“Rita”Depois que me livrei do Juliano, olhei para aquele homem que queria falar comigo. Era um homem muito bonito e estava na cara que era muito rico, o que me surpreendeu, pois o namorado da Manuela disse que era só um delegado. O acompanhei até o bar do hotel e nos sentamos em uma mesa aos fundos.- Então, senhor César, o que o senhor quer? – Perguntei sem rodeios, se ele achava que ia me intimidar, estava muito enganado.- Senhora... – Ele me olhava e então percebi que não tinha dito o meu nome.- Rita! – Falei e esperei o que ele tinha a dizer.- Senhora Rita, eu tenho planos para o meu filho e acredito que a senhora também tenha planos para a sua filha. Por isso, eu preciso levar o meu filho pra casa, mas enquanto ele estiver namorando a sua filha, não irá. Acredito que juntos possamos resolver isso. – Ele explicou e eu entendi, ele não queria o filho dele com a Manuela, assim como eu não estava satisfeita com esse relacionamento.- Esse namoro está me causando muitos problemas
“Manuela”- Vocês têm mesmo que ir? – Perguntei ao meu irmão que havia acabado de colocar a mala no carro.- Temos, Manu, mas nós vamos vir mais vezes te ver. – Meu irmão me abraçou muito apertado.- Diz para o papai que eu estou bem, para ele não se preocupar. – Me despedi do meu irmão e da minha cunhada e fiquei olhando o carro se afastar.- Baixinha, eu estou preocupado, aquela mulher não vai desistir. Ela não pode entrar no prédio, mas na faculdade não tem como impedir. – Flávio estava com o braço em minha cintura, desde sábado ele repetia a mesma coisa e eu sabia que ele tinha razão, mas eu não via como evitar.- Eu sei que ela não vai desistir, mas eu não sei o que fazer. – Falei enquanto caminhávamos para o carro, voltamos a rotina de ele me levar e me buscar em todos os lugares.- Você deveria fazer uma queixa contra ela e o Juliano. – Flávio estava insistindo que eu fosse à delegacia e denunciasse as agressões.- Flávio, ela é minha mãe. Não é nem pelo Juliano, ele é meu irmã
“Flávio”Cheguei a Campanário e fui direto pra empresa do meu pai, meu irmão já estava me esperando.- Me explica, Flávio, o que você está fazendo aqui hoje? – Raul perguntou curioso, pois eu não havia dito o motivo da minha visita.- Nosso pai esteve na minha casa no sábado. Foi falar com a Manuela. – Raul me olhou como se não acreditasse.- Mas a mamãe disse que ele tinha ido à cidade vizinha visitar um amigo. – Raul estava de olho no que nossos pais andavam aprontando e sempre me avisava quando achava algo importante.- Mas não foi. Pegou a Manu sozinha, eu estava de plantão. – Expliquei. O fato de a minha mãe ter mentido só me acendeu mais um sinal de alerta. – Mas pelo que ela falou ele só tentou convencê-la a ajudá-lo a me trazer de volta, como ele gosta de dizer. Parece que foi bem educado com ela.- Menos mal. Mas aí por isso você está aqui?- Vim deixar bem claro pra ele que não é pra mexer com ela. E também vim saber da situação da Lisa. Mamãe continua com aquela idéia tosca
“Flávio”Minha mãe me encarava, nem sequer olhou para a Lisandra quando deu o seu ultimato. Lisandra estava parada no meio da escada para o segundo andar, com a expressão chocada.- Lisa, vai arrumar as suas coisas. Depois, quando nossa mãe estiver mais calma, nós resolvemos com ela. – Falei sem tirar os olhos da minha mãe.Uma hora depois eu saí da casa dos meus pais com meus irmãos. Minha mãe nem se despediu da filha, mas eu sabia que ela só estava pressionando a minha irmã. Minha mãe era especialista em chantagem emocional e sempre conseguia manipular a minha irmã.- Flávio, agora ela me odeia! O que eu vou fazer? – Lisandra estava chorosa no carro enquanto nos direcionávamos para o aeroporto.- Lisa, a mamãe não te odeia. Parece que você não a conhece. Ela é como uma criança birrenta e fala essas coisas para que todo mundo faça o que ela quer. Não vê como ela faz com o papai? – Tentei consolar a minha irmã.- Eu não entendo porque ela quer que eu case com aquele traste. – Lisandra
“Manuela”Mas olha a novidade, o Flávio apareceu na minha frente com uma mulher dependurada nele, mas ao invés de apresentar logo e me explicar que era a sua irmã, ficou me olhando com aquele sorrisinho debochado. Eu já estava pronta pra botar a moça pra correr, mas felizmente ela se adiantou e se apresentou.Lisandra era linda, alta, magra, com a cintura fina, cabelos pretos bem compridos e lisos e os olhos escuros como os do Flávio. Ela tinha cílios de boneca, o que realçava seu rosto. Tinha lábios grossos e a pele clara. Mas ela também era muito simpática e só tirou o sorriso do rosto quando o Flávio mencionou o Patrício, o que me fez pensar que os dois não deveriam se dar muito bem.- E onde estão os poderosos, Rick? – Flávio perguntou se referindo ao Patrício e ao Alessandro.- Patrício já foi, chegou aqui bem cedo hoje e saiu apressado mais cedo ainda. Mas o Alessandro... – Rick olhou para frente e vi o Alessandro saindo pela porta.- Estou aqui! Como vai, Flávio? Catarina anda
“Manuela”Saí da faculdade com o PH ao meu lado, ele não me deixou sozinha nem um momento mesmo. Quando chegamos ao lado de fora, o Flávio já estava me esperando fora do carro.- Oi, Baixinha! Senti sua falta. – Ele me puxou para um abraço. – Boa noite, Paulo Henrique.- Boa noite, delegado. – O PH respondeu meio sem jeito.- Cara, me chama de Flávio. Desculpe por aquele dia, mas acho que você pode me entender. – Flávio estava se desculpando com o meu amigo pela forma rude que o tratou quando se conheceram e eu achei isso fofo.- Não se preocupe, Flávio, eu entendo. E você está certo em ficar com ciúmes, a Manu é linda mesmo e muito especial. – PH sorriu pra mim. – Manu, te espero aqui na porta amanhã. – Nos despedimos do meu amigo e entramos no carro.- Baixinha, o que aconteceu? – Flávio perguntou tão logo ligou o carro.- O Sr. Cândido apareceu aqui. – Falei ainda processando aquela visita.- Quem? – Flávio ficou confuso.- O Sr. Cândido, pai do noivo que a minha mãe me arranjou. –
“Camilo”Depois da visita que fiz a minha irmã fiquei pensando em como conseguir a amostra da Rita para fazer o exame de DNA. O Flávio havia me explicado as formas de conseguir, por um fio de cabelo ou um copo que ela usasse. Então fiquei pensando em como conseguir.Cheguei a conclusão de o melhor seria ir ao covil do leão. Acordei cedo e fui para a casa da Rita, no horário que eu sabia que ela estaria na igreja, Eu nunca entendi porque ela vivia na igreja, se era uma pessoa tão má. Talvez ela só quisesse manter a pose de pessoa de bem para o resto da cidade.- Seu Camilo, bom dia. – A empregada me recebeu e estranhou a minha presença, depois que saí dessa casa, as poucas vezes que vim foi por causa da Manu, que não estava mais aqui felizmente.- Oi, Cida, sua patroa está? Quero falar com ela.- Ela foi à igreja. E o menino Juliano está dormindo.- Claro que está, aquele inútil. Vou esperar pela Rita, preciso falar com ela. – Falei e fui entrando e me sentei na sala.- Ela vai demorar
“Rita”O dia estava tão quente e eu cheguei da igreja exausta, precisando de um banho e um refresco. Era cansativo posar de esposa abandonada e ter que aceitar todos os conselhos e lamentos pelo meu marido ingrato que saiu de casa. Na verdade, quando cheguei e percebi que o Orlando havia saído de casa eu fiquei bem contente, já estava cansada dele, mas eu precisava manter o meu papel de esposa amorosa abandonada.- Cidaa! Cida! – Chamei a empregada, mas era uma lesa, sempre demorava a dar as caras.- Pois não, patroa. – Cida apareceu enxugando as mãos no avental.- Onde está o Juliano?- Dormindo, patroa.- Traz um refresco pra mim, eu estou com muito calor. – A empregada saiu da sala e voltou com a bandeja com o refresco. Ela estava me olhando desconfiada. – O que foi, Cida?- Patroa, o Seu Camilo esteve aqui mais cedo.- O que aquele infeliz veio fazer na minha casa? Você o deixou entrar, sua imprestável? – Eu já tinha proibido a entrada daquele insuportável na minha casa, e mesmo d