“Flávio”Eu ia começar a falar, mas fui interrompido pela minha mãe.- Só um momento, Flávio. – Ela olhou para a Lisandra. – Lisandra, eu tenho muitos defeitos, mas eu não sou um monstro como aquela Rita! Eu estava disposta a insistir no seu casamento com o Guilherme, mas não a qualquer custo.- Será que não, mãe? Meu pai disse que você me trancaria no quarto. – Lisandra também estava magoada e eu ainda não havia me dado conta.- Eu pensei nisso sim, mas não fiz. E não vou fazer. Mas eu quero que você saiba de uma coisa, quando eu decidi vir te procurar hoje eu já havia tomado uma decisão. E depois de conversar com a Manu no hospital, antes mesmo de saber quem ela era, eu tive certeza do que eu tinha que fazer. Então, antes que o seu irmão conte o que ele descobriu, eu quero que você saiba que eu não vou mais insistir que você se case com o Guilherme. E também não vou me meter nas suas escolhas, se você quiser voltar pra casa, eu vou te receber de braços abertos, mas se você decidir q
“Flávio”Fiquei um tempo com a minha baixinha em meus braços, em completo silêncio, apenas a sentindo junto a mim. Mas ela precisava descansar e eu também.- Vamos pra cama, baixinha, amanhã é feriado, mas você tem um batalhão de hospedes para entreter. – Ela sorriu e me encarou.- Acho que precisamos de uma casa maior. – Ela sugeriu com um sorriso encantador.Eu a observei com cuidado, aquela sugestão significava que ela iria querer ter a família por perto. Mas significava que ela estava mesmo disposta a um futuro comigo.- Você quer uma casa maior? – Perguntei cauteloso e ela fez que sim.- Olha, temos os seus pais e os seus irmãos e o meu pai e o meu irmão, imagina quando reunirmos todos? Eu gostaria muito de ter almoços de domingo em família, como a Hebe, irmã do Heitor faz. Gostaria de reunir os amigos, como a Cat e o Alessandro. E gostaria de ter filhos um dia, como a Sam e o Heitor.- Filhos? Como a Sam e o Heitor e a Cat e o Alessandro? – Ela acendeu uma esperança em meu coraç
“Flávio”A Manu estava conquistando os Moreno um a um, com uma velocidade impressionante. Minha mãe estava totalmente encantada por ela e o meu pai a via de uma forma diferente agora, a forma como ele a olhava era diferente. Por mais que eu tivesse ficado chateado, eu não poderia negar que ter o apoio deles era muito melhor do que virar as costas. Eu já havia deixado claro que não aceitaria que continuassem tentando interferir, não permitiria que a ofendessem ou magoassem, e eles pareciam ter entendido a mensagem.- Bom, já que é assim, eu gostaria de dizer que eu pensei em tudo o que conversamos ontem. – Todos se viraram para mim. Ao meu lado, minha baixinha sorriu. – Eu estou sepultado o assunto, sepultando as nossas brigas e desavenças e derrubando o que você chamou de muro que eu construí entre nós, pai. Agora vocês já sabem que ela é a razão da minha vida e que eu não vou permitir que ninguém a magoe ou tente afastá-la de mim. Espero que vocês entendam que a Manu é a minha felici
“Manuela”A família do Flávio se despediu de nós no início da noite. O dia tinha transcorrido agradável e tranquilo. Depois do café da manhã, decidimos passar o dia no Clube Social e a Dona Inês fez questão de ligar para o Rick para que ele nos encontrasse lá. Mas havia algo estranho.O Flávio estava pelos cantos, falando baixo com os irmãos, a cunhada e o Rick. Estavam todos estranhos, como se fizessem segredo sobre alguma coisa. E foi assim durante todo o dia. Eu esperei que ele me contasse o que estava havendo, mas ele não falou nada. Então eu perguntei e ele me disse que estavam comentando sobre a mudança dos pais dele apenas e que o Raul estava contando sobre como eles estavam diferentes já há muitos dias.Eu não acreditei muito, mas o Flávio foi habilidoso em me fazer deixar o assunto de lado, veio cheio de carinho, deu um beijinho aqui, outro ali e me fez esquecer completamente o assunto me mantendo ocupada boa parte da noite. Felizmente o dia no escritório estava tranquilo, po
“Manuela”A casa era linda, dois andares, fachada com pilares de pedra e muito vidro, telhado colonial e uma pintura em um tom de bege mais escuro que era lindo. Ela estava toda iluminada.- Vamos? – Ele abriu a porta do carro pra mim. Eu estava tão encantada com a casa que nem o vi sair do carro.- Quem mora aqui? – A casa ficava na rua de trás da casa do Patrício, portanto, das outras vezes em que estive aqui eu não a tinha visto.- Não é quem mora, é quem vai morar, mas isso só depende de você. – Flávio sorriu pra mim, eu estava confusa e ele pareceu ter percebido. – Você disse que precisávamos de uma casa maior. – Ele deu de ombros.- Sim, uma casa maior, não uma casa gigante. – Eu não conseguia tirar os olhos da casa. Eu não conseguia esconder o meu encantamento.- Você não quer nem ver? – Ele pareceu meio decepcionado.- É claro que eu quero ver, só não esperava por isso. – Eu sorri. Aquela casa era linda demais e eu estava com medo de gostar demais dela.Passamos por cada cômod
Cheguei em casa depois de um dia puxado e meus pais estavam me esperando na sala. - Catarina, senta aí que precisamos conversar. – Meu pai falou e parecia bem nervoso. - Pode falar, pai, o que aconteceu? – Perguntei ao meu pai cansada, eu tinha trabalhado o dia todo, ido pra faculdade à noite e, ao chegar em casa, a única coisa que eu queria era tomar um banho e cair na cama. Mas não foi possível. - Catarina, chegou o convite de casamento da sua prima. – Minha mãe falou. - Aquela mulherzinha não é minha prima! – Falei já ficando nervosa. - Catarina, ela é a sua prima. – Minha mãe falou. – É melhor você parar com esse ataque de infantilidade. A Melissa já bateu nela e fez um escândalo aqui em casa. Agora chega! Ela é filha da minha irmã, portanto é sua prima. - Me desculpa, mãe, mas ela não é nada pra mim. – Tentei manter a calma. – Ela ficou com o meu namorado na minha cama, isso não é coisa que se faça. Eu namorava o Cláudio há quatro anos, ele foi meu primeiro namorado, e o en
Não teve jeito, minha amiga me arrastou para o baile. Logo que entramos a Mel nos arrastou para o bar e falou no meu ouvido: - A festa é open bar, então hoje você vai beber para afogar de vez a tristeza! –A Mel me entregou dois shots de tequila e com mais dois em suas mãos me falou: - Vamos virar! – viramos a tequila e o Fernando já entregava uma taça de cosmopolitan para cada uma. Melissa me arrastou para a pista de dança e até que eu estava me divertindo. Começou uma música lenta e o Nando e a Mel começaram a dançar agarradinhos, aproveitei a deixa e me encaminhei para o buffet, mas não consegui chegar, senti uma mão puxando a minha e quando olhei para trás havia um homem com uma máscara preta sorrindo pra mim, e que sorriso! Ele beijou minha mão e me puxou para perto dizendo no meu ouvido com uma voz rouca: - A mulher mais linda do salão não vai me negar uma dança, vai? - E por que não? Vamos dançar. – Sorri pra ele. Era impossível resistir aquela voz rouca sedutora e aque
Na segunda, na hora do almoço, encontrei a Mel e ela me entregou uma sacolinha de uma loja chique. Olhei pra ela sem entender.- Minha mãe mandou eu te entregar. Ela disse que ele é perfeito para você e não combina com ela. – A Mel falou com um grande sorriso.Abri a sacolinha e lá dentro estava o perfume que eu usei para ir ao baile. Eu abri um grande sorriso. Eu amei aquele perfume e ele era parte da melhor noite da minha vida. Só esperava que a minha melhor noite não tivesse me deixado uma doença sexualmente transmissível de lembrança. Com esse pensamento agradeci a Mel e mais tarde ligaria para a mãe dela, então falei pra Mel que queria ligar para o laboratório e marcar os exames.Liguei para o laboratório e fui informada que precisaria apresentar um pedido médico para fazer os exames pelo plano de saúde. Graças a Deus a empresa pagava plano de saúde para os funcionários, porque se não, não sei o que faria, meu salário não era alto e o pouco que sobrava depois de cobrir as despesa