não pode entrar no prédio, mas na faculdade não tem como impedir. – Flávio estava com o braço em minha cintura, desde sábado ele repetia a mesma coisa e eu sabia que ele tinha razão, mas eu não via como evitar.- Eu sei que ela não vai desistir, mas eu não sei o que fazer. – Falei enquanto caminhávamos para o carro, voltamos a rotina de ele me levar e me buscar em todos os lugares.- Você deveria fazer uma queixa contra ela e o Juliano. – Flávio estava insistindo que eu fosse à delegacia e denunciasse as agressões.- Flávio, ela é minha mãe. Não é nem pelo Juliano, ele é meu irmã
“Flávio”Cheguei a Campanário e fui direto pra empresa do meu pai, meu irmão já estava me esperando.- Me explica, Flávio, o que você está fazendo aqui hoje? – Raul perguntou curioso, pois eu não havia dito o motivo da minha visita.- Nosso pai esteve na minha casa no sábado. Foi falar com a Manuela. – Raul me olhou como se não acreditasse.- Mas a mamãe disse que ele tinha ido à cidade vizinha visitar um amigo. – Raul estava de olho no que nossos pais andavam aprontando e sempre me avisava quando achava algo importante.- Mas não foi. Pegou a Manu sozinha, eu estava de plantão. – Expliquei. O fato de a minha mãe ter mentido só me acendeu mais um sinal de alerta. – Mas pelo que ela falou ele só tentou convencê-la a ajudá-lo a me trazer de volta, como ele gosta de dizer. Parece que foi bem educado com ela.- Menos mal. Mas aí por isso você está aqui?- Vim deixar bem claro pra ele que não é pra mexer com ela. E também vim saber da situação da Lisa. Mamãe continua com aquela idéia tosca
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque
Na segunda, na hora do almoço, encontrei a Mel e ela me entregou uma sacolinha de uma loja chique. Olhei pra ela sem entender.- Minha mãe mandou eu te entregar. Ela disse que ele é perfeito para você e não combina com ela. – A Mel falou com um grande sorriso.Abri a sacolinha e lá dentro estava o perfume que eu usei para ir ao baile. Eu abri um grande sorriso. Eu amei aquele perfume e ele era parte da melhor noite da minha vida. Só esperava que a minha melhor noite não tivesse me deixado uma doença sexualmente transmissível de lembrança. Com esse pensamento agradeci a Mel e mais tarde ligaria para a mãe dela, então falei pra Mel que queria ligar para o laboratório e marcar os exames.Liguei para o laboratório e fui informada que precisaria apresentar um pedido médico para fazer os exames pelo plano de saúde. Graças a Deus a empresa pagava plano de saúde para os funcionários, porque se não, não sei o que faria, meu salário não era alto e o pouco que sobrava depois de cobrir as despesa
Quando eu me formei, Pedro já estava com dois anos. A essa altura ele já andava para todos os lados, sempre agarrado na vovó, que foi a primeira palavrinha que ele disse. Era um menino lindo, cabelinhos pretos bem lisinhos, pele clara, um nariz arrebitadinho e aqueles enormes olhos violeta que me faziam suspirar. Ele era o meu sol! E agora eu teria mais tempo pra ele.Após a formatura meu chefe me chamou para conversar, ele era um ótimo chefe, disse que estava muito feliz comigo na empresa, mas sabia que eu merecia chegar muito longe, então eu deveria procurar emprego na minha área, que ele compreenderia. Garantiu que meu emprego na construtora seria meu enquanto eu quisesse e que se eu saísse e não desse certo eu teria para onde voltar. Mas que eu deveria buscar algo na minha área de formação, para dar um futuro muito melhor para o meu filho. Eu fiquei muito emocionada com isso e aceitei o seu bom conselho.Contei pra Melissa e ela logo me disse que ia falar com o pai dela para que e
Me apresentei na empresa às oito da manhã. Fui muito bem recebida pela Sra. Mariana, que me apresentou todo mundo e todos foram gentis. O chefe não estava lá, estava viajando e chegaria no final da semana. O escritório era lindo, muito moderno, todo decorado em branco, aço inox e detalhes verdes, muito profissional e acolhedor ao mesmo tempo. Era elegante e eu gostei muito. Fiquei particularmente feliz por ter escolhido vestir um terno preto, com uma blusa de cetim verde escuro por baixo e saltos pretos. Eu deveria estar elegante todos os dias agora, afinal ia trabalhar direto com o presidente da empresa.No meio da manhã recebi uma mensagem da Mel dizendo que conseguiu marcar com a diretora da creche próxima ao nosso apartamento para a hora do almoço. Expliquei a situação a Sra. Mariana e perguntei se seria possível me liberar no horário, mas que eu estaria de volta a tempo.- Então você tem um filho. Qual a idade dele? – ela me perguntou com um sorriso.- Ele tem dois anos. É um gar
“Alessandro”No quarto do hotel em Nova York um pensamento se tornou insistente na mente de Alessandro Mellendez, como seria sua nova assessora.Aquela voz, parece ter ficado dentro da minha cabeça. Quando liguei para o escritório hoje só queria contar para a Mariana que tinha fechado o contrato que vim negociar aqui nos Estados Unidos, mas quando ouvi aquela voz, alguma coisa em mim se agitou completamente. Era uma voz tão melodiosa, tão tranqüila, não sei porque me irritei tanto.Agora eu estava aqui sentado no meu quarto de hotel, com um copo de whisky na mão, olhando o Central Park pela janela e pensando em como será a dona dessa voz. Isso tirou completamente o meu foco dos detalhes que eu precisava confirmar e eu fiquei puto demais por não saber o que dizer e estar com os pensamentos tão agitados. Acabei gritando como um descontrolado com a mulher do outro lado da linha. Acho que a assustei. Talvez ela nem estivesse lá mais quando eu voltasse e a Mariana iria acabar comigo, ela n