“Rita”Achei tão estranho me tirarem da cela hoje, quando o dia mal tinha amanhecido. Apareceram duas guardas e me tiraram e me trouxeram para essa celinha que fiquei logo que cheguei aqui. Eu até perguntei porque, mas elas não me responderam e se tem uma coisa que eu já aprendi aqui é que não dá para ficar perguntando, pois essas guardas são piores que eu. No meu primeiro dia de sol aqui elas me deram uns safanões que me deixaram com as costelas doloridas, só porque eu queria voltar pra cela, elas não deixaram e eu quis saber o porque, eu disse que elas estavam sendo autoritárias demais e que eram um bando de grosseironas, só isso já foi suficiente para elas surtarem, então eu tenho ficado bem quieta. Além do mais, a Gisele ficou muito estranha e aquela Ranca Tripa parece que saiu de um filme de terror, mas a que me deixa mais apavorada é a Chocolate, já acordei várias vezes com ela debruçada sobre a minha cama me olhando dormir, uma coisa muito esquisita. Então estou me comportando,
“Manuela”Ainda bem que o Dr. Molina era um amor de pessoa. Liguei para Mel e ela conseguiu que ele me encaixasse no horário do almoço. Claro que eu contei para ela para que era a consulta, a Mel era tipo uma irmã mais velha para mim, eu confiava nela e ela sempre me ajudava.- Meninas, cheguei! – Melissa apareceu no escritório uma hora antes da consulta, no exato momento em que eu pegava a minha bolsa para sair com a Lisa rumo ao hospital.- O que você está fazendo aqui, maluca? – Lisa perguntou sem entender.- E você acha mesmo que eu perderia isso? Mas nem morta! – Melissa sorriu pra mim. – Minha borboletinha está crescendo, eu fico tão emocionada! – Melissa falava comigo como uma mãe coruja, eu não pude deixar de rir.- Então vamos, garotas! – Saímos do escritório e fomos direto para o hospital.Chegamos até cedo para a consulta, mas quando o Dr. Molina abriu a porta do consultório ele já começou a rir.- Eu me pergunto porque a Sam e a Cat não estão aqui. – Ele nos cumprimentou c
“Manuela”Depois que consegui soltar a Olívia, passei a foto para a Lisa que olhou em choque para a Olívia.- Nããããooo! Isso é incrível! Olívia, você arrasou paris em chamas, minha filha! – Lisa nos fez rir.- Olha, Lisa, eu já arrasei em Paris em um desfile uma vez, mas não tinha nada de chamas. – Olívia brincou e sorriu. – Não, espera, se bem que teve sim, foi quando eu agarrei o Camilo... menina, Paris pegou fogo mesmo!Nós gargalhamos da Olívia, ela sempre contava sobre Paris, dizendo que foi lá que ela perdeu a paciência com o meu irmão e literalmente o agarrou, cansou de esperar e resolveu agarrá-lo para ele entender de vez o que ela queria com ele.- Anda, Manu, abre a caixa. Eu tive cuidado para preservá-lo. Quando o Flávio ligou dizendo que ia te pedir em casamento eu o busquei no meu depósito e levei ao ateliê de um amigo meu, para que ele visse se precisava de algum conserto. Mas ele me disse que está em perfeito estado. Ele apenas o higienizou e me entregou hoje. – Olívia
“Flávio”O meu turno na delegacia estava finalmente chegando ao fim. As duas últimas semanas haviam sido muito cansativas, pois eu estava me preparando para tirar alguns dias de férias para poder viajar com a baixinha, então estava correndo com algumas coisas e passando outras para o Bonfim. E foi justamente ele quem entrou em minha sala.- Como vai o noivo do ano? - Bonfim se sentou em minha frente.- Hum! Nem vem, meu delegado! Quando você vem até a minha sala é porque tem alguma bomba pra jogar no meu colo.- Ah! Eu detesto ser tão previsível! – Ele confirmou minhas suspeitas e eu o encarei.- Sei... vai, solta a bomba e destrói o meu bom humor!- Pior que dessa você não vai gostar mesmo. – Bonfim me encarou e respirou fundo. – O advogado conseguiu que o Cândido responda em liberdade pelo sequestro da Manu.- Como é que é? – Eu fiquei de pé e bati a mão na mesa.- Primário, bons antecedentes, residência fixa e conhecida, empresário com negócios no país, enfim, você conhece a cartil
“Manuela”O Flávio bem tentou me convencer a ligar para os nossos amigos e dizer que não iríamos às nossas despedidas de solteiros porque estávamos presos no elevador. Eu até fiquei tentada com a sua proposta, feita no meu ouvido, debaixo do chuveiro frio que parecia escaldante com as carícias que ele me fazia, mas não seria justo com os nossos amigos. Então, nós fomos para o Clube Social, mas ele prometeu que não me deixaria dormir naquela noite. E não deixou mesmo.No outro dia fomos para a fazenda, acompanhados por seus pais, seus irmãos e o Rick. Fomos recebidos na fazenda com muita alegria, meu pai, meu irmão e a Olívia já nos esperavam. Estava tudo lindo, dava para ver que a Olívia havia andado muito ocupada com a casa, mas o meu pai e o meu irmão também tiveram bastante trabalho. A casa havia sido pintada, assim como as cercas ao redor. O pátio estava completamente arrumado e os jardins em torno da casa nunca estiveram tão lindos.Depois que nos instalamos, Lisandra e eu decidi
“Manuela”As garotas me acordaram muito cedo, elas expulsaram o Flávio do quarto no dia anterior e dormiram comigo, fizeram um monte de tratamentos faciais, disseram que minha pele precisava estar descansada para o grande dia. Era tudo um exagero. Elas já haviam me arrastado para um salão na cidade vizinha onde tinham feito um monte de coisas, inclusive aquelas unhas francesinhas maravilhosas, mas ainda inventaram máscaras faciais para a noite e touca no cabelo.Eu mal tomei o café da manhã e as meninas já começaram a me preparar como se eu fosse uma boneca. Tomei um banho e quando voltei ao quarto já havia uma maquiadora e uma cabeleireira a minha espera, elas fizeram um trabalho perfeito, uma maquiagem leve e um coque baixo de noiva no meu cabelo.- O que acham? – Me virei para as garotas, ainda de roupão, mas apontando para o meu rosto.- Manu, você é uma boneca! – Catarina colocou as mãos no peito. Elas também já estavam maquiadas e penteadas, mas as únicas que estavam prontas era
“Flávio”Eu estava pronto para me casar! Estava de pé em frente ao espelho, vendo a minha imagem ali refletida, um terno bege claro, camisa branca e sem gravata. Estava mais nervoso do que imaginei que ficaria e muito ansioso para ver a baixinha vestida de noiva.- Mas olha só que elegante! Como está o noivo do ano? – Patrício entrou no quarto sorridente como sempre.- Menos estressado desde que você e a Lisandra resolveram fingir que se suportam. – Encarei o meu amigo. Dois dias atrás eu precisei chamar a atenção dele e da minha irmã, pois eles estavam se comportando como duas crianças birrentas e a baixinha estava ficando muito chateada com isso.- A culpa não foi minha! – Patrício logo se defendeu.- Não se faça de santo! Eu não entendo, sabe, você é o cara mais gente boa que eu conheço, como não consegue se dar bem com a minha irmã?- Sua irmã é que não consegue se dar bem comigo. – Patrício riu. – Mas nós demos uma trégua, por você e pela Manuzinha.- Então não deixa a Lisa comer
“Manuela”Eu estava ali, ancorada no braço do meu pai, aos pés do altar, quando o Flávio se aproximou com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos. Meu pai o cumprimentou com um grande sorriso.- Eu não estou te entregando a minha filha, Flávio, eu estou recebendo você como filho! Mas eu te dou a missão de fazê-la feliz e eu sei que você cuidará dela. Assim como eu também sei que ela cuidará de você. – Meu pai deu um beijo em minha mão e a colocou na mão do Flávio, que me olhou com adoração e deu um beijo em minha testa.- Você é a visão de um anjo, minha baixinha! – Eu estava tão emocionada que não tive palavras. – Eu cuidarei dela, Sr. Orlando, e viverei para fazê-la feliz!Meu pai foi se sentar e nós fomos em direção ao altar. O padre Floriano, que eu conhecia a vida toda, sorriu pra mim e celebrou o meu casamento, mas havia algo muito especial naquela celebração, ela foi diferente de todos os casamentos que eu já o havia assistido celebrar. Ele fez uma cerimônia cheia de emoção