Capítulo 5
Os membros da família Guerra se entreolharam, ninguém esperava que Bianca, conhecida por ser sempre fácil de lidar, mostrasse uma atitude tão firme desta vez.

Além disso, ela nem escutava mais as palavras da Sra. Guerra.

A Sra. Guerra disse friamente:

– Ela vai acabar obedecendo, porque não tem outra escolha.

Sim, agora ela não tinha mais a família Sonata para se apoiar, além de ficar com a família Guerra, ela não tinha outra opção. Além disso, a família Guerra não a tratou injustamente, ela ainda seria a esposa legítima.

Na manhã seguinte, Bianca voltou para a Casa do Marquês do Norte com a Pérola.

O jardim estava desolado, com pilhas de folhas caídas.

Após seis meses sem cuidados, ervas daninhas com mais de um metro de altura cresceram no pátio da Casa do Marquês.

Ao entrar na casa novamente, Bianca sentiu seu coração se apertar como se tivesse levado uma facada.

Seis meses atrás, ela soube do massacre em sua casa e voltou correndo, mas só pôde se ajoelhar desesperada diante dos corpos de sua avó e mãe, frios e sem vida. Cada canto da casa estava manchado de sangue.

A Casa do Marquês tinha um altar, lá estavam as placas dos antepassados da família Sonata. Naquele momento, também havia a placa de sua mãe.

Bianca e Pérola prepararam as oferendas, suas lágrimas não paravam de cair.

Acendendo o incenso, ela se ajoelhou no chão, fazendo reverências profundas diante das placas de seus pais, seus olhos cheios de determinação após o choro.

– Pai, mãe, se vocês estão me ouvindo no céu, perdoem a decisão que sua filha está prestes a tomar. Não é que eu não queira me casar, ter filhos e levar uma vida tranquila, mas o Renato não é um marido decente, não é digno de confiar uma vida inteira. Mas vocês podem ficar tranquilos, eu e a Pérola vamos ficar bem.

Pérola também estava ajoelhada ao lado, soluçando silenciosamente.

Depois dos ritos memoriais, elas entraram na carruagem e seguiram diretamente para a Cidade Imperial.

Ao meio-dia, o sol de outono era escaldante. Bianca e Pérola permaneciam imóveis em frente aos portões do palácio, como estátuas de madeira.

Esperaram por duas horas inteiras, mas ninguém saiu para convocar as duas para entrar.

Pérola disse com tristeza:

– Senhorita, talvez Sua Majestade não queira vê-la. Ele pode pensar que a senhorita veio atrapalhar o casamento concedido. A senhorita não comeu nada ontem à noite nem hoje de manhã. Será que seu corpo vai aguentar? Que tal eu ir comprar algo para a senhorita comer?

– Eu não estou com fome! – Bianca não sentia fome alguma, apenas uma crença firme a sustentava: conseguir um divórcio pacífico e voltar para casa.

– A senhorita não precisa se punir nem passar fome. Não vale a pena. – Pérola hesitou um pouco antes de continuar. – E se a senhorita desistir? Afinal, a senhorita ainda é a esposa legítima, uma verdadeira Sra. Guerra. Mesmo que ela seja a segunda esposa legítima, no máximo será uma concubina. Senhorita, que tal deixar isso para lá?

Os olhos de Bianca eram frios e indiferentes, ela respondeu:

– Pérola, não diga mais palavras sem autoconfiança e determinação como essas.

Pérola suspirou, com uma expressão perdida em seus olhos. “O que mais podemos fazer?”

Ela pensou que quando o general voltasse, a senhorita se sentiria mais aliviada, jamais teria imaginado que a situação acabaria assim.

No Escritório Imperial, o Guardião William informou três vezes:

– Sua Majestade, a jovem Sra. Guerra ainda está esperando do lado de fora do palácio.

O Imperador Zuquim colocou os documentos de lado e esfregou as têmporas, murmurando:

– Não posso receber a Bianca. O decreto já foi feito, é impossível eu voltar atrás com as minhas palavras, mande ela voltar para casa.

- Os Guardas da Cidade Imperial já tentaram persuadi-la, mas ela se recusa a sair. Ficou parada ali por mais de duas horas, sem se mover.

O Imperador Zuquim também se sentia desconfortável.

– Renato usou os méritos militares para pedir essa concessão. Eu também não queria, mas se eu não concordar, ele e a General Fabiana passariam vergonha na frente de todos. Afinal de contas, eles conquistaram grandes méritos na guerra.

William disse:

– Vossa Majestade, se estamos falando de méritos militares, ninguém pode se comparar à Casa do Marquês do Norte e ao Grande General Adauto.

Imperador Zuquim se lembrou do Marquês do Norte, Ruan Sonata. Naquela época, ele ainda era o príncipe herdeiro, e quando começou seus treinos no exército, foi sob a orientação do Marquês do Norte. Ele e a Bianca também eram velhos conhecidos, embora naquela época ela ainda fosse uma pequena menina de uns seis ou sete anos, com uma pele branca como porcelana, muito adorável.

Sendo um imperador, Zuquim também emergiu de batalhas sangrentas e montanhas de cadáveres. Ele conhecia as dificuldades de um general guerreiro, então, quando Renato buscou o casamento em recompensa por seus méritos militares, ele hesitou por um momento, mas acabou concordando.

Além do irmão mais novo do Imperador, o Príncipe de Bermines, não havia mais generais habilidosos na corte. Durante a recente guerra com a região Caleste, o Terceiro General Sênior sob comando do Grande General Adauto, perdeu um braço, e o Sétimo General Sênior se sacrificou, embora esses eventos tivessem sido mantidos em segredo.

Mas o William estava certo. Em termos de mérito militar, Renato e Fabiana estavam muito abaixo do Marquês do Norte.

– Deixe-a vir então. Se ela concordar com esse casamento, darei a ela o que ela quiser, mesmo que seja um título nobiliárquico. Eu cumpriria qualquer desejo dela. – Disse o imperador.

William suspirou aliviado, clamando:

– Sua Majestade é sábio!
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