“Flávio”A Manu estava conquistando os Moreno um a um, com uma velocidade impressionante. Minha mãe estava totalmente encantada por ela e o meu pai a via de uma forma diferente agora, a forma como ele a olhava era diferente. Por mais que eu tivesse ficado chateado, eu não poderia negar que ter o apoio deles era muito melhor do que virar as costas. Eu já havia deixado claro que não aceitaria que continuassem tentando interferir, não permitiria que a ofendessem ou magoassem, e eles pareciam ter entendido a mensagem.- Bom, já que é assim, eu gostaria de dizer que eu pensei em tudo o que conversamos ontem. – Todos se viraram para mim. Ao meu lado, minha baixinha sorriu. – Eu estou sepultado o assunto, sepultando as nossas brigas e desavenças e derrubando o que você chamou de muro que eu construí entre nós, pai. Agora vocês já sabem que ela é a razão da minha vida e que eu não vou permitir que ninguém a magoe ou tente afastá-la de mim. Espero que vocês entendam que a Manu é a minha felici
“Manuela”A família do Flávio se despediu de nós no início da noite. O dia tinha transcorrido agradável e tranquilo. Depois do café da manhã, decidimos passar o dia no Clube Social e a Dona Inês fez questão de ligar para o Rick para que ele nos encontrasse lá. Mas havia algo estranho.O Flávio estava pelos cantos, falando baixo com os irmãos, a cunhada e o Rick. Estavam todos estranhos, como se fizessem segredo sobre alguma coisa. E foi assim durante todo o dia. Eu esperei que ele me contasse o que estava havendo, mas ele não falou nada. Então eu perguntei e ele me disse que estavam comentando sobre a mudança dos pais dele apenas e que o Raul estava contando sobre como eles estavam diferentes já há muitos dias.Eu não acreditei muito, mas o Flávio foi habilidoso em me fazer deixar o assunto de lado, veio cheio de carinho, deu um beijinho aqui, outro ali e me fez esquecer completamente o assunto me mantendo ocupada boa parte da noite. Felizmente o dia no escritório estava tranquilo, po
“Manuela”A casa era linda, dois andares, fachada com pilares de pedra e muito vidro, telhado colonial e uma pintura em um tom de bege mais escuro que era lindo. Ela estava toda iluminada.- Vamos? – Ele abriu a porta do carro pra mim. Eu estava tão encantada com a casa que nem o vi sair do carro.- Quem mora aqui? – A casa ficava na rua de trás da casa do Patrício, portanto, das outras vezes em que estive aqui eu não a tinha visto.- Não é quem mora, é quem vai morar, mas isso só depende de você. – Flávio sorriu pra mim, eu estava confusa e ele pareceu ter percebido. – Você disse que precisávamos de uma casa maior. – Ele deu de ombros.- Sim, uma casa maior, não uma casa gigante. – Eu não conseguia tirar os olhos da casa. Eu não conseguia esconder o meu encantamento.- Você não quer nem ver? – Ele pareceu meio decepcionado.- É claro que eu quero ver, só não esperava por isso. – Eu sorri. Aquela casa era linda demais e eu estava com medo de gostar demais dela.Passamos por cada cômod
“Rita”Olha onde eu vim parar! A vida inteira eu fiz de tudo para me dar bem e agora olha só pra mim, trancada numa celinha imunda, usando uma roupinha laranja horrorosa e chinelos de borracha, que horror! Eu odeio chinelos de borracha! A raiz do meu cabelo já está aparecendo uns três dedos, e eu que gosto tanto do meu cabelo vermelho. E a minha unha que era tão linda, tão bem cuidada, já quebrou todinha. Ai, que triste!- Presa, vira de costas e coloca as mãos para trás aqui na grade. – Uma mulherzinha grosseira, vestida com aquele uniforme horroroso de guarda, apareceu na porta da cela. Eu não sei quem inventou que roupa preta emagrece, aquela mulher parecia um colchão enrolado vestida de preto.- Por quê? Tem alguém pra me ver? – Perguntei sem abaixar a minha cabeça, eu não abaixava a cabeça pra ninguém.Na verdade eu estava esperando o Juliano aparecer, já tinha semanas que aquele filho ingrato pegou as procurações comigo e sumiu, não veio me falar se tinha vendido a casa ou não.
“Manuela”Eu andava muito insegura desde que o Flávio saiu correndo para ir até a cidade dele tirar satisfações com a Sabrina. Eu não conseguia entender, se eles já estavam divorciados, que diferença faziam as mentiras que ela contou? Além do mais, ele andava muito esquisito, cheio de segredinhos com a Lisandra e chegando tarde em casa. Não era possível que fosse começar tudo de novo. Tudo bem que ele continuava carinhoso comigo e sempre dizendo que me amava, mas eu pressentia que algo estava acontecendo.Sobre a casa que fomos visitar, desde aquele dia ele não tocou mais no assunto, nem sobre aquela casa e nem sobre encontrarmos um lugar maior para nos mudar. Eu não sabia o que era, mas quanto mais eu pensava, mais eu ia ficando com a certeza de que ele estava começando a se cansar de mim.- Para de roer as unhas, Manu! – Lisa deu um tapinha na mão que eu tinha na boca.Nós estávamos sozinhas em casa, assistindo a tal série da swat que ela era viciada, pois o Flávio ainda não tinha c
“Manuela”Flávio e eu ficamos ali nos olhando por um tempo, como se ele estivesse me dando tempo para absorver o que ele havia me dito. Depois de um tempo ele voltou a falar:- Ótimo! Então agora você quer me contar por que você está assim tão cheia de neuras? Porque eu sei que tem um motivo, você é uma pessoa sensata, baixinha e se está assim, cheia de ciúmes é porque aconteceu alguma coisa.- É que... – Minha voz embargou e saiu mais baixa do que eu queria. – Eu estou com medo.- Medo? Medo de quê, baixinha? – Ele passou os polegares pelo meu rosto limpando as lágrimas.- Medo que você se dê conta de que não gosta de mim tanto assim. Que você encontre alguém melhor e mais interessante e mais bonita e... – Minha boca foi calada com um beijo. Ele me apertou em seus braços e me beijou com tanto amor que derreteu todas as barreiras do meu coração, iluminou cada cantinho e foi como se estivesse arrancando de mim o medo. Depois me pegou no colo e saiu comigo do banheiro, indo se sentar na
“Flávio”Eu já estava com quase tudo pronto para fazer uma surpresa para a baixinha, mas quanto mais o dia se aproximava, mais ansioso eu ficava. Eu estava terminando o e-mail com as alterações que eu queria que fossem feitas no projeto. Eu esperava que minha baixinha gostasse da surpresa que eu estava preparando.Ouvi três batidas na porta e mandei entrar, eu sabia que não era o Bonfim, porque esse não batia. Alguém entrou, mas eu estava concentrado no envio do e-mail que eu havia acabado de escrever, por isso não levantei a cabeça para olhar quem era, mas quando ouvi o girar da chave na fechadura eu fiquei alerta e ergui a cabeça para ver quem era.- O que você está fazendo aqui? – Eu rugi como um leão.- Oi, delegato! Gostou da surpresa? Sou a novata da equipe do delegado Bonfim. – Aquela mulher irritante da Academia de Polícia, a mesma que se trancou comigo na academia, estava parada em minha frente.Era uma mulher vulgar, usava um jeans que quase a partia ao meio de tão apertado
“Manuela”Acordei com uma ligação da Olívia, minha cunhada, que andava toda animada organizando as festas de fim de ano na fazenda. Os pais do Flávio e o irmão dele e a esposa haviam aceitado o convite e a Olívia estava a mil por hora. O Rick também iria conosco para a fazenda, mas a Sam e o Heitor, a Cat e o Alessandro, a Mel e o Nando e o PH só iriam para o ano novo. O Patrício ia passar as festas em Paris com os pais. Ele havia esticado a viagem a pedido do Alessandro, que queria que ele visitasse os escritórios da empresa na Europa e alguns clientes importantes. A Lisa dizia que estava achando isso ótimo, mas eu sabia que ela queria vê-lo de novo.Depois de conversar com a Olívia e ajudá-la a decidir algumas coisas para as festas eu já estava desperta. Fiz minha higiene matinal e fui para a cozinha preparar o café.Eu estava passando pelo corredor e ouvi a voz da Lisa. Mas era cedo ainda para ela estar acordada. Fui bem devagar até a porta do quarto dela, que estava entre aberta,